tag:blogger.com,1999:blog-20983770604710623302024-03-05T23:20:55.995+00:00Casa BrancaO blogue que, desde novembro de 2008, lhe conta tudo o que acontece na política americana, com os olhos postos nos últimos dois anos da era Obama e na corrida às eleições presidenciais de 2016 Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.comBlogger1706125tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-53770694263375957952016-08-09T00:17:00.000+01:002016-08-09T00:17:32.133+01:00Histórias da Casa Branca: Será que Donald já estragou tudo?<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 6 DE AGOSTO DE 2016:</b><br />
<br />
<blockquote>
<em><strong>“Não sei como não estamos a liderar as sondagens por muito. A nossa campanha numa esteve tão unida”</strong></em>, Donald Trump, nomeado presidencial republicano.<br />
</blockquote>
Que trambolhão, Donald!<br />
<br />
O nomeado presidencial republicano terminou a sua convenção com
pequena vantagem nas sondagens nacionais, mas não resistiu a uma forte
convenção democrata, muito mais unida e mobilizadora na mensagem de uma
América positiva e no caminho da recuperação, e está agora a pagar o
preço das diatribes que multiplicou nos últimos dias, em tentativa
surreal de retomar uma estratégia de ‘quanto pior melhor’, que se
revelara particularmente eficaz nas primárias.<br />
<br />
Hillary descolou, chega a ter 15 pontos de avanço em alguns estudos
(sondagem McClatchy/Marist, 4 de agosto, dá 48% a Clinton e apenas 33% a
Trump) e o mapa do Colégio Eleitoral, refletindo as tendências estado a
estado, coloca, a três meses das eleições um desequilíbrio político que
não se verificava nos EUA desde a reeleição de Reagan: 357-181, desta
vez a favor dos democratas, com Trump a perder territórios supostamente
conservadores, como a Carolina do Norte.<br />
<br />
A candidatura Trump está em choque.<br />
<br />
Para tentar minimizar danos, Donald
despediu dois assessores, mas há rumores de que, internamente, o próprio
Paul Manafort, diretor de campanha que substituíra Corey Lewandowski há
pouco mais de um mês, discorda totalmente do estilo ‘off message’ que
Donald insiste em aplicar nos seus comícios.<br />
<br />
Mas Trump, admita-se, continua a ser Trump. Depois de dizer que que
Hillary “é o diabo”, considerou que a adversária “pode ser considerada a
fundadora do ISIS”, pelas políticas “desastrosas” que diz ter tido para
o Médio Oriente, enquanto secretária de Estado.<br />
<br />
Sucede que este tipo de comportamento do nomeado presidencial
republicano não está a ter, na corrida à eleição geral, o acolhimento
que teve no processo de primárias.<br />
<br />
Crescem as vozes, do lado republicano, que defendem uma mudança
radical na estratégia de Donald. Gail Collins, no New York Times, em
artigo com o título sugestivo "Intervening Donald Trump", aponta: "Será
verdade que os republicanos estão a tentar que Rudy Giuliani e Newt
Gingrich intercedam junto de um Donald Trump fora do controlo?"<br />
<br />
Mas Trump não dá qualquer sinal de querer ir por aí.<br />
<br />
Recusou endossar as ca<span></span><br />
mpanhas
de Paul Ryan, speaker republicano do Congresso (que na terça tem
primárias republicanas para a nomeação a congressista no Wisconsin,
contra Paul Nehlen, um forte apoiante de Trump) e John McCain, que já
chegou a insultar, e que busca mais um mandato como senador no Arizona.<br />
<span>
<blockquote>
<em><strong>"Gosto de Paul, mas estes são tempos terríveis para o
nosso país. É preciso liderança forte. Ainda não estou no ponto de o
apoiar”</strong></em>, referiu Trump, sobre Ryan.<br />
</blockquote>
Este tipo de comportamento do nomeado republicano faz somar críticas de figuras importantes da direita americana.<br />
<br />
Como Newt Gingrich, líder da Revolução Republicana nos anos 90, em
pleno consulado Bill Clinton, hoje um dos principais comentadores
conservadores da televisão americana.<br />
<br />
O que disse Newt sobre Donald? “Trump está a comportar-se como se
isto ainda fossem as primárias e houvesse 17 candidatos. Ele não fez a
transição para ser um potencial presidente dos EUA, o que é uma liga bem
mais dura”, comentou em entrevista à FOX Business. “As pessoas vão
vê-lo todos os dias, tudo o que disser e fizer pode ser tirado do
contexto, e ele ainda não está a ter um desempenho à altura do que é
preciso”.<br />
<br />
A questão chave é: algum dia estará? Ou será que, com os devaneios
dos últimos dias que levaram à descolagem de Hillary nas sondagens,
Donald já estragou tudo?<br />
<br />
O Presidente Obama, um dos grandes trunfos da campanha Hillary por
estes dias, tem tido posição especialmente assertiva em relação ao tema:
«Trump tem que começar a ter um comportamento de presidente. Até agora,
não tem tido".<br />
<h2>
Sinais de vida para Trump</h2>
Em grande sondagem nacional NBC/WSJ, Hillary confirma vantagem
confortável de nove pontos (47/38), liderando com grande margem entre as
mulheres e os negros. Mas Trump aparece à frente no eleitorado branco e
nos homens e ainda lidera em alguns ítens importantes para a eleição
geral.<br />
<br />
Sondagem NCB News/Wall Street Journal (31 julho/3 agosto):<br />
Hillary 47 / Trump 38<br />
<br />
Nove pontos de avanço para Hillary, em sondagem que reforça tendência
dos últimos dias da forte liderança democrata na corrida presidencial
de 8 de novembro.<br />
<br />
A mesma sondagem, no entanto, aponta que Trump contincontinua à frente em alguns ítens importantes:<br />
<br />
-- Mudar as coisas em Washington: Trump 48 / Hillary 26<br />
-- Lidar com a Economia: Trump 46 / Hillary 42<br />
-- Lidar com o Crime: Trump 44 / Hillary 36<br />
-- Defender a América: Trump 41 / Hillary 39<br />
Hillary lidera nos seguintes temas:<br />
-- Lidar com o terrorismo: Hillary 44 / Trump 43<br />
-- Lidar com a imigração: Hillary 49 / Trump 39<br />
-- Mudar o país para melhor; Hillary 42 / Trump 36<br />
-- Ser um bom «commander in chief»: Hillary 46 / Trump 35<br />
-- Melhorar a posição da América no mundo: Hillary 47 / Trump 33<br />
-- Ter a capacidade de lidar com uma crise: Hillary 51 / Trump 33<br />
</span><br />
<b><br /></b>Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-83776987185451977332016-08-09T00:14:00.001+01:002016-08-09T00:14:25.949+01:00Histórias da Casa Branca: Hillary descola, Trump desatina<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 4 DE AGOSTO DE 2016:</b><br />
<br />
<b> </b><br />
<strong><em>“Pelo menos tenha decência”</em></strong><br />
<strong>KHIZR KHAN, </strong>pai do capitão Humayun Muazzam Khan,
americano-muçulmano morto em Baqubah, Iraque, ao serviço do exército dos
EUA, para Donald Trump<br />
<br />
<br />
<strong><em>“Chega”</em></strong><br />
<strong>BARACK OBAMA, </strong>Presidente dos EUA, para Donald Trump<br />
<br />
<br />
<strong><em>“As pessoas dizem-me ‘bem, se não vais apoiar Donald
Trump, então os republicanos não vão ganhar a presidência’. Bem, os
republicanos não vão ganhar a presidência. Neste momento, e estou a ser
um republicano egoísta, para a mim a questão é salvar o Senado, é não
ser vencido na Câmara dos Representantes, é não ser vencido nas
legislaturas estaduais, é não perder corridas para governadores de
estado. Dominamos o Senado. Dominamos a Câmara dos Representantes.
Dominamos os governos de estado. Temos muito a perder. E ficar a apoiar um tipo que insulta uma
‘Gold Star mother’ e um pai enlutado, isso não é um tipo que nos levará à
vitória. A senadora Kelly Ayotte (republicana do New Hampshire) precisa
de se distanciar dele. O senador Ron Johnson (republicano do Wisconsin)
precisa de se distanciar desse tipo».</em></strong><br />
<strong>JOE SCARBOROUGH</strong>, antigo congressista republicano da Geórgia, apresentador e comentador no «Morning Joe» da MSNBC<br />
<br />
<br />
Ainda faltam 96 dias e é obviamente muito cedo para decretar <em>game over</em>. Longe disso.<br />
<br />
Na política americana, uma semana pode ser uma eternidade, quanto
mais 13, que é quanto falta para que se defina o sucessor de Barack
Obama na Casa Branca.<br />
<br />
Mas tendo em conta os dados surgidos após a Convenção Democrata, é
legítimo afirmar que, se as eleições presidenciais fossem hoje, Hillary
Clinton seria eleita a 45.ª Presidente dos EUA.<br />
<br />
O <em>bounce</em> de Hillary pós conclave de Filadélfia foi de pelo menos cinco pontos, mas pode ter chegado aos 10.<br />
<br />
Empatada com Trump nas sondagens após a Convenção Republicana, a
nomeada democrata inicia esta semana com clara vantagem em todas as
sondagens nacionais (nove pontos de avanço na CNN/ORC, seis na CBS News,
três na Economist/YouGov, cinco na PPP, 10 na Fox News, 15 na
RABAResearch).<br />
<br />
Reflexo deste salto geral e consistente de Hillary pós convenção, a
antiga secretária de Estado recuperou a liderança em estados decisivos
como a Florida, o Ohio e a Pensilvânia, pelo que, no Colégio Eleitoral, a
projeção do «FiveThirtyEight», de Nate Silver, dá agora 73% de
probabilidade de vitória Clinton (dava 49.9% antes da Convenção
Democrata).<br />
<br />
Não será, assim, de admirar que Trump diga, agora, que Hillary “é o diabo”.<br />
<br />
Foi apenas uma de várias diatribes ditas por Donald nos últimos dois dias.<br />
<br />
Os sinais de desespero do nomeado presidencial republicano chegaram a níveis que muitos consideram terem já passado os limites do aceitável.<br />
<br />
A subida nas sondagens de Hillary Clinton, e a queda acentuada de Donald Trump, nos últimos três dias ainda não significam <em>game over</em>.<br />
<br />
Mas revelam um assomo de bom senso e de esperança no melhor lado dos americanos.<br />
<br />
Decorrem da forma extremamente profissional como foi preparada e
concretizada a Convenção Democrata, com a investidura de Hillary a ser
recheada de grandes discursos políticos (Michelle e Barack Obama, Bill
Clinton; sobretudo esses três) e testemunhos de histórias de pessoas
reais que beneficiaram com causas e políticas de Hillary nas diferentes
funções que a candidata desempenhou em quatro décadas de carreira
política e cívica.<br />
<br />
E decorrem, sobretudo, de uma penalização do eleitorado que ainda
dá alguma importância ao bom senso e à decência, em relação ao
comportamento de Donald Trump.<br />
<br />
Nos últimos dias, Trump insultou o pai de um soldado americano-muçulmano morto em combate, <br />
ao serviço dos EUA.<br />
<br />
Insultou uma ‘Gold Star mother’ que se insurgiu num comício de Mike Pence contra este comportamento de Trump.<br />
<br />
Insultou republicanos que até já o tinham apoiado a contragosto
(Paul Ryan, o republicano a ocupar o cargo mais elevado neste momento, e
John McCain, respeitável senador que foi o nomeado presencial de 2008).<br />
<br />
Insultou Hillary Clinton ("é o diabo") e Barack Obama ("é um
péssimo presidente, o tipo é um desastre e tem medo que eu seja
eleito").<br />
<br />
Despediu dois assessores (um deles foi Ed Brookover, um dos seus
conselheiros principais, que geriu os delegados que levaram ao triunfo
na convenção republicana) e disparou contra os colunistas do New York
Times ("escrevem mal, não sabem escrever").<br />
<br />
Antecipou um possível insucesso eleitoral por um suposto benefício
dos media a Hillary ("receio que estas eleições venham a ser roubadas").<br />
<h2>
<strong>"Get the baby out of here"</strong></h2>
<h2>
<strong> </strong></h2>
E, para completar o ramalhete, ainda
mandou retirar de um comício uma apoiante que tinha um bebé a chorar
(sim, aconteceu mesmo).<br />
<br />
Sinais de desespero de um nomeado presidencial que envergonha a
tradição do Partido Republicano e causa tremendo desconforto na história
dos duelos presidenciais na América.<br />
<br />
Até Rudy Giuliani e Chris Christie, dos poucos republicanos de
primeira linha que ainda estavam claramente com Trump e o defenderam na
Convenção, vieram agora demarcar-se do bizarro candidato.<br />
<br />
Rudy comentou: “Donald podia ter lidado melhor com o caso Khan”. Christie andou pelo mesmo registo: <em><strong>“O criticismo de Trump para com os Khan foi inapropriado”</strong></em>.<br />
<br />
Começa a crescer um movimento de republicanos a descolar de Trump e
a endossar Hillary (só nos últimos dois dias, foram vários, incluindo o
congressista de Nova Iorque Richard Hanna, a assessora de Chris
Christie, Maria Comella, e a conselheira sénior de Jeb Bush, Sally
Bradshaw, para lá de diversos republicanos da área de Defesa, Segurança Interna e Relações Externas que se recusam a votar Trump e admitem que preferem ver Hillary a ganhar em novembro).<br />
<br />
As tv's americanas começam a ter alguma dificuldade em formar
painéis equilibrados entre apoiantes de Hillary e apoiantes de Trump,
pela simples razão de que grande parte dos seus habituais comentadores
republicanos e de direita... não apoiam Trump.<br />
<h2>
<strong>Obama arrasa Donald</strong></h2>
Poucos dias depois de já o ter feito na Convenção de Filadélfia,
Barack Obama voltou a intervir diretamente nesta campanha, acusando
Trump de “não ter perfil nem condições para ser presidente dos EUA”.<br />
<br />
O atual inquilino da Casa Branca foi mais longe: desafiou os
republicanos a retirar o apoio a Donald: “Se muitos republicanos não se
reveem no que o candidato diz e faz, se ficam indignados com o seu
comportamento, porque continuam a apoiá-lo?”, questionou o Presidente
dos EUA.<br />
<br />
<em><strong>“O nomeado republicano não se adequa ao lugar de presidente e prova-o repetidamente”</strong></em>, insistiu Barack, em conferência de Imprensa na Casa Branca, ladeado pelo primeiro-ministro de Singapura.<br />
Donald não se ficou a acusou Obama de ser um “péssimo presidente” e de recear ver Trump na Casa Branca.<br />
<br />
Sim, se as eleições fossem hoje, Hillary Clinton ganharia claramente.<br />
<br />
Mas a ameaça Trump ainda é real.<br />
<br />
Os próximos 96 dias vão definir muito mais do que se imagina. Não há espaço para falhar.<br />
<br />
É que pode não haver segunda oportunidade para evitar uma "tragédia Trump".<br />
<h2>
<strong> </strong></h2>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-83854662746429489752016-08-09T00:09:00.000+01:002016-08-09T00:09:13.912+01:00Histórias da Casa Branca: luz ou sombra sobre a colina<br />
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 2 DE AGOSTO DE 2016:</b> <br />
<br />
<br />
<i>"A América que conheço é cheia de
coragem e otimismo e inovação. A América que conheço é decente e
generosa. Sim, temos inquietações e problemas a resolver. E sentimo-nos
frustrados com a paralisação política e preocupados com divisões
raciais. Mas o que vejo, ao viajar pelos 50 estados deste grande país,
mais do que tudo, é o que está certo nos EUA. A América já é grande. A
América já é forte. E garanto-vos: a nossa força, a nossa grandeza, não
depende de Donald Trump. Com Hillary Clinton, a América pode ser ainda
maior. Ainda mais forte. Porque nunca houve ninguém tão qualificado como
ela para exercer a função de liderar este grande país".</i><br />
<b>BARACK OBAMA</b>, Convenção Democrata de Filadélfia<br />
<br />
<i>"Este é um cargo sério. Isto não é 'reality TV'. Vi as decisões que é preciso tomar e o trabalho que tem que ser feito e </i><i>e
tenho muita confiança que, se se recordar ao povo americano o que está
em jogo e todos os assuntos incrivelmente importantes em que temos de
acertar, então os eleitores farão uma boa escolha. É isso que habitualmente fazem".</i><br />
<br />
<i>"Estou preocupado com o Partido Republicano. A democracia
funciona, este país funciona, quando temos dois partidos que são sérios,
que tentam resolver problemas e têm diferenças filosóficas e têm
debates aguerridos e discutem, contestam eleições, mas o que se quer, no
final do dia, é um sistema saudável de dois partidos. Quer-se que o
Partido Republicano nomeie alguém que seja capaz de fazer o trabalho se
ganhar. E quer-se pessoas que compreendam os assuntos e com quem seja
possível sentar-se à mesa com discussões de princípio e, em última
análise, continuar a ser possível fazer progredir o país".</i><br />
<b>BARACK OBAMA</b> no programa «Tonight Show» de Jimmy Fallon, na NBC<br />
<br />
<br />
A 98 dias das eleições presidenciais nos EUA, as expetativas dificilmente poderiam ser mais altas.<br />
É costume dizer-se que a próxima eleição é “a mais importante de sempre”. Mas, desta vez, parece que é mesmo verdade.<br />
<br />
Nunca se terá assistido a uma disputa tão polarizada, tão diferente
no seu significado crucial, tão determinante para as décadas que aí
virão, nos EUA e no resto do mundo.<br />
<br />
Hillary Clinton corporiza a visão de «stronger together» (juntos somos mais fortes), o seu lema de campanha.<br />
<br />
É a visão democrata, que prevaleceu em presidenciais desde 2008,
graças ao ‘yes we can’ de há oito anos e do ‘forward’ de há quatro,
sempre com uma noção geral de ‘we are all in this together’ (estamos
todos nisto juntos).<br />
<br />
Obama, ajudado pelas suas duas vitórias em presidenciais, conseguiu
nos últimos oito anos manter coeso o campo democrata, não tão homogéneo
como por vezes parece, fundado nessa ideia forte: uma visão solidária e
coesa da sociedade traz vantagens para todos.<br />
<br />
Hillary está a ter mais dificuldades para garantir essa ‘grande
coligação’ da esquerda e do centro político americano, talvez por estar
mais conotada com os interesses de Wall Street e das grandes corporações
e por estar a tentar, nesta eleição, um equilíbrio difícil de
concretizar: federar os republicanos indignados com Donald Trump e
garantir os votos da ala progressista (o movimento Sanders, nas
primárias, foi um sinal de alarme, ainda que o apoio claro de Bernie e
também da senadora Elizabeth Warren, do Massachussets, na convenção
possa ter dado empurrão para que Clinton agarre a base <span></span><br />
esquerdista nesta reta final).<br />
<span>
<h2>
<b>Tsunami no Partido Republicano</b></h2>
O que se está a passar na Direita americana é mais profundo e complexo de explicar.<br />
A nomeação presidencial de Donald Trump foi um tsunami para o Partido Republicano.<br />
Nada será como dantes.<br />
<br />
Políticos que até há dois ou três anos prometiam corporizar a próxima
geração do conservadorismo americano, como Marco Rubio, Ted Cruz ou
Paul Ryan, correm agora o risco de ter que esperar até 2020 para
voltarem a ser nacionalmente influentes.<br />
<br />
Uma hipotética eleição presidencial de Trump teria efeitos ainda mais
devastadores para os republicanos. Significaria a necessidade de
“institucionalização” definitiva de Donald e implicava quase uma década
(pelo menos) de suspensão do protagonismo das correntes mais moderadas
da Direita na América.<br />
<br />
As ondas de choque que Trump está a provocar no Partido Republicano ainda não foram suficientemente digeridas.<br />
<br />
Enquanto isso, o inesperado candidato vai dirigindo uma campanha
unipessoal, baseada em ideias preconceituosas, que falham no teste do
“reality check”, mas atingem algumas das feridas da carne americana,
versão 2016.<br />
<br />
Os avisos do Presidente Obama, destacados nos excertos acima
mencionados, têm um destinatário claro: Barack teme que a retórica de
Donald Trump solte os piores demónios da América e minimize os feitos
obtidos nas suas duas administrações.<br />
<br />
Se os últimos anos foram claros a mostrar que os consensos
bipartidários são quase impossíveis de obter numa América cada vez mais
polarizada, o comportamento do nomeado presidencial republicano de 2016
pode marcar um "ponto de não retorno". Depois disto, talvez fique
difícil voltarmos a imaginar um presidente com a abordagem pacificadora
de Obama. Ou, então, aparecerá a a tal redenção republicana que o
próprio Obama diz ainda acreditar: será que, depois de Trump, os
republicanos moderados aprenderam a lição, ou já nem sequer estão em
condições de protagonizar a reflexão interna no próximo ciclo eleitoral?<br />
<h2>
<b>A caminho de 16 anos de 'domínio progressista'?</b></h2>
Maureen Dowd, no New York Times, aponta, em texto com o significativo
título ‘Thanks, Obama’: “O jovem senador que chegou em 2008 à
presidência provou que a Casa Branca pode ser um local de integridade,
ética e vida familiar exemplar. Obama quer criar o que ele chama uma
‘era de 16 anos de domínio progressista’ e pretende refocar a América
como um ‘Reagan de esquerda’, como um seu assessor apelidou”.<br />
<br />
Um dos aspetos da “passagem de testemunho” de Obama para Hillary,
celebrada na Convenção de Filadélfia, teve a ver com o caráter de ‘ser
primeiro’ em algo histórico: Barack, o primeiro negro a chegar à Casa
Branca; Hillary a primeira mulher a ser nomeada e, pretendem os
democratas, a ser eleita para a Casa Branca, depois de 8 de novembro.<br />
<br />
Nicholas Kristof, também no New York Times, analisa: «Quando as
mulheres ganhar, os homens ganham, também. Devem os homens aplaudir
quando se rompem barreiras de modo a que o mundo se torne mais justo e
equilibrado? Ou devemos nós homens, lamentar ter perdido, quando uma
mulher ganha uma determinada corrida? (…) Sim, alguns estrategas
democratas admitem preocupação, com razão, pelo facto de muitos
eleitores homens poderem desmobilizar perante este entusiasmo de género.
Afinal de contas, Donald Trump tem grande avanço entre os homens
brancos sem estudos superiores e é isso que o está a colocar, neste
momento, muito próximo de Hillary nas sondagens».<br />
<br />
As convenções partidárias da semana passada foram claras a marcar as
diferenças: em Cleveland, o «pesadelo americano» anunciado por Donald
Trump apelou ao medo, à raiva e ao ressentimento; em Filadélfia, a
nomeação de Hillary juntou diferentes sensibilidades democratas, desde a
elite no poder na Casa Branca e Senado (Barack e Michelle Obama, Joe
Biden, Tim Kaine) até aos campeões da ala progressista (Bernie Sanders,
Elizabeth Warren), com dois fatores de coesão: a vontade de travar a
ameaça Trump e a noção de que o registo «we are all in this together»
ainda pode ter continuidade com Hillary Clinton, sobretudo depois da
candidata ter cedido perante Bernie Sanders num conjunto de
reivindicações à esquerda a incluir na plataforma política do ‘ticket
democrata’.<br />
<br />
Ainda é cedo para tirar conclusões mais seguras, só os próximos dias o
mostrarão, mas de acordo com sondagem CBS News, realizada entre 29 e 31
de julho, já<br /> depois das duas convenções, Hillary parece ter
retomado uma liderança com vantagem razoável no voto popular: 47/41
frente a Trump.<br />
<br />
Uma diferença que surge um pouco mais curta noutros estudos e convém
não esquecer que, em 2016, também deveremos olhar com algumas atenções
para a candidata ecologista, Jill Stein, e para o candidato libertário,
Gary Johnson.<br />
<br />
Com nomeados democrata e republicana com níveis de rejeição
superiores a 50 por cento, não é de excluir que Jill e Gary somem,
juntos, perto de 10 por cento dos votos expressos.<br />
<br />
Quanto mais se mergulha nesta eleição de 2016, mais se conclui que
ela não tem comparação com nada que se tenha vivido nas últimas décadas
na política americana.<br />
<br />
<b>Luz ou sombra? </b><br />
<b>
</b><br />
Depois de 8 de novembro, será ainda a América a "cidade luminosa na
colina", como Obama garantiu que os EUA ainda são, em recado lançado a
Trump no discurso de aclamação de Hillary?<br />
</span>
<br />
<ul class="tags">
<li class="temas">TEMAS:</li>
</ul>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-31483859323397791102016-08-01T00:17:00.000+01:002016-08-01T00:17:13.690+01:00Histórias da Casa Branca: o que fica das convenções<br />
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 31 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
<br />
<b><span></span></b><br />
<blockquote>
<b>
<em><strong>É fácil vaiar, mas será mais difícil olharem os vossos filhos na cara se estivermos a viver sob uma presidência Trump”</strong></em><br /> BERNIE SANDERS, para os seus apoiantes, quando declarava, em plena Convenção Democrata de Filadélfia, o apoio a Hillary Clinton<br />
</b></blockquote>
<b>
<blockquote>
<br /> <em><strong>Quando eles descem cada vez mais baixo, nós elevamo-nos ainda mais”</strong></em><br /> MICHELLE OBAMA, sobre a forma como os democratas vão reagir nesta eleição ao comportamento de Donald Trump e os seus apoiantes<br /> <br />
</blockquote>
</b><span>Os próximos 100 dias vão definir boa parte do que serão os EUA e, por arrasto, o resto do mundo, nas próximas décadas.<br />
<br />
Depois de oito anos de presidência democrata, seria de admitir que o
ciclo presidencial que se iniciará com as eleições de 8 de novembro
favorecesse os republicanos.<br />
<br />
<span></span><br />
Nos últimos 56 anos, desde a eleição de
Kennedy em 1960, houve 28 anos de presidência democrata (JFK, Johnson,
Carter, Bill Clinton, Obama) e 28 anos de presidência republicana
(Nixon, Ford, Reagan, Bush pai e Bush filho).<br />
<br />
Sucede que esta não é uma eleição normal. O grau de imprevisibilidade sobre o que poderá acontecer é enorme.<br />
<br />
Do lado republicano, o nomeado, Donald Trump, tem características tão
fora da norma e um comportamento público tão bizarro que dificilmente
conseguirá o pleno do «mosaico» da direita americana.<br />
<br />
Mas no campo democrata também ainda não é certo que Hillary Clinton
consiga federar as sensibilidades mais à esquerda, depois de um processo
de primárias em que Bernie Sanders conseguiu chegar mais longe do que,
provavelmente, o próprio senador do Vermont imaginaria no início da
corrida.<br />
<br />
<span></span><br />
<h2>
Ambiente divisivo</h2>
Há outros fatores que fazem da disputa presidencial de 2016 um momento diferente de todos os outros.<br />
<br />
Antes do mais, pelo facto inesperado dos dois candidatos terem níveis de rejeição estranhamente elevados.<br /><br />
Perto de 50 por cento dos americanos dizem não gostar de Hillary
Clinton; mais de 60 por cento garante recusar a ideia de ver Donald
Trump na Casa Branca.<br />
<br />
Ganhe quem ganhar, o próximo Presidente dos EUA será alguém com uma
aceitação no eleitorado não muito superior a metade da realidade da
América – e só isso já nos mostra como aquele grande país está
polarizado e como esta é uma eleição realizada num ambiente divisivo e
pouco saudável.<br />
<br />
As convenções partidárias, que dominaram nas últimas duas semanas o
espaço mediático um pouco por todo o mundo, mostraram-nos duas visões
completamente diferentes sobre os EUA, a forma de governar, a relação
com o poder e até o modo como um Presidente dos EUA se deve comportar
com os restantes líderes mundiais e com as instituições com que se
relaciona.</span> <br /><br />
<span><h2>
A América assustadora de Donald Trump</h2>
Donald Trump apresentou uma perspetiva “dark”, negativa, pessimista e quase assustadora do momento atual dos EUA.<br />
<br /> O nomeado presidencial republicano traçou uma América pior do que, na verdade, ela é neste momento.<br />
<br />
Jogou com o medo (carta poderosa em tempos de incerteza e
indefinição, como os que vivemos), associou a imigração e os refugiados
com o crime e a insegurança, prometendo ser o presidente “da lei e da
ordem”, embora sem explicar muito bem como.<br />
<br />
Foi um conclave quase sinistro, em que se lançou o ‘claim’ “Hillary
para a prisão” (exatamente porquê, não se sabe bem), do qual se
ausentaram várias figuras de topo do Partido Republicano, como Jeb Bush,
Mitt Romney, John McCain ou os dois únicos presidentes republicanos
vivos, George HW Bush e George W. Bush.<br />
<br />
John Kasich, governador do Ohio, terceiro classificado nas primárias e
último sobrevivente de um mínimo de moderação e clareza no GOP, recusou
convite para discursar.<br />
<br />
E, para lá do “one man show” Trump, assistiu-se a discursos
inflamados e pouco rigorosos de figuras como Rudy Giuliani e Chris
Christie (ambos em versão radicalizada e com um ódio visceral a Hillary
Clinton, eles que até há poucos anos pareciam ser da ala mais centrista
do Partido Republicano) ou Ben Carson (que tentou, antes de Trump,
liderar a onda anti-políticos das primárias republicanas).<br />
<br />
Ted Cruz assumiu o papel de guardião do partido, com intervenção
corajosa a recusar o “endorsment” de Trump, mas até isso significou um
sinal de alarme no atual estado do Partido Republicano: o senador do
Texas, segundo classificado nas primárias.<br />
<br />
O mais desconcertante foi ter visto, na Convenção que investiu Trump,
como o multimilionário nova-iorquino não tenciona, de forma alguma,
refinar o seu estilo truculento até à eleição geral.<br />
Donald voltou a falar do muro mexicano, voltou a soltar demónios que
ensombram o imaginário<br />
americano, voltou a lançar acusações torpes
contra a sua rival Hillary Clinton.<br />
<br />
O modo irresponsável como sugeriu, em conferência de Imprensa já
durante a Convenção Democrata, que a Rússia poderia «piratear» emails de
Hillary como secretária de Estado, e depois libertar as conclusões para
os media, passou tanto das marcas que o próprio Trump se sentiu na
necessidade de dizer, no dia seguinte, que… estava a brincar. “Já não se
pode fazer humor!”, atirou aos apoiantes, numa tentativa tosca de
controlar danos, depois de ser criticado por grande parte das cúpulas
militares a quem pretende dar ordens a partir de janeiro de 2017.<br />
<br />
Perspetiva assustadora, de facto, em função do tipo de declarações
que Trump insiste em lançar, sobretudo no plano das relações
internacionais (a promessa de não de respeitar o artigo 5.º do tratado
que regula a NATO, e que prevê que perante um ataque a um país da
Aliança Atlântica, os outros têm a obrigação de o socorrer, insinuando
assim que os EUA não ajudariam os países bálticos que se sentem
ameaçados pelo ‘urso’ russo, algo que, dito por um possível presidente
dos EUA, pode gerar uma perturbação inimaginável no leste europeu).<br />
<h2>
Trump continuará a ser Trump</h2>
O passar do tempo e o aproximar da eleição geral tira as dúvidas que ainda pudessem persistir: Trump continuará a ser Trump.<br />
<br />
Não é de esperar que, na reta final, Donald passe a ser um candidato
mais convencional e ponderado (o próprio candidato, de resto, avisou
este sábado ‘no more Mr. Nice Guy’, anunciando que iria aumentar o tom
das acusações contra Hillary, talvez receoso de que Clinton venha a ter
um ‘bounce’ após a convenção).<br />
<br />
Na verdade, foi por não ser assim que obteve a nomeação, em ano de
total derrocada do «establishment» do partido que já foi Lincoln (que
acabou com a escravatura, há século e meio), de Eisenhower (presidente
que promoveu avanços importantes nos direitos civis) e Reagan (o
presidente que selou uma visão positiva, confiante e vencedora do ‘país
excecional’, a ‘last best hope of earth’, farol de Liberdade e
Democracia para o mundo).<br />
<br />
Com Trump, o Partido Republicano, versão 2016, tornou-se no palco
para um candidato populista, demagógico, que lança promessas vãs e
acusações infundadas, com intervenções que denotam desconhecimento do
caminho longo que é exigido nas relações internacionais (a relação dos
EUA com a China, por exemplo, tem vindo a ser alimentada há meio século,
desde Nixon, independentemente das administrações americanas serem
democratas ou republicanas).<br />
<br />
Ao atirar de forma simplista as culpas para questões como a
integração dos imigrantes ou a reconversão de indústrias que perderam
peso com a globalização para “os chineses” ou “os mexicanos”, ao dizer
que “em matéria de liderança, Vladimir Putin merece um A”, Donald Trump
mostra ser um nomeado presidencial republicano sem qualquer tipo de
comparação em relação aos seus dois antecessores, John McCain (2008) e
Mitt Romney (2012).<br />
<br />
Romney, há apenas quatro anos, identificava durante a campanha que
viria a perder para Obama, Putin como “a maior ameaça à ordem
internacional”. O diagnóstico viria a mostrar-se correto, se atendermos
ao que o presidente russo fez desde aí.<br />
<br />
Vermos Trump a elogiar as qualidades de liderança de Putin, de modo a
insinuar suposta fraqueza de Obama e Hillary perante o presidente
russo, dá conta da total mudança de dados que se verificou na política
americana, e sobretudo no Partido Republicano, nos últimos anos.<br />
<br />
Não é, por isso, de admirar que boa parte da elite republicana não vá
a jogo nesta campanha. Muitos dos principais líderes do GOP desejarão,
até, que Trump perca gloriosamente em novembro, para que a partir daí se
faça uma reconversão do Partido Republicano, de modo a iniciar o ataque
a 2020, tentando evitar a reeleição de Hillary.<br />
<br />
Seria, talvez, um mal menor, perante a possibilidade de ver Trump na
Casa Branca: como atuariam os principais líderes republicanos,
aproximavam-se do novo presidente, reclamando ser do mesmo partido ou
manter-se-iam à margem?<br />
<h2>
Hillary pisca o olho aos republicanos indignados</h2>
Hillary vai tentar aproveitar-se eleitoralmente desta ambiguidade republicana.<br />
<br />
No discurso de aceitação da nomeação presidencial da primeira mulher
(uma peça bem construída e a tocar nos pontos essenciais, mas sem o
brilho oratório de Bill Clinton ou Barack Obama), Hillary acenou ao
eleitorado independente e mesmo aos republicanos, convocando todos para a
necessidade de evitar a eleição de Trump.<br />
<br />
Este denominador comum, “anti-Trump”, pode, aliás, ajudar a candidata
a minimizar os problemas que continua a ter de conexão com boa parte
dos segmentos que precisa de conquistar para chegar à presidência.<br />
<br />
Hillary é vista com desconfiança pela ala esquerda do partido – que a
acusa de ter estado demasiado próxima dos interesses financeiros e do
grande capital, ao longo dos últimos anos – e ainda não foi perdoada por
muitos republicanos que se recordam dos anos agitados da presidência
Bill Clinton (nos quais a então Primeira Dama falou de uma “vasta
conspiração de Direita” para pôr o marido fora da Casa Branca).<br />
<h2>
América confiante, versão democrata</h2>
Num contraste total com o que se assistiu em Cleveland, a Convenção
de Filadélfia exortou uma América positiva, confiante, a colher os
frutos de oito anos de recuperação económica nos dois mandatos
presidenciais de Obama.<br />
<br />
Se Trump foi coroado sem as palmas dos principais líderes
republicanos, Hillary foi investida com o patrocínio dos democratas mais
amadas e populares: o seu próprio marido, Bill Clinton; o seu antigo
rival nas primárias de 2008 e hoje forte apoiante, o Presidente Barack
Obama; e a Primeira Dama, Michelle Obama.<br />
<br />
Obama assumiu a «passagem de testemunho» à «melhor candidata que
alguma vez se apresentou a umas eleições presidenciais nos EUA». «Nem
eu, nem Bill, ninguém é mais qualificado para o cargo do que Hillary
Clinton», um elogio máximo que Barack deu à sua antiga rival, mas também
antiga secretária de Estado, numa espécie de dupla retribuição, depois
de Hillary ter sido exemplar em 2008 no apoio a Obama na eleição geral –
e depois de Bill Clinton ter sido muito importante na mobilização
democrata para a reeleição de Barack, com um discurso notável na
Convenção de 2012.<br />
<br />
Além dessas “super estrelas” do Partido Democrata, a convenção que
nomeou Hillary juntou outras figuras importantes para construir a
narrativa de confiança, união e noção «we are stronger together» (juntos
somos mais fortes), para sublinhar a diferença com a mensagem de
ressentimento e divisão do estranho universo trumpiano.<br />
<br />
O candidato a vice no ticket de Hillary, Tim Kaine, é um bom exemplo
dessa aposta: vem de um estado que era republicano e agora pode
manter-se democrata (passou a sê-lo desde Obama 2008), a Virgínia; é
católico; fala espanhol na perfeição e trabalhou nas Honduras, o que
certamente agrada ao eleitorado hispânico, que Hillary tem que
aprofundar; no discurso de aceitação reduziu Trump a um tipo sem
credibilidade e sem fundamentação ideológica.<br />
<br />
Michael Bloomberg, antigo mayor de Nova Iorque eleito pelo Partido
Republicano, ajudou no argumento de que os republicanos responsáveis e
racionais vão preferir Hillary a Trump; Joe Biden, Leon Panetta, Jerry
Brown e Martin O’Malley reforçaram a tese de que os democratas moderados
e centristas estão firmemente com Hillary e contra Trump.<br />
<br />
E Jennifer Granholm, a antiga governadora do Michigan, corporizou com
alma e paixão a ideia de que uma candidata como Hillary Clinton tem
tudo para bater um Trump «vaiodoso e egocêntrico». Terá sido o discurso
mais mobilizador entre outras intervenções de mulheres, como Meryl
Streep ou a própria filha de Hillary, Chelsea (o discurso de Michelle
está noutro patamar, entre os melhores que alguma vez se fizeram em
convenções partidárias nos EUA).<br />
<h2>
Bernie está com Hillary. E os seus apoiantes?</h2>
A contestação do movimento «Feel the Bern» ameaçou estragar a festa a
Hillary, mas a intervenção responsável do próprio Bernie Sanders evitou
o pior.<br />
<br />
Não foi uma ajuda desinteressada.<br />
<br />
O senador do Vermont, depois de uma campanha notável em que obteve
perto de 45% dos votos dos eleitores democratas, conseguiu impor a sua
influência na plataforma com que Hillary se proporá ir às urnas a 8 de
novembro.<br />
<br />
Os pormenores das propostas ainda não foram divulgados, mas já se
fala na candidatura presidencial mais à esquerda desde 1972, ano em que o
progressista George McGovern foi o nomeado democrata, perdendo
rotundamente para Nixon, que viria a obter a reeleição.<br />
<br />
E aqui está a “quadratura do círculo” que Hillary vai tentar cumprir
até 8 de novembro: segurar o pleno do campo democrata e conquistar boa
parte dos republicanos que se recusem a votar Trump.<br />
<h2>
Olhem para a Rust Belt</h2>
Na aceitação da nomeação, Hillary já sinalizou um dos pontos fulcrais
na sua estratégia para a vitória: os estados do Midwest que votaram
fortemente em Obama em 2008 e 2012 e que agora dão sinais de poderem
virar-se para Trump.<br />
<br />
Um dos eleitores-tipo do nomeado republicano é homem, branco,
trabalhador “blue colar”, sem estudos superiores. Ora, isso bate
completamente na faixa dominante em estados como o Ohio, a Pensilvânia e
o Michigan. Em parte também no Wisconsin.<br />
<br />
As sondagens, nas últimas semanas, dão conta de uma subida de Trump
nesses estados, sobretudo nos primeiros três, ameaçando o suposto
favoritismo de Hillary no Midwest.<br />
<br />
Ciente desse risco, a candidata democrata dedicou uma parte do seu
discurso de aceitação aos descontentes desses estados da Rust Belt:
“Alguns de vós estão frustrados – furiosos até. E sabem uma coisa? Estão
certos. Têm razão. Isto não está a funcionar da forma que devia. Os
americanos estão desejosos de trabalhar e sentem que há cada vez menos
respeito pelo trabalho que fazem. E menos respeito por eles, ponto. Os
democratas são o partido da classe trabalhadora. Mas não fizemos um
trabalho suficientemente bom a provar que estamos no caminho certo e que
vamos resolver as coisas. Por isso, quero aqui dizer como conto
fortalecer os americanos, ajudando-os a viverem vidas melhores. A minha
primeira missão como Presidente será criar mais e melhores
oportunidades, com salários a subir aqui mesmo, nos EUA. Desde o meu
primeiro dia no cargo até ao último. Especialmente nos locais que há
muito têm ficado para trás e têm sido esquecidos. Desde as nossas ‘inner
cities’ até às cidades mais pequenas, da Indian Country à Coal Country.
Das comunidades marcadas pela droga às regiões ensombradas pelo fecho
de fábricas”.<br />
<br />
Faltam exatamente 100 DIAS para as eleições presidenciais nos EUA.<br />
<br />
Apertem os cintos, segurem-se bem: a partir de agora, vai valer quase tudo.<br />
</span>
<br />
<br />
<span class="section"></span><a href="http://www.tvi24.iol.pt/internacional/estados-unidos/historias-da-casa-branca-o-momento-de-hillary-clinton"><span class="trel"></span></a>Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-38362016986415738822016-07-31T02:54:00.000+01:002016-07-31T02:54:05.599+01:00Histórias da Casa Branca: sim, ainda podemos<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 28 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
<em>Esperança no lugar da dificuldade;
esperança no lugar da incerteza. A audácia da esperança! América,
fizeste vigorar a esperança nestes últimos oito anos. E agora estou
pronto para passar o testemunho e fazer a minha parte enquanto cidadão
comum. Neste ano, nesta eleição, estou aqui a pedir que se juntem a mim
-- na rejeição do cinismo, na rejeição do medo, para que prevaleça o
melhor de nós; para elegermos Hillary Clinton como próxima Presidente
dos EUA e mostrarmos ao mundo que ainda acreditamos na promessa desta
grande nação. Obrigado por esta incrível caminhada. Vamos continuar a
seguir em frente. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América."</em><br />
<strong>BARACK OBAMA</strong>, Presidente dos EUA, discurso na Convenção de Filadélfia, 27 de julho de 2016<br />
<br />
<br />
<em>"Donald Trump não sabe nada de nada. É o candidato mais mal preparado de sempre."</em><br />
<strong>JOE BIDEN</strong>, vice-presidente dos EUA, discurso na Convenção de Filadélfia, 27 de julho de 2016<br />
<br />
<br />
Foi, provavelmente, o último grande
discurso político de Barack Obama enquanto ainda é Presidente dos EUA. E
foi uma demonstração poderosa e eloquente de como o campo democrata
está unido em torno da necessidade de ajudar Hillary Clinton a derrotar
Donald Trump, a 8 de novembro.<br />
<br />
Depois de Michelle Obama ter definido Hillary como "alguém que nunca
cede à pressão", um "exemplo inspirador" para as suas filhas, e de Bill
Clinton ter rotulado a sua mulher de de "change maker", o
atual inquilino da Casa Branca fez a coisa por menos: "Hillary Clinton é
a melhor candidata possível. Não há ninguém mais qualificado para ser
Presidente dos EUA do que ela. Nem eu, nem Bill: ninguém. Temos a
obrigação de dar o melhor de nós para ajudarmos a elegê-la", destacou
Barack, no palco do Wells Fargo Center, de Filadélfia.<br />
<br />
O Presidente fez questão de expor uma visão otimista, positiva e
confiante do valor e das capacidades da América: "Os EUA são grandes.
Continuam a ser grandes. E não precisamos que Donald Trump nos diga que
somos."<br />
<br />
O mote estava lançado: durante 45 minutos, Obama não só exortou as<span> melhores qualidades daquela que deseja
venha a ser a sua sucessora, como não se coibiu de atacar fortemente o
nomeado presidencial republicano.</span><br />
<br />
<span><span></span></span><br />
E em termos não muito habituais num
Barack Obama geralmente mais moderado na forma e nas palavras. "No mundo
não se entende o que se está a passar nestas eleições. Trump pretende
tirar proveito de tudo o que possa beneficiar, colocando umas pessoas
contra os outros, lançando ideias falsas, para isolar o país do resto do
mundo. Mas os americanos são fortes, já derrotaram comunistas,
fascistas e demagogos", declarou.<br />
<br />
Rejeitou as teses declinistas e negativas de Trump sobre o suposto
enfraquecimento dos EUA nos últimos oito anos e defendeu a herança que
pretende deixar a Hillary.<br />
<blockquote>
<strong><em>Com Hillary Clinton, a América pode ser ainda maior.
Ainda mais forte. Porque nunca houve ninguém tão qualificado como ela
para exercer a função de liderar este grande país"</em></strong>, insistiu Obama.<br />
</blockquote>
A América de Obama é positiva, multilateral e a apontar para a
esperança. Para o ainda Presidente dos EUA, a América de Trump seria
negativa, a jogar com o medo. Luz versus escuridão.<br />
Sem poupar nas palavras, Barack acusou: "Trump pretende uma América
dividida, assustada, com medo. Mas a América ainda é a cidade luminosa
na colina."<br />
<h2>
Luz versus escuridão</h2>
<br />
<br />
Dificilmente assistiríamos a duas
convenções tão distintas e opostas como a que se realizou em Cleveland,
na semana passada, e nomeou Donald Trump, e a que termina esta madrugada
em Filadélfia, com o discurso de aceitação de Hillary Clinton.<br />
<blockquote>
<em><strong>No mundo não se entende o que se está a passar nestas
eleições. Trump pretende tirar proveito de tudo o que possa beneficiar,
colocando umas pessoas contra os outros, lançando ideias falsas, para
isolar o país do resto do mundo. Mas os americanos são fortes, já
derrotaram comunistas, fascistas e demagogos"</strong></em>, declarou Barack Obama.<br />
</blockquote>
No modo assertivo como separou as "extraordinárias qualificações de
Hillary" e o rol de críticas e defeitos que apontou a Trump, Obama quis
deixar a ideia, nesta passagem de testemunho em 2016 após ter sido o
nomeado democrata das convenções de 2008 e 2012 (e a grande revelação na
de 2004, com o discurso de elogio a Kerry que o lançou no plano
nacional e internacional), de que "yes we still can" (sim, ainda
podemos).<br />
Hillary até entrou de surpresa em palco, no fim do discurso de
Barack, e ambos abraçaram-se e agradeceram à multidão em êxtase. Missão
cumprida: estava passado o testemunho.<br />
<h2>
<strong>Fogo intenso sobre Donald</strong></h2>
<h2>
</h2>
Foi um dia de ataques sem piedade dos
democratas a Donald Trump. O discurso de Obama foi, obviamente, o prato
forte, mas houve outras intervenções de relevo, sempre de setas
apontadas ao nomeado republicano.<br />
<br />
Michael Bloomberg, um dos trunfos da candidatura lançados nesta
convenção, arrasou Trump. Chamou-o "mentiroso", "hipócrita", alguém que
"não é de confiança".<br />
<br />
Antigo mayor de Nova Iorque, o milionário independente (primeiro
democrata. depois eleito pelo Partido Republicano quando liderou a
câmara de Nova Iorque, mas entretanto mais próximo dos democratas outra
vez), não hesitou em dar o seu <em>endorsment</em> a Hillary Clinton, porque é "uma pessoa saudável, preparada, que conhece o mundo".<br />
<blockquote>
<em><strong>Deus nos livre de vermos Trump na Casa Branca. Ele não
percebe o execionalismo americano, não tem dimensão para o cargo.
Prefere lançar bombas a resolver problemas"</strong></em>, apontou Bloomberg.<br />
</blockquote>
<span></span><br />
Por registo parecido andou Joe Biden. O
vice-presidente, no seu estilo terra a terra, de quem fala diretamente
com o americano comum, lançou: "Trump não faz ideia do que é ser
Presidente dos EUA". Em tom apaixonado, por vezes agressivo até, Joe
criticou o estilo de Trump, até na forma como Donald aparecia no
programa «The Apprentice»: "Como se pode ter prazer em despedir alguém?
Em privar uma pessoa do seu trabalho?"<br />
<h2>
<strong>Tim marca pontos</strong></h2>
Tim Kaine foi confirmado pela Convenção como candidato a vice no<em> ticket</em>
de Hillary. Aproveitou para dar-se a conhecer no grande palco nacional,
ele que é figura importante no Partido Democrata há vários anos (foi
governador da Virgínia, líder do Comité Nacional e é agora senador) e
também ele marcou pontos ao elogiar Hillary e arrasar Trump ("não se
pode confiar numa palavra que diga").<br />
<br />
<span></span><br />
Jerry Brown, governador da Califórnia, e
Martin O'Malley, ex-governador do Maryland e ex-candidato nas primárias
democratas, protagonizaram outros momentos altos do dia 3, ao
defenderem com convicção e poder cénico o caso de Hillary e a urgência
em travar Trump.<br />
<br />
Tudo num dia em que Donald Trump terá mesmo feito a declaração mais
grave desde que é candidato à presidência: apelou, em plena conferência
de Imprensa, aos russos para que investiguem os emails de Hillary no
Departamento de Estado e, caso os tenham, que os deem "ao FBI e aos
media". Uma atitude prontamente considerada de "irresponsável" não só
por setores democratas, mas também por elementos ligados à Defesa e
Relações Externas.<br />
<br />
Hillary não poupou nas palavras: <em><strong>"Já não estamos no plano da política ou da curiosidade. Isto é um caso de segurança nacional."</strong></em><br />
<b> </b><br />
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-47709015813168427222016-07-31T02:47:00.001+01:002016-07-31T02:47:46.270+01:00Histórias da Casa Branca: ninguém consegue nada sozinho, o recado de Hillary a Donald<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 29 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
<em>Não acreditem em ninguém que diga que ‘eu, sozinho, vou melhorar tudo'. Sozinho? A sério, Donald?<strong> </strong>Ele
está a esquecer-se de cada um de nós. Os americanos não dizem 'eu,
sozinho, vou melhorar tudo'. Nós dizemos que 'nós, juntos, vamos
melhorar tudo' ".</em><br />
<strong>HILLARY CLINTON</strong>, discurso de aceitação da nomeação democrata, Convenção de Filadélfia<br />
<br />
<br />
<img alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEgpBHtjIu_ox6ov7Bav6oVNMO2BkMFluJ9zluGfZXB8mhVqMSh-m5X1U-OUKPsANOprjqqetswF232D_y1RjF49pA0tRLo7WBhtfaWFwE_o2JVdNICt7X94FxImwlFZlLNO6S5xQQ3u0FzMgQLHO2iDfXVncKVMCWJadmGS=s0-d-e1-ft" /><br />
Hillary Clinton não é uma oradora tão brilhante como o seu marido,
Bill, ou como o Presidente Obama. E talvez não tenha a capacidade
inspiradora, fundada numa simplicidade genuína e sem artificialismos,
como tem Michelle Obama, protagonista de um dos momentos mais marcantes
dos quatro dias de Convenção Democrata, em Filadélfia, Pensilvânia.<br />
<br />
Mas foi aos pontos fortes do que é preciso reforçar nesta fase da
corrida, no lado democrata, e atingiu os objetivos na noite mais
importante da sua carreira política: pôs a plateia do Wells Fargo Center
unida e em êxtase, cenário que, no início da semana, se afigurava muito
pouco provável, perante as críticas da "bancada Sanders".<br />
<br />
Durante quase uma hora, o primeiro discurso de aceitação presidencial
com uma voz feminina foi claro: os democratas representam a inclusão,
Donald Trump a divisão; Hillary quer unir, Trump insiste em separar;
Clinton vê progresso no quebrar de barreiras e distâncias, Donald fala
em construir muros e distanciar culturas. Nunca um duelo presidencial
representou diferenças tão fortes.<br />
<br />
Bem à imagem do que sempre foi na vida e na política, Hillary abdicou
do brilho e preferiu a consistência. Fez discurso bem construído, muito
completo, a ir aos pontos essenciais: arrasou Trump; sinalizou estar de
coração com a "plataforma progressista" de Bernie Sanders e vai incluir
ideias dessa ala nas suas propostas para a Casa Branca; abraçou, sem
hesitações, a herança política deixada por oito anos de Presidência
Obama.<br />
<br />
Hillary elogiou os "fantásticos progressos" feitos nos últimos oito
anos, lembrando que Barack herdou "a pior crise dos nosso tempo de vida"
e colocou os EUA "de volta à recuperação económica".<br />
<br />
Mas fez questão de falar, também, para os descontentes que, sobretudo no Midwest, em estados que
podem decidir a eleição geral (Ohio, Pensilvânia, Michigan,
Wisconsin...), têm "razões para se sentir frustrados e até zangados" com
a falta de soluções do poder federal e dos políticos que estão em
Washington.<br />
<br />
Ilibando o Presidente, Hillary tem uma tese para o que está a falhar:
"Nos sítios onde a economia está a falhar, isso acontece porque a nossa
democracia está a falhar". Uma crítica ao clima de impasse e
paralisação que marcou a atitude do Congresso dominado pelos
republicanos nos últimos anos.<br />
<br />
A nomeada democrata enumerou várias razões pelas quais os indecisos e
os eleitores flutuantes ou desconfiados devem escolher a sua
plataforma. Mas dedicou uma boa parte do seu discurso a explicar porque é
que não se deve votar em Donald Trump.<br />
<br />
Arrasou várias diatribes de Donald, sobretudo aquela em que o
candidato republicano disse, na Convenção de Cleveland, que conseguiria
"sozinho" resolver problemas como a pressão migratória.<br />
<br />
«Sozinho? A sério, Donald?», atirou Hillary. A nomeada democrata tinha um recado para o s<br />
seu homólogo republicano: "Ninguém
consegue nada sozinho. Juntos somos mais fortes. Escrevi há 20 anos um
livro com o título 'It takes a village'. Na altura, alguns amigos
perguntaram: 'que raio é que isso quer dizer?'. Nesta fase a resposta é
fácil: é preciso uma comunidade, uma família, um conjunto de atividades
como os professores, os bombeiros, os médicos, para que as coisas
funcionem. Isto só faz sentido de estivermos juntos. Unidos, com
inclusão. Donald Trump diz que resolve as coisas sozinho. Donald, isso
não é possível. <em>'It takes a village'</em>.."<br />
<h2>
<strong>Não, Donald, não sabes</strong></h2>
As críticas a Trump foram mais fundas.<br />
<br />
Hillary não poupou o caráter divisivo do estilo de Donald.<br />
<br />
Acusou-o
de estar a ter atitude indigna para um nomeado presidencial de um grande
partido e alertou os seus apoiantes para os riscos que esta eleição
comporta -- e em como é fundamental dar tudo pela mobilização. “Os
nossos fundadores receberam de braços abertos a verdade inabalável de
que nós somos mais forte juntos. Agora, a América está outra vez num
momento decisivo. Forças poderosas ameaçam-nos com a divisão. Os laços
de confiança estão a fraquejar. E tal como aconteceu com os nossos
fundadores, não há garantias. Temos de decidir se vamos todos trabalhar
juntos para que nos possamos todos erguer juntos.”<br />
<br />
Donald não sabe o que diz quando promete resolver tudo sozinho: eis o
recado que Hillary tinha para dar ao seu rival na noite da aceitação:
“Não estará ele esquecido das tropas na linha da frente, dos polícias e
dos bombeiros que correm em direção ao perigo, dos médicos e enfermeiros
que tratam de nós, dos professores que mudam vidas, dos empreendedores
que veem possibilidades em todos os problemas, das mães que perderam
crianças para a violência e que estão a construir um movimento para
manter outras crianças seguras? Ele está a esquecer-se de cada um de
nós. Os americanos não dizem ‘eu, sozinho, vou melhorar tudo’. Nós
dizemos que ‘nós, juntos, vamos melhorar tudo’.”<br />
A noite do discurso mais importante (e talvez o mais bem construído)
da carreira de Hillary Clinton foi pontuada por outros momentos altos,
como a intervenção apaixonada de Jennifer Granholm, antiga governadora
do Michigan, democrata 'hard', com fortes ligações a setores que estão,
nos estados do Midwest, a hesitar entre Hillary e a
Trump. Jennifer terminou com muito humor e crítica para Trump: "Donald,
Donald... You're so vain. I bet you think this speech is about you..."
<i>(numa alusão à letra de Carly Simon).</i><br />
<br />
O reverendo William Barber protagonizou outro momento forte, com um
discurso poderoso e certeiro, de dez minutos, a mostrar uma América
unida e inclusiva, que não apela ao medo do outro e à ignorância.<br />
<br />
E, claro, houve Chelsea, a única filha de Hillary e Bill, que
apresentou a mãe com um discurso pontuado de memórias pessoais e uma
conclusão forte: "Ela nunca se esquece de quem está a tentar ajudar e
por quem está a lutar. No dia seguinte a ter perdido a batalha pela
Reforma da Saúde, nos anos 90, a minha mãe estava exausta. Mas seguiu em
frente e encontrou formas de continuar a ajudar as crianças que
precisavam de cuidados de saúde. Espero que, um dia, os meus filhos
tenham tanto orgulho em mim como eu tenho na minha mãe: a futura
Presidente dos EUA, Hillary Clinton.»Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-64978033997411677062016-07-31T02:39:00.000+01:002016-07-31T02:39:01.899+01:00Histórias da Casa Branca: Hillary, a «change maker»<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 27 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
Bill Clinton assinou um dos grandes
discursos da Convenção Democrata, contou (como só ele sabe fazer) a
história de como conheceu em Yale, «na primavera de 1971», a mulher que
viria a tornar-se a primeira a ser nomeada presidencial de um grande
partido do sistema.<br />
<blockquote>
<em><strong>Em todos os sítios onde esteve, Hillary mudou as coisas
para melhor. Fê-lo como nunca vi ninguém fazê-lo. Nas atuais
circunstâncias da história, para este momento em concreto, ela é a
melhor candidata possível. A mais qualificada para o que se exige e para
o que é preciso. Hillary é uma change maker."</strong></em><br />
</blockquote>
A plateia da Convenção, que no primeiro dia chegou a ter uma
percentagem grande de descontentes e revoltados pela forma como Hillary
foi beneficiada pelas estruturas do partido, rendeu-se finalmente. Bill,
em discurso poderoso e inspirador, apresentou de forma brilhante o caso
a favor da sua mulher.<br />
E sem nunca precisar de nomear Trump, foi pontuando a sua narrativa
com elogios a Hillary que contrapunham, na perfeição, com os defeitos de
Donald: "Sem se preocupar com as luzes da <span>ribalta, sem saber se havia câmaras de
televisão, Hillary conseguiu mudar as coisas para melhor. E fê-lo sendo
mãe, e sendo esposa, e sendo advogada. Tendo uma carreira profissional e
política."</span><br />
<br />
Noutras "farpas" ao nomeado republicano,
Bill lembrou o trabalho feito por Hillary com mulheres e jovens
deficientes: "Ela puxava pelo melhor deles, mostrando as capacidades que
eles tinham. Não se ria com as deficiências que poderiam apresentar". E
o mesmo em relação ao trabalho feito por Hillary, enquanto senadora, no
Comité de Defesa e Forças Armadas: "Ela sempre soube que os nossos
veteranos de guerra são heróis e são exemplos, não são falhados ou
derrotados".<br />
<br />
Desenvolvendo uma estrutura de discurso muito peculiar, que só ele sabe fazer com aquela mestria, começou no estilo <em>storytelling</em> e
só a meio foi exibindo trunfos e vitórias políticas e profissionais de
Hillary. Cativados pela parte pessoal da história, os delegados
democratas ficaram, assim, mais propensos a aplaudir as partes em que
apareciam os aspetos mais políticos -- uma estratégia brilhante de Bill,
para terminar de vez com as desconfianças do setor progressista, afeto a
Bernie Sanders, com o apoio a Hillary.<br />
<br />
Numa eleição em que Hillary está a ser rotulada de «candidata do
sistema», «herdeira do establishment» e «perpetuada no poder há várias
décadas», em contraponto com um Donald Trump que se reclama a «voz de
quem quer mudar o establishment», esta forma hábil e bem construída de
Bill Clinton apresentar a esposa como uma «change maker» pode ajudar na ideia forte que a
candidata democrata tem que desenvolver nos próximos três meses: a de
que, ela sim, consegue mudar as coisas para melhor, ela sim será a
«change maker» que os americanos pretendem.<br />
<br />
O «caso de Bill» por uma Hillary «change maker» foi o momento alto do
segundo dia ("ela fê-lo em todo os sítios onde passou na vida", repetiu
o 42.º Presidente dos EUA, "acho que se alguém a deixasse um dia num
sítio inóspito e voltasse uns tempos depois, esse local teria ficado bem
interessante e construtivo, graças ao seu poder transformador"), mas
houve também Madeleine Albright, a primeira mulher a chefia a diplomacia
americana (1997-2001, segundo mandato de Bill Clinton) a decretar em
favor de Hillary: <span><em><strong>"Conheço-a há 25 anos e continuo
a ficar impressionada com a sua preparação e capacidade. Não tenho
dúvidas de que ela é a pessoa certa para o cargo de Presidente dos EUA
nesta altura"</strong></em>.</span><br />
<br />
<span><span></span></span><br />
E também Madeleine teve uma «indireta» a
Trump, insinuando que se Donald vencesse Putin se ficaria a rir: "Como é
possível que haja americanos que pensem votar num candidato que diz que
'em matéria de liderança daria um A a Vladimir Putin'?"<br />
<h2>
<strong>«Girl on Fire» - Hillary depois de 44 homens</strong></h2>
Meryl Streep foi ao palco recordar a luta de várias mulheres para
serem as primeiras na história nas respetivas funções. Alicia Keys
cantou «In Common» e antes exortou "os apoiantes de Bernie e os
apoiantes de Hillary a unirem-se finalmente".<br />
<br />
<span></span><br />
Foi o aquecimento para outro grande
momento da noite em Filadélfia: no videowall passaram, de forma rápida,
44 rostos masculinos. O primeiro foi o de George Washington, o último
deles foi o de Barack Hussein Obama. E logo a seguir a verem-se todos os
presidentes da história americana, apareceu em grande plano Hillary
Clinton, impecavelmente penteada e de vermelho, enquanto passava a
música «Girl on Fire».<br />
<br />
O público foi ao delírio, Hillary, em direto e à distância, falou à
Convenção agradecendo a nomeação e lembrando que "se quebrou finalmente o
teto de vidro", numa referência a ser a primeira mulher nomeada. A
candidata deixou de aparecer em grande plano e passámos a ver que ela
estava acompanhada de várias raparigas americanas, de diferentes idades e
origens. "A partir de agora, todas elas podem sonhar com tudo", exortou
Hillary.<br />
<br />
<span></span><br />
Antes disso, na convenção passaram
vários testemunhos de familiares de vítimas ou de sobreviventes do 11 de
Setembro de 2001, para passar a ideia de que Hillary, enquanto senadora
por Nova Iorque,"ajudou e esteve lá sem nunca cobrar por isso". E até
houve críticas à forma como Donald Trump, enquanto grande empresário
nova-iorquino, não ajudou as vítimas do 11 de Setembro, limitando-se a
dizer que "as suas empresas e propriedades não tinham sido afetadas".<br />
<br />
Ao segundo dia, a Convenção rendeu-se a Hillary e ficou a conhecer trunfos que não estava a apontar à candidata democrata.<br />
<br />
Esta noite, o momento alto será de Barack Obama. E espera-se que o
Presidente retribua o apoio de Hillary em 2008 com um discurso em que
explique as razões que o fizeram, desde cedo, apontar a sua antiga
secretária de Estado como a pessoa ideal para o suceder na Casa Branca.<br />
<br /><br />
<br /><br />
<br />
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-82983133766255622232016-07-31T02:33:00.001+01:002016-07-31T02:33:06.980+01:00Histórias da Casa Branca: a Convenção Democrata, do caos à mobilização<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 26 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
No início parecia que iria ser o caos.
Mas o decorrer do primeiro dia da Convenção do Partido Democrata, em
Filadélfia, mostrou um campo democrata com força e capacidade
mobilizadora para se juntar em torno da candidatura de Hillary Clinton,
unidos pelo objetivo comum de derrotar Donald Trump.<br />
<br />
Primeiro a revolta.<br />
<br />
Nas horas que antecederam o arranque dos trabalhos em Filadélfia,
rebentou a bronca: Debbie Wasserman Schultz, líder do Comité Nacional do
Partido Democrata (DNC), anunciou que iria demitir-se após a convenção,
na sequência da revelação, pelo Wikileaks, de 20 mil emails
comprometedores para a suposta neutralidade que era exigida ao DNC, no
duelo pela nomeação presidencial, entre Hillary e Sanders.<br />
<br />
O conteúdo de alguns dos emails era claro ao apontar para
favorecimento dos interesses de Hillary, e para uma tentativa do DNC de
prejudicar Sanders.<br />
<br />
Do ponto de vista da mera análise política, não havia grande
novidade: ao longo do processo de primárias, foi relativamente claro que
o DNC e as elites democratas preferiam Hillary, a <br />
a candidata do «establishment», a
Bernie, o candidato «outsider» e profundamente crítico do «sistema». O
próprio Sanders comentou, numa reação à polémica, que «não foi surpresa
para quem está no nosso campo ver que o DNC estava a fazer tudo para que
Hillary vencesse».<br />
<br />
No campo de Clinton, os alarmes começaram a soar. Robby Mook, diretor
da campanha de Hillary, foi claro na acusação, em entrevista à CNN: «Há
uma ligação direta e de interesses comuns entre a campanha Trump e os
russos».<br />
<br />
Embora a candidata não tenha sido tão explícita nessa tese (em
entrevista conjunta à CBS com o seu candidato a vice, Tim Kaine,
limitou-se a dizer que nada sabia sobre o que o DNC estava a fazer e que
nunca pactuaria com atitude menos éticas), a posição da candidatura
Hillary foi mesmo a de que a Rússia de Putin terá estado por trás das
revelações feitas pelo wikileaks (no «Defense One», associado ao
«Huffington Post», falou-se numa fonte ligada a serviços de inteligência russos).<br />
<br />
Temeu-se o pior nas hostes democratas. Revoltados, os apoiantes de
Sanders assobiavam em plena convenção quando ouviam o nome de Hillary e
defendiam que Tim Kaine, ligado a interesses de Wall Street, deixasse de
ser a escolha para número dois, advogando a entrada do próprio Bernie
para o ticket.<br />
<br />
Mas a tempestade política amainou em Filadélfia com as primeiras intervenções da convenção.<br />
<br />
Elizabeth Warren, uma das campeãs da ala progressista, foi clara, na
«keynote adress», a defender que Hillary Clinton tem toda a legitimidade
na nomeação e merece a unidade do partido. <strong><a href="http://www.tvi24.iol.pt/videos/internacional/bernie-sanders-apoia-firmemente-hillary-clinton-a-casa-branca/579755bf0cf22c4188c4c164">Bernie Sanders</a></strong>,
em intervenção que por certo não esquecerá, chegou a ser assobiado por
alguns dos seus próprios apoiantes, quando apelou de forma clara ao voto
em Hillary, mas defendeu o seu caso com coragem e firmeza: «Donald
Trump é o pior candidato que vi
na minha vida. Temos que o travar. Tem que ser derrotado. Hillary
Clinton é a melhor pessoa para o fazer e merece o nosso voto. Vamos
unir-nos em torno de Hillary!»<br />
<br />
A política, de facto, dá muitas voltas.<br />
<h2>
<strong>Michelle, fantástica</strong></h2>
E houve também Michelle Obama.<br />
<br />
A Primeira Dama assinou um dos
melhores momentos dos últimos anos da política americana, com um
discurso notável, misto de emoção e razão, muito bem pensado, muito bem
construído e muito bem concretizado.<br />
<br />
Mobilizadora, mostrou que os Obama estão com Hillary de coração.<strong><a href="http://www.tvi24.iol.pt/internacional/29-07-2016/michelle-coloca-hillary-num-pedestal-e-bernie-recebe-pedido-de-desculpas"> Michelle terá retribuído</a></strong>,
com este elogio a Hillary, o que Bill fez por Barack há quatro anos (um
dos melhores discursos alguma vez feitos em convenções) e falou de
Hillary como alguém que admira muito porque «nunca desiste e nunca cede à
pressão».<br />
<br />
Falando sempre de Hillary como um exemplo e uma referência, falou nas filhas e em como elas «se inspiram e acreditam» vendo o percurso de uma mulher como a nomeada democrata de 2016.<br />
<blockquote>
<em><strong>Deixem-me dizer-vos que Barack e eu seguimos, em cada
ação, em cada decisão, a mesma abordagem como pais que seguimos nas
nossas vidas como presidente e primeira dama, porque sabemos que as
nossas ações interessam, que as nossas palavras contam, não apenas para
as nossas filhas, mas para as crianças em todo o país"</strong></em>. Mais uma indireta ao comportamento de Donald, mesmo sem ter que referir o nome do adversário dos democratas nesta eleição.<br />
</blockquote>
Numa atitude pacificadora e de união, Michelle elogiou a atitude de
Hillary após ter perdido a renhida disputa de 2008 para Barack, deixando
esse exemplo como inspiração para o que deve acontecer nos democratas
desta vez: «Hillary sabe que há interesses comuns bem superiores à vontade e à ambição política pessoal».<br />
<br />
Depois de horas de tumulto e revolta, nada melhor para uma junção de
vontades e corações no campo democrata, entre os seguidores de Hillary e
os apoiantes de Sanders, do que o discurso sábio, ponderado e certeiro
de Michelle Robinson Obama.<br />
<br />
Houve quem suspirasse por uma futura carreira política da ainda
Primeira Dama, depois desta demonstração de classe no palco de
Filadélfia. Mas Michelle, por várias vezes, já explicou que não quer
mesmo que esse seja o seu destino.<br />
<br />
Oito anos na Casa Branca já lhe chegaram. E os EUA, como ela muito
bem diz, continuam a ser um país de futuro.<br />
<br />
Aconteça o que acontecer.Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-73929469065461155032016-07-31T02:24:00.004+01:002016-07-31T02:24:46.471+01:00Histórias da Casa Branca: Ted estragou a Donald o seu circo de horrores<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 22 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
<b><span></span></b><br />
<blockquote>
<b>
<strong>"Pus baton num porco. Arrependo-me profundamente disso"</strong>TONY SCHWARTZ, autor do livro «The Art of The Deal», sobre o sucesso empresarial de Donald Trump.<br />
<br />
</b></blockquote>
<b>
<blockquote>
<strong>Somos melhores do que isto"</strong>, HILLARY CLINTON, presumível nomeada presidencial democrata, reagindo ao discurso de aceitação de Donald Trump.<br />
<br />
</blockquote>
<blockquote>
<strong>Aqueles que me estiverem a ouvir, por favor, não fiquem em
casa em novembro. Se amam o vosso país e amam os vossos filhos tanto
como sei que amam, ajam e falem, e votem em consciência em candidatos em
que confiem para defender a Liberdade e a fé na nossa Constituição"</strong>, TED
CRUZ, senador do Texas, segundo classificado nas primárias
republicanas, na Convenção de Cleveland, em discurso em que se recusou a
apoiar Trump, terminando sob forte pateada da assistência fiel a Donald</blockquote>
<br />
</b><br />
Não foi propriamente uma «Convenção
Republicana», aquilo a que se assistiu nos últimos quatro dias em
Cleveland, Ohio, em pleno estado do Midwest, um dos quatro ou cinco mais
influentes para a eleição geral (a par da Florida e um pouco mais
importante ainda do que a Pensilvânia, a Virgínia ou o Wisconsin).<br />
<br />
Foi mais a coroação em forma de espetáculo – ou não fosse o nomeado
um produto da exposição televisiva de programas do estilo «The
Apprentice» -- de um candidato com um estilo demagógico, populista e
baseado num carisma pessoal com traços ditatoriais, que em nada de
inscreve na tradição do velho Partido Republicano.<br />
<br />
A investidura de Donald Trump é um dos pontos mais baixos (provavelmente, o mais baixo até) da alta política americana.<br />
<br />
Sinaliza um desconforto claro de uma boa parte do eleitorado em
relação do sistema de poder e às regras, tantas vezes disfuncionais, que
têm marcado o estilo de governação em Washington.<br />
<br />
É uma vergonha para o Partido Republicano. Para a sua história e para a elite que o tem <br />
dominado. Um falhanço rotundo para
candidatos que tinham tudo para ser viáveis (muito dinheiro incluído…),
como Jeb Bush ou Marco Rubio.<br />
<br />
Mas é, também, um aviso sério a todo o sistema político americano – democratas incluídos.<br />
<h2>
<strong>A coragem de Ted Cruz</strong></h2>
<b><span></span></b><br />
<br />
Ted Cruz, segundo classificado nas
primárias, tinha uma espécie de «wild card»: se apresentasse, de
surpresa, o seu apoio a Donald Trump nesta convenção, poderia ajudar os
republicanos a uma união de última hora.<br />
<br />
Mas não foi nada disso que aconteceu.<br />
<br />
Num ato muito corajoso, Ted enfrentou um coro de assobios e deixou
bem claro, no palco da Quicken Loans Arena, que não só não apoia Donald
como apela aos americanos a que <em><strong>"votem em consciência"</strong></em>.<br />
<br />
Saiu pateado, a mulher precisou de escolta para abandonar o recinto –
mas pode ter marcado pontos importante para ser o nomeado presidencial
republicano em 2020, caso se confirme a derrota de Donald a 8 de
novembro.<br />
<h2>
</h2>
<h2>
Oportunidade para Hillary</h2>
Confirmada que foi a nomeação presidencial de Donald Trump, pende,
nos próximos 109 dias, uma responsabilidade tremenda sobre os ombros de
Hillary Clinton: essa mesmo, a de evitar o inimaginável, uma Presidência Donald Trump.<br />
<br />
<br />
A futura nomeada do Partido Democrata (será confirmada na próxima
semana na Convenção de Filadélfia, na Pensilvânia, outro estado chave
para a eleição geral) parece já ter obtido uma plataforma política com
Bernie Sanders e ala esquerda do partido, mas a unidade do campo
democrata pode não ser suficiente nesta eleição tão atípica.<br />
<br />
O "circo de horrores" em que se transformou a Convenção de Cleveland
pôs a nu a divisão insanável em que caiu a Direita americana.<br />
<br />
E isso é, obviamente, uma oportunidade para a candidatura de Hillary,
que poderá captar uma fatia de 10 a 15% de eleitores republicanos,
atendendo ao que se passou na Convenção.<br />
<h2>
</h2>
<h2>
Questão de família</h2>
Trump fez da sua própria convenção um assunto de família.<br />
<br />
O protagonismo maior foi para Melania, a terceira mulher, que logo ao primeiro dia lançou a polémica ao plagiar ex<span></span><br />
certos do discurso de Michelle Obama na Convenção Democrata de 2008; a
Ivanka, a filha de 34 anos, fruto da relação com Ivana, que apresentou o
pai ao terceiro dia; do filho Donald Jr., de 38 anos, que se mostrou,
na verdade, mais bem preparado e esclarecido do que o próprio
pai-candidato.<br />
<span>
Basta fazer um esforço de memória para concluir que houve uma
tremenda ausência de figuras principais nesta convenção, comparando com
conclaves anteriores dos republicanos.<br />
<br />
Faltaram os Bush (George HW e George W, os dois únicos presidentes
republicanos vivos), faltou Romney, faltou McCain (os dois últimos
nomeados presidenciais republicanos), faltaram os Paul (Ron e Rand).<br />
<br />
Vimos um Giuliani zangado e estranhamente agressivo, a capitalizar a
carta do «efeito securitário» e a comparar abusivamente Trump e Reagan;
um Scott Walker a tentar aproveitar a falta de primeiras linhas para
tomar o palco (ele que desistiu precocemente das primárias, quase em
forma de protesto pela atenção excessiva que já era dada a Trump…); um
Chris Christie a tentar minimizar danos, assumindo-se como o «cão de
ataque» contra Hillary Clinton, quase a exigir a prisão da futura
nomeada democrata.<br />
<br />
Perdeu-se o centro, perdeu-se o discernimento, desapareceu a moderação
do discurso político republicano, a avaliar pelo tom e pelo registo
(quase sempre ressentido, às vezes violento até) que se viveu na
Convenção de Cleveland.<br />
<br />
Prevaleceu uma via populista, simplista, com generalizações
perigosas, que associou perversamente o crime aos refugiados e à
imigração, sem qualquer respeito pela verdade ou preocupação com o rigor
estatístico (Trump prometeu «aumentar a segurança nos lares e nas ruas
da América», sendo que o crime contra pessoas e contra a propriedade tem
descido, de forma sustentada e ininterrupta nos últimos anos; prometeu
aumentar o dispositivo policial, sendo que os efectivos de segurança
aumentaram 8% na era Obama…)<br />
<h2>
O lado «dark» da América</h2>
<br />
O discurso de aceitação de Donald Trump teve até um ‘canto de
sereia’, com o aceno à comunidade LGBT – certamente para disfarçar o
registo esse sim real de Donald contra as minorias sexuais e tentando,
talvez, insinuar que perante a «ameaça islâmica», o Presidente Trump
defenderia essas minorias da visão intolerante de alguns muçulmanos
radicais contra os homossexuais.<br />
<br />
Mas esse ponto pouco mais foi do que um «fait divers» no discurso de Trump.<br />
<br />
Donald insistiu na tecla securitária, na crítica à «desonesta
Hillary» e na ameaça do ISIS, que "Obama e Hillary foram incapazes de
suster".<br />
<br />
Prometeu mais segurança, travar os imigrantes ilegais, fechar
fronteiras. Desenhou uma América protecionista, em claro contraponto com
a visão de distensão, abertura e multilateralismo que marcaram os anos
Obama/Hillary/Kerry, na Casa Branca e no Departamento de Estado.<br />
<br />
Uma narrativa <em>"dark"</em>, por vezes assustadora, que pintou uma
América bem pior do que ela realmente é e que anunciou um quadro
económico e social mais crítico do que, verdadeiramente, existe.<br />
<br />
Em política, e sobretudo na ato por vezes mais emocional do que racional de votar, as perceções contam mais do que a realidade.<br />
<br />
A estratégia do medo resultou nas primárias. Mas… será que vai dar
hipóteses reais a Donald Trump de derrotar Hillary Clinton na eleição
geral?<br />
<br /></span><br />
<br />Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-6625477081133108132016-07-31T02:17:00.001+01:002016-07-31T02:17:44.251+01:00Histórias da Casa Branca: a boa aluna e o vendedor de ilusões<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 25 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
A boa aluna ou o vendedor de ilusões?<br />
<br />
A primeira mulher ou o primeiro não-político a mandar na Casa Branca?<br />
<br />
A candidata que está há quase quatro décadas a preparar-se para este
momento, somando um currículo impressionante e quase imbatível, ou o
multimilionário que nunca foi a votos mas se gaba de ter torres e aviões
com o seu nome?<br />
<br />
Dificilmente se poderia imaginar duelo tão improvável para se definir
a sucessão de Barack Obama na Casa Branca -- e seria quase impossível
encontrar dois rivais tão diferentes na história pessoal, nas
características de liderança e no comportamento público.<br />
<br />
Hillary Diane Rodham Clinton ou Donald John Trump, um dos dois será o 45.º Presidente dos Estados Unidos da América.<br />
<br />
Hillary é aplicada, rigorosa, profunda e trabalhadora.<br />
<br />
Foi sempre das melhores alunas da turma no brilhante percurso escolar e académico que <br />
teve.<br />
<br />
Como senadora, dominava de forma
notável os dossiês. Enquanto secretária de Estado, bateu todos os
recordes de países visitados e horas de avião somadas por um «US
Official» em serviço. E aproveitou ao limite as oportunidades políticas
que lhe apareceram para criar uma carreira pessoal, por ter casado com
Bill Clinton, o 42.º Presidente dos EUA.<br />
<br />
Donald é sanguíneo, demagógico, autoritário e populista.<br />
<br />
Gaba-se de ser politicamente incorreto e não tem qualquer
preocupação com a verdade. Muda de opinião sobre pessoas, temas e
atitudes – e consegue sobreviver incrivelmente com isso. Utiliza à
exaustão o argumento de que se foi capaz de gerar fortuna pessoal pelo
sucesso que tem tido nos negócios, poderá conseguir fazer o mesmo com os
EUA, uma vez na Casa Branca.<br />
<br />
Os trunfos de Hillary são os pecados de Donald. Mas no que Hillary
tem falhado (falta de carisma e capacidade mobilizadora), Trump está a
mostrar-se assustadoramente eficaz.<br />
<h2>
<strong>Origem, estilo e princípios: um mundo de diferenças</strong></h2>
Nascida em Chicago, a 26 de outubro de
1947, Hillary Clinton, que será investida como nomeada presidencial
democrata na Convenção que hoje começa em Filadélfia, é formada em
Ciência Política, em Wellesley, e em Direito, em Yale.<br />
<br />
<em><strong>«Não nasci primeira-dama nem senadora. Não nasci
democrata. Não nasci advogada nem defensora dos direitos das mulheres e
dos direitos humanos. Não nasci esposa nem mãe. Nasci americana no meio
do século XX, num tempo e num local afortunados. Fui livre de fazer as
minhas escolhas, que não estavam à disposição das gerações anteriores de
mulheres no meu próprio país e são inconcebíveis para muitas mulheres
do mundo de hoje. Cresci na crista de uma tumultuosa mudança social e
participei nas batalhas políticas que se travavam sobre o significado da
América e o seu papel no mundo. O meu pai nasceu em Scranton,
Pensilvânia, filho do meio de Hugh Rodham Sr. e de Hannah Jones. Do lado
da mãe, vinha de uma linha de mineiros galeses do carvão, de cabelo
preto. Tal como Hannah, era manhoso e, por vezes, rude, mas quando se
ria o sonho vinha lá do fundo e parecia envolver todas as partes do
corpo. Herdei o riso dele, a mesma grande gargalhada enrolada que pode
fazer virar cabeças num restaurante e afugentar os gatos de uma sala.
Fui educada para amar o meu Deus e o meu país, para ajudar os outros,
para </strong></em><br />
<em><strong>para proteger e
defender os ideais democráticos que inspiraram e guiaram pessoas livres
durante mais de 200 anos. Esses ideais foram incutidos em mim desde que
tenho memória. Em 1959, queria ser professora ou física nuclear. Os
professores eram necessários para “formar jovens cidadãos” e sem eles
não teríamos um “grande país”. A América precisava de cientistas porque
os ”Russos têm cerca de cinco cientistas para cada um dos nossos”. Mesmo
nessa altura, eu era totalmente um produto do meu país e dos seus
tempos, absorvendo as lições da minha família e as necessidades da
América enquanto pensava no meu próprio futuro»</strong></em>, escreve Hillary em «A Minha História», livro autobiográfico.<br />
<br />
Natural de Nova Iorque, filho do empresário Fred Trump e de Mary Anne
MacLeod, Donald Trump, nomeado como candidato presidencial republicana
na Convenção de Cleveland da semana passada, tem ascendência alemã, por
parte dos avós paternos, e escocesa (a mãe nasceu na Escócia em 1912).<br />
Casado pela terceira vez, a primeira mulher, Ivana, é checa, e a terceira e atual, Melania, é eslovena.<br />
<br />
Tantas influências estrangeiras na vida
pessoal de Donald não deixam de ser irónicas para o agora candidato
republicano que promete «fechar fronteiras», «retirar os EUA da
Organização Mundial do Comércio» e «impedir a entrada de refugiados e
imigrantes ilegais».<br />
<h2>
<strong>Já foram amigos e são quase da mesma idade</strong></h2>
Têm quase a mesma idade (Hillary completa 69 anos a 28 de outubro, Donald completou 70 no passado dia 14 de junho).<br />
<br />
E, sim, até já foram amigos (ou, pelo menos, aliados de conveniência).<br />
<br />
Donald, hoje o campeão da crítica «aos políticos da elite de
Washington», financiou durante vários anos os Clinton, para obter
vantagens assumidas nos negócios.<br />
<br />
É já célebre a fotografia que junta Donald e Melania com Bill e
Hillary, no dia casamento dos Trump, a 22 de janeiro de 2005, em Palm
Beach, Florida.<br />
<br />
A junção, na altura, não causava grande estranheza: Bill era um
ex-presidente que sempre contou com o financiamento de Donald Trump,
Hillary era senadora por Nova Iorque, o estado onde
Donald sempre manteve mais negócios, e na altura já se falava numa
possível candidatura presidencial da ex-Primeira Dama.<br />
<br />
Em 2007, numa altura em que se perspetivava um duelo «nova-iorquino»
nas presidenciais de 2008 entre Hillary Clinton e Rudy Giuliani
(antecipação precipitada, claro, porque meses o duelo seria entre Barack
Obama e John McCain), Donald Trump até dizia preferir Hillary a Rudy,
em entrevistas televisivas que deu.<br />
<br />
O tanto que mudou no cenário político americano desde aí chega a ser difícil de perceber na sua total dimensão.<br />
<br />
Mas há que puxar o filme um pouco atrás para se compreender como é que Hillary e
Donald são, hoje, os rivais improváveis que prometem protagonizar uma
das campanhas mais feias e violentas das últimas décadas na política
americana.<br />
<h2>
<strong>Uma história difícil de compreender</strong></h2>
Os anos Obama levaram a um extremar de posições da Direita americana.<br />
<br />
O Partido Republicano, em crise de identidade há uma década (desde o
final a pique do segundo mandato presidencial de George W. Bush),
começou a ganhar aversão a políticos do «establishment» e mais focados
no centro político, e passou a estar cada vez mais vulnerável a
aventuras populistas.<br />
<br />
<span></span><br />
O
Tea Party, movimento que reivindica o «regresso» do poder ao povo
americano, numa crítica acérrima às práticas de Washington, baseando as
suas posições numa leitura literal, quase bíblica, da Constituição
americana, fletiu a agulha ideológica do Partido Republicano para um
extremo, fazendo secar o centro e a moderação.<br />
<br />
Se, em 2012, Mitt Romney, o único candidato do «establishment», ainda
conseguiu obter a nomeação (embora sem conseguir gerar grande
entusiasmo das bases republicanas e depois de umas primárias em que se
viu forçado a dizer coisas muito mais radicais do que eram as sua
ideias), em 2016 o panorama resvalou para uma situação quase surreal.<br />
<br />
Donald Trump, multimilionário com um império na área dos media e do
imobiliário, dono da Trump Organization e da Trump Entertainment
Resorts, simboliza, para muitos, o sonho americano levado ao paroxismo.<br />
<br />
A sua fortuna colossal não lhe garantiu um percurso imaculado nos
negócios: já declarou quatro vezes bancarrota desde o início dos anos
90, mas sempre com um plano para regressar ainda mais em grande. América
no seu estado mais cru, no melhor e no pior.<br />
<br />
Figura do «mainstream» mediático há várias décadas na América, foi,
no entanto, sempre associado ao mundo empresarial e, mais recentemente,
também do espectáculo televisivo.<br />
<br />
Truculento, agressivo, exibicionista, Donald Trump gaba-se de ter uma personalidade dominadora e arrogante.<br />
<h2>
<strong>Dois modos de chegar à nomeação</strong></h2>
Durante anos, a ideia de concorrer à presidência era encarada quase como uma piada.<br />
<br />
Inconsequente, Donald foi democrata nos anos 90, independente no
início do século XXI (até tentou candidatura presidencial pelo Partido
Reformista, em 2000) e aproximou-se dos republicanos, na última década.<br />
<br />
Em 2012, ainda ensaiou um avanço nas primárias republicanas, surfando
a onda dos «birthers» (um conjunto de almas perturbadas que garantiam
que Barack Obama não podia ser presidente dos EUA porque teria nascido…
no Quénia).<br />
<br />
Depois de mais de um ano a aguentar um punhado de aleivosias lançadas
em público, Obama entendeu que já chegava e mandou libertar o
certificado de nascimento do Hospital de Honolulu, no Hawai, onde
obviamente nasceu a 4 de agosto de 1961.<br />
<br />
Sem conseguir grande «buzz» nos media ou nas sondagens, Trump acabou
por nem aparecer nos primeiros estados das primárias republicanas de
2012.<br />
<br />
Apenas quatro anos depois, o mesmo Trump arrasou toda a concorrência e ganhou claramente a nomeação republicana.<br />
<br />
Bem diferente foi a via de Hillary até à nomeação democrata de 2016.<br />
<br />
Republicana até aos primeiros anos da idade adulta, influenciada pelo
pai e por ter conhecido o Presidente Nixon na Casa Branca num prémio
que venceu por ser das melhores alunas do país, Hillary chegou a ser
líder dos jovens republicanos de Wellesley e trabalhou para a campanha
de Barry Goldwater, candidato presidencial republicano de 1964, que
viria a perder para Lyndon Johnson.<br />
<br />
Mas o movimento dos Direitos Cívicos, muito mais ligado aos
democratas, e o ano conturbado de 1968 (assassinatos de Martin Luther
King e de Robert Kennedy, presença americana na Guerra do Vietname),
foram decisivos para a viragem ideológica de Hillary.<br />
<br />
Democrata a partir daí, foi solidificando posição ligadas aos
direitos das crianças e das mulheres. O casamento com Bill Clinton
tornou-a não só uma advogada democrata de dimensão regional como uma
eventual estrela política no plano nacional.<br />
<br />
Como mulher do mais jovem governador de estado da América, como
responsável pela reforma da saúde nos anos 90 durante a Administração
Bill Clinton, como senadora por Nova Iorque ou como secretária de
Estado, Hillary Clinton é, há 40 anos, uma política com credenciais
alargadas e constantemente postas à prova.<br />
<br />
Se as eleições de 8 de novembro fossem um teste ao currículo e ao
conhecimento político e técnico dos candidatos, Hillary já teria ganho.<br />
<br />
Mas a escolha de um Presidente dos EUA tem muito mais de emocional do que racional.<br />
<br />
E só daqui a 106 DIAS é que ficaremos a saber quem vai mesmo suceder a
Barack Hussein Obama no cargo político mais poderoso do mundo. Ainda.<br />
<i></i><br />
<br />
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-12879276409496286822016-07-31T02:04:00.002+01:002016-07-31T02:04:44.115+01:00Histórias da Casa Branca: o momento de Hillary Clinton<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 24 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<b> </b><br />
<br />
<div class="section">
<span>
Hillary Rodham Clinton,
que completa 69 anos a 28 de outubro (quando faltarem apenas 11 dias
para a eleição geral), será investida, na semana que hoje começa,
candidata presidencial do Partido Democrata, na Convenção de Filadélfia.<br />
<br />
Será, finalmente, a nomeação oficial de uma mulher que esteve
pertíssimo de obter tal distinção dos democratas em 2008, mas perdeu por
muito pouco para o grande fenómeno político surgido nesse ano que já
nos parece um pouco longínquo: Barack Obama, o atual Presidente dos EUA,
agora em reta final do segundo mandato na Casa Branca.<br />
<br />
A política americana não é pródiga em planos de longo prazo. O seu
elevado grau de imprevisibilidade geralmente impede esse tipo de
horizontes alargados.<br />
<br />
Mas o que assistiremos nos próximos dias, com a nomeação da primeira
mulher a ser escolhida por um grande partido do sistema para candidata a
presidente (até hoje só duas entraram em «tickets», mas como candidatas
a vice-presidentes, a democrata Geraldine Ferraro em 1984 e a
republicana Sarah Palin em 2008), consolidará um caso notável de um
plano gizado a uma distância de oito anos, ao mais alto nível, entre o
atual Presidente dos EUA e a futura nomeada presidencial democrata para
2016.<br />
<h2>
<strong>Um acordo cumprido à risca</strong></h2>
Depois de uma luta acesa e muito disputada, durante um ano e meio --
entre Barack e Hillary -- Obama obteve mesmo a nomeação em 2008, fruto
de uma campanha muito eficaz na recolha de delegados, apesar de Hillary
até ter tido mais votos (ambos próximos dos 18 milhões, com diferença
pequena, favorável a Clinton).<br />
<br />
Custa muito conceder a derrota numa situação destas, e após uma
caminhada tão longa e pontuada de conquistas históricas, mas Hillary
Clinton conseguiu manter o discernimento.<br />
<br />
E soube ver a longo prazo, algo que, na sua vida de quase sete
décadas (e mais de 30 anos de participação pública, como advogada,
activista na defesa dos direitos das mulheres e das crianças, como
mulher de governador, Primeira Dama, responsável pela reforma da saúde
nos anos 90 durante a Administração Bill Clinton, senadora por Nova
Iorque ou como secretária de Estado) fez por várias vezes.<br />
<br />
Hillary percebeu que só teria a perder se prolongasse a «guerra» com
Obama e teria tudo a ganhar se se juntasse ao futuro nomeado democrata
de 2008.<br />
<br />
Teve atitude exemplar na forma como ajudou Barack a derrotar McCain e
festejou entusiasticamente a eleição histórica, a 4 de novembro de
2008, do primeiro negro para a Presidência dos EUA.<br />
<br />
Num «armistício» assinado com requinte, Obama convidou Hillary para
chefe da diplomacia americana e terá aceite a condição da sua ex-rival e
a partir daqui aliada: só faria um mandato, ficaria liberta a partir do
início de 2013 para preparar a sua segunda candidatura nas primárias
democratas, desta vez com um estatuto de «nomeada antecipada».<br />
<br />
Para completar o círculo deste notável acordo Obama/Clinton, o Presidente daria apoio claro a Hillary para 2016.<br />
<br />
Numa realidade com tantas surpresas como a política americana (quem
imaginaria Trump nomeado pelos republicanos?), todos os pontos deste
acordo iniciado algures pelo verão de 2008 estão a ser notavelmente
cumpridos.<br />
<br />
E a verdade é que o apoio de Obama a Hillary terá tido, até, maiores efeitos políticos do que ambos antecipariam há uns anos.<br />
<h2>
<strong>O efeito Bernie</strong></h2>
Porque o «cisne negro» desta caminhada, aparentemente fácil, de
Hillary para a nomeação em 2016 foi um senador septuagenário, que até há
pouco tempo nem sequer era democrata (dizia-se socialista, embora
votasse geralmente com a bancada democrata no Capitólio, com estatuto de
independente).<br />
<br />
Bernie Sanders prestou um serviço a Hillary e ao Partido Democrata:
se Clinton tivesse estado sozinha ou sem um adversário forte durante
quase dois anos, estaria hoje politicamente desgastada e correria o
risco de ver vertida para o campo republicano (e de Trump…) a fação de
descontentamento que, claramente, se manifestou nesta eleição.<br />
<br />
Com Sanders, os insatisfeitos com o «establishment» à esquerda
permaneceram no campo democrata e deram a Bernie uma votação
absolutamente histórica: perto de 13 milhões de votos nas primárias
democratas (quase tantos como os que teve Trump, nomeado por larga
distância no lado republicano, e só menos 3.5 milhões que os que teve
Hillary).<br />
<br />
O senador do Vermont demorou algumas semanas a aceitar o óbvio –
Hillary iria mesmo ser a nomeada – mas uma visita à Casa Branca terá
sido crucial: depois de uma conversa com o Presidente, Sanders foi
persuadido por Obama no sentido de vir a apoiar Hillary, para que, de
forma alguma, pudesse vir, daqui a uns meses, a ser acusado de ter sido
cúmplice de uma eventual eleição de Donald Trump.<br />
<br />
Hillary chega, assim, à Convenção de Filadélfia com o partido unido: algo que Trump nem por sombras poderá anunciar.<br />
<br />
Enquanto, do lado republicano, Donald, ao seu estilo, achou «lindo»
que os seus apoiantes tenham pateado Ted Cruz («apenas» o segundo
classificado nas primárias do GOP), no campo democrata, e depois de uma
disputa bem acesa e por vezes azeda, Sanders diz agora que «Hillary
Clinton é a melhor candidata possível e tem tudo para conseguir bater
Donald Trump»).<br />
<h2>
<strong>Tim Kaine para consolidar o centro</strong></h2>
Feito um acordo político com Bernie Sanders (que deverá ser refletido
através de propostas progressistas na plataforma a apresentar na
Convenção de Filadélfia), Hillary Clinton foi… Hillary Clinton na forma
como escolheu o seu candidato a vice-presidente.<br />
<br />
Deixando para trás a hipótese Elizabeth Warren (talvez a pessoa mais
bem preparada do campo democrata e campeã da ala progressista, mas com o
problema de, sendo mulher, fazer com Hillary um eventual ‘ticket’ cem
por cento feminino, algo que o eleitorado americano ainda não
aceitaria), Hillary optou por Tim Kaine, antigo governador da Virgínia e
atual senador em representação daquele importante estado para a eleição
geral.<br />
<br />
Com 58 anos, Tim situa-se na faixa central do Partido Democrata. Tido
como um moderado, pode ajudar Hillary a seduzir eleitores republicanos e
independentes, que se recusem a votar em Trump.<br />
Fluente em espanhol (já viveu nas Honduras), reforça o pendor
«hispânico» e «latino» do ticket democrata. Antigo líder do Comité
Nacional do Partido Democrata, faz a ligação aos governadores e também
aos congressistas (faz parte do Senado).<br />
<br />
Não exala carisma, é relativamente discreto, mas não desperta antipatias e tem fama de ser um político<em> ‘soft’</em>
(«Vanilla nice», chamou-lhe Annie Karni, no Politico). E mantém uma
aura de invencibilidade que até a Hillary impressiona: «Tim nunca perdeu
uma eleição e não vai ser desta que isso vai acontecer», lança a
candidata.<br />
<br />
Sendo eleitoralmente forte na Virgínia, Tim pode ajudar Hillary a
manter para o lado democrata um estado que esteve 44 anos fora do
alcance dos nomeados presidenciais do partido, mantendo-se republicano
desde Lyndon Johnson até Obama, que venceu na Virgínia em 2008 e 2012.<br />
<br />
As sondagens apontam Hillary com muito boas hipóteses de bater Trump
na Virgínia, algo que deve ser reforçado após a nomeação de Kaine para
candidato a vice. E há ainda o efeito de vizinhança: Tim é bem visto na
Carolina do Norte, estado que Obama venceu em 2008, mas perdeu para
Romney em 2012.<br />
<br />
Hillary espera competir com Trump na Carolina do Norte – e caso vença
neste estado e também na Virgínia, dificilmente perderá a oportunidade
de se tornar na primeira mulher a chegar à Casa Branca.<br />
<br />
E Tim, por
arrasto, ficará como seu número 2.<br />
<em></em></span><a class="showButton" href="http://www.tvi24.iol.pt/internacional/estados-unidos/historias-da-casa-branca-o-momento-de-hillary-clinton" style="background-color: #32c1ce;"></a><a href="http://www.tvi24.iol.pt/internacional/eua/historias-da-casa-branca-ninguem-consegue-nada-sozinho-o-recado-de-hillary-a-donald"><span class="trel"><span class="dateRel"></span></span></a><a class="section" href="http://www.tvi24.iol.pt/sociedade"></a></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-45691905185316470702016-07-31T02:02:00.001+01:002016-07-31T02:02:11.588+01:00Histórias da Casa Branca: o abismo americano e a tentação do passo em frente<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT. A 23 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
O discurso de aceitação da nomeação
presidencial de Donald Trump mostrou um candidato a apelar a uma visão
sombria e erradamente catastrófica do estado da América e das suas
relações com o resto do mundo.<br />
<br />
O «reality check» prova que os EUA estão muito melhores do que o
agora nomeado presidencial republicano quer fazer crer: o desemprego
está a menos de metade pico da crise em 2010 (4.9%), os Estados Unidos
estão hoje muito mais independentes em termos energéticos do que estavam
há uma década (e isso é mérito das duas Administrações Obama); o
petróleo árabe, iraniano ou venezuelano conta, por isso, muito menos, na
balança comercial norte-americana; até os preços das casas, que caíram a
pique com a crise do subprime em 2009 e demoraram anos a recuperar, dão
mostras de alguma subida.<br />
<br />
Nem tudo está perfeito na economia americana, mas a criação contínua
de emprego em toda a era Obama e aposta em novas tecnologias dão conta
de que os EUA, mesmo após a crise, continuam a ser um país de referência
nos mais diversos setores da produção, da inovação, da investigação e
do desenvolvimento.<br />
<br />
No plano externo, e apesar das inquietações crescentes ao nível das
novas formas de terrorismo a que temos assistido nos últimos meses, a
verdade é que os EUA continua a ser um ator
fundamental: já não conseguem decidir tudo sozinhos, mas nenhuma grande
questão mundial é deslindada sem a intervenção americana – seja a
contenção nuclear (acordo com o Irão e novo tratado START com a Rússia),
as alterações climáticas, a aproximação a Cuba ou o processo de paz no
Médio Oriente (Israel e Autoridade Palestina continuam a ver os EUA como
único mediador fiável e determinante, independentemente de estarmos em
fase política de maior ou menor tensão).<br />
<br />
Nas relações comerciais, os grandes acordos internacionais (os tais que Trump promete rasgar para <br />
para… «fazer outros melhores») têm tido
nos EUA de Obama o seu pivot fundamental: foi assim com o TPP (Acordo
Transpacífico), está a ser com o TTIP (mega acordo com a Europa, cujas
negociações têm sido promovidas pelo Presidente Obama desde o início de
2014 e que terão agora, com o inesperado «Brexit», o seu momento
definidor, tendo em conta que o principal parceiro dos EUA na UE se
prepara para sair do barco europeu).<br />
<br />
Mesmo a ameaça económica chinesa, fantasma tantas vezes acenado pelo candidato Trump, tem <br />
que ser vista em perspetiva.<br />
<br />
Os anos Obama foram marcados bem mais por uma aproximação do pelo afastamento com Pequim.<br />
<br />
A ascensão económica da China, comportando riscos, tem também grandes oportunidades que, de forma demagógica, Trump camufla<b>.</b><br />
<br />
Por outro lado, essa ascensão, sendo
espetacular em termos absolutos na última década, tem vindo a decrescer
um pouco em percentagem nos últimos anos, o que pode sinalizar algumas
fragilidades no modelo de crescimento chinês.<br />
<br />
E a verdade é que, nos últimos três ou quatro anos, a recuperação
económica encetada pelos EUA de Obama levaram a que as empresas
americanas fossem consideradas, pela primeira vez na última década, mais
atrativas para o investimento estrangeiro do que as empresas chinesas.<br />
<h2>
<strong>As perceções contam mais que a realidade</strong></h2>
Ou seja: uma análise fria e desapaixonada das grandes tendências
mostra-nos que, embora com algumas bolsas de preocupação, os EUA
continuam a ser maior potência mundial em todos os grandes domínios:
militares, económicos, tecnológicos, sociais.<br />
<br />
O ponto fraco da herança Obama neste plano macro será o modo
incompleto como as guerras em que os americanos estavam metidos no
início da presidência foi conduzido (saída por concluir do Afeganistão e
do Iraque) e, sobretudo, a forma como o poder americano se revelou
incapaz de prever o crescimento da ameaça do ISIS e de o eliminar (promessa que, na verdade, o Presidente Obama já fez em setembro de 2014).<br />
<br />
Trump está a ser um ás no modo como passa a mensagem de que, com
Obama (e Hillary) «os Estados Unidos ficaram mais fracos e perdem em
todo o lado», uma simplificação grosseira do que realmente tem
acontecido no terreno (no Iraque e na Síria, o Daesh tem perdido, mês
após mês, posições, dinheiro e território, em boa parte pelos
bombardeamentos da coligação liderada pela Administração Obama).<br />
<br />
O jogo das perceções, que neste capítulo é bem mais poderoso do que a
análise da realidade concreta, aponta para que Obama, o presidente da
contenção e do retraimento americano, seja «fraco» para o universo
trumpiano, que admira bem mais um estilo Putin de lidar com os problemas
do mundo.<br />
<br />
<span></span><br />
<h2>
<strong>«Dark America» e o pesadelo americano</strong></h2>
A «dark America» com que Trump nos quis assustar nos últimos dias em
Cleveland (a manchete de sexta do Huffington Post sentenciava um
pesadelo nacional: ‘American Nightmare’) revela um candidato que,
demagogicamente, manipula factos e números, jogando, de forma
habilidosa, com um instrumento eleitoral extremamente poderoso: o medo.<br />
Será melhor ignorar e desvalorizar? Claro que não.<br />
Isso seria repetir erros políticos dramáticos que foram cometidos, na
época de primárias, por candidatos como Jeb Bush, Marco Rubio ou Ted
Cruz.<br />
Não é exagero e convém não poupar na adjetivação do que sucedeu, nos
últimos meses, num dos dois partidos chave do sistema político
americano: Donald Trump raptou o Partido Republicano. Tomou-o de
assalto, abafando outras tendências e correntes de pensamento politico
que se pensava serem muito mais sólidas do que na verdade são.<br />
Lançou o medo, a raiva, o ressentimento e o ódio como sentimentos
dominantes num partido que chegou a ser uma referência no respeito pela
diferença e na afirmação de valores fundacionais da América.<br />
«É o Partido de Donald Trump, agora», sentencia Shirish Dáte, no Huffington Post.<br />
Jonathan Cohn, também no Huff Post, foi mais longe: «Foi um discurso assustador e perturbador. Tenham medo. Tenham muito medo».<br />
Jason Linkins, editor do «Eat the Press», apontou: «Se há alguém que
está, neste momento, a unir o Partido Republicano é Hillary Clinton, não
Trump.<br />
Reações notadas na convenção, como o movimento «Stop Trump», as
«Mulheres Republicanas por Hillary» ou o discurso corajoso de Ted Cruz
dão nota do caráter quase bizarro com que a investidura de Donald se
revestiu.<br />
<h2>
<strong>Cuidado: estamos em 2016</strong></h2>
Mas 2016 está a ser, a todos os títulos, um ano atípico e imprevisível na política internacional.<br />
E isso chegou de forma mais relevante do que muitos achariam (o autor
destas linhas incluído) ao modo como o processo de sucessão de Barack
Obama está a acontecer.<br />
<br />
A desunião do campo republicano levaria, supostamente, a uma fragilização clara de Donald Trump para o ataque à eleição geral.<br />
<br />
Com cerca de um quarto ou um terço do partido a pôr-se de fora, Trump
correria o risco de perder apoios fundamentais para desenhar uma rota
eleitoral de triunfo sobre Hillary Clinton – para mais quando, do lado
democrata, a paz interna entre as diferentes correntes parece estar
assegurada, com o acordo Hillary/Bernie a garantir a ala esquerda e a
escolha de Tim Kaine para «vice» a satisfazer os setores mais centristas
e mais ligados ao poder institucional (Tim foi governador, foi líder do
Comité Nacional do partido e é atualmente senador, a câmara alta do
Congresso).<br />
<br />
Uma tendência que deverá ter confirmação na Convenção Democrata de
Filadélfia, a arrancar esta segunda, numa oportunidade clara que Hillary
Clinton tem de mostrar que é uma candidata muito mais sustentada e
consistente do que o seu opositor para novembro.<br />
<br />
Mas as grelhas de análise e de antecipação, em 2016, têm mesmo que ser postas em causa.<br />
<br />
A forma como Trump chegou à nomeação republicana foi uma espécie de «quanto pior melhor».<br />
<br />
Romney, seu antecessor no estatuto de nomeado, não o apoia e diz que
Trump não é digno e não tem dimensão para ser candidato, pelas coisas
que diz e pelo comportamento que revela? Donald não quer saber e, na
verdade, Romney «até foi um candidato falhado que perdeu por muitos para
o Presidente Obama em 2012, certo?»<br />
<br />
Perante esta lógica de pensamento, que supostamente não deveria
colher em política mas que, na verdade, se revelou muito proveitosa
eleitoralmente para Trump nas primárias republicanas, fica difícil
antecipar cenários.<br />
<br />
Resta esperar que a tal tentação que muitos americanos parecem
revelar de… dar o passo em frente na iminência do abismo que seria a
eleição presidencial de Donald Trump não seja dominante a 8 de novembro.<br />
<br />
Hillary Clinton, muito mais bem preparada nos temas cruciais e com
uma experiência política acima de qualquer suspeita, terá nos próximos
dias a sua grande prova de fogo: encontrará, na convenção que a vai
nomear, a narrativa ideal para atacar da melhor forma a eleição geral?<br />
<br />
Faltam 108 DIAS para as eleições presidenciais nos EUA.<br />
<br />
<br />
<br />
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-65398126781656806162016-07-31T01:55:00.001+01:002016-07-31T01:55:49.801+01:00Histórias da Casa Branca: o velho Partido Republicano morreu<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 20 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<br />
O Partido Republicano, pelo menos da forma como o conhecíamos, morreu.<br /> <br /> Dito assim, parece excessivo e despropositado.<br /> <br />
Afinal de contas, os republicanos dominam, neste momento, as duas
câmaras do Congresso (têm maioria na House desde 2010 e passaram também a
controlar o Senado em 2014), têm a maioria dos governos de estados e
mantêm algumas hipóteses de sonhar com a <strong><a href="http://www.tvi24.iol.pt/pesquisa/Casa+Branca">Casa Branca</a></strong>, já no próximo mês de novembro.<br /> <br /> Mas quem assista ao espetáculo degradante que tem sido a coroação de <strong><a href="http://www.tvi24.iol.pt/pesquisa/Donald+Trump">Donald Trump</a></strong> como nomeado presidencial na Convenção de Cleveland, Ohio, percebe a dimensão simbólica da frase com que este texto começa.<br /> <br />
Quem ainda valoriza uma certa ideia tradicional do que era o «Grand Old
Party», partido de Lincoln e Reagan, por certo se indigna com o que se
tem passado, por estes dias, no palco da Quicken Loan Arena.<br />
<br />
É difícil antever o que virá a seguir a Trump - mas por muito que a
discussão interna seja redentora, torna-se complicado antecipar um
cenário animador.<br /> <br /> Sem primeiras <span>linhas a apoiá-lo (Bush pai, Bush filho,
Mitt Romney, John McCain, Jeb Bush, ninguém se prestou ao papel de
aparecer ao lado do excêntrico multimilionário; mesmo Paul Ryan só está
lá porque é o anfitrião do partido, mas está a fazê-lo com traços de
quem está contrariado), Donald Trump tem-se divertido a fazer o que
gosta mais: ficar com o palco todo, tornando a Convenção Republicana --
momento que devia ser de união e exaltação de todo um partido com
correntes diversas, em torno do máximo denominador comum – numa cena
deprimente em estilo ‘ditador soft’, versão populista e egocêntrica que
em nada se inscreve na tradição diversa dos grandes partidos na América.<br /> <br /> E isso já está a refletir-se na (fraca) qualidade política dos discursos desta convenção.<br /> <br /> <strong><a href="http://www.tvi24.iol.pt/internacional/convencao-republicana/as-semelhancas-entre-a-mulher-de-trump-e-michelle-obama">Melania</a></strong>, candidata a Primeira Dama, protagonizou a primeira «bronca» do certame do Ohio.<br /> <br />
Num sinal de puro amadorismo da equipa que apoia os Trump (certamente
sem o aval do «staff» mais profissionalizado do partido), a mulher de
Donald leu, no arranque da Convenção, um discurso que continha excertos
que plagiavam, de forma descarada, a intervenção de </span>Michelle Obama na Convenção Democrata de 2008.<br /> <br /> Erro incrível para um grau de exposição mediática desta dimensão.<br /> <br />
Outra polémica teve a ver com a música escolhida por Donald para
exaltar as suas entradas em palco: os Queen recusam-se a autorizar que o
«We Are The Champions» seja associado a este momento degradante da alta
política americana.<br /> <br /> Estes sinais de total descolagem entre os
Trump e «establishment» terão, obviamente, consequências terríveis para
o «Grande Old Party».<br /> <br /> O problema já começou na escolha do número dois.<br />
<br />
Ninguém do «establishment» aceitaria entrar num «ticket» liderado por
Trump e, assim, Donald terá que se contentar com um cinzento Mike
Pence, demasiado colado à ala Tea Party (mas que, pelo menos, oferece
algum interesse eleitoral, por ser governador do estado do Indiana).<br />
<span></span><br />
Trump
garante que não se importa com o «divórcio» com a elite republicana –
afinal de contas, o seu sucesso nas primárias viveu da crítica a quase
todos os elementos que a compõem.<br /> <br /> A estratégia de Donald
parece ser falar diretamente às bases, mostrando que ele, sim, soube
interpretar o profundo descontentamento sentido, nos últimos anos, por
boa parte do <a href="http://www.tvi24.iol.pt/pesquisa/Hist%C3%B3rias+da%20Casa%20Branca"><strong>eleitorado americano</strong></a> em relação ao «business as usual» de Washington – não só na política, mas também no mundo empresarial.<br /> <br />
A nomeação de Trump – já confirmada esta madrugada – é o triunfo de um
«pós-Tea Party», de características autoritárias e populista, misto de
carisma pessoal com aproveitamento da exposição mediática.<br /> <br /> Mas
é mais do que isso: é uma bofetada gigantesca no «establishment», uma
espécie de grito coletivo de «you’re fired!» a políticos como Jeb Bush,
Chris Christie ou Marco Rubio.<br /> <br /> Aguarda-se com alguma expetativa o discurso de aceitação de Trump.<br />
<br />
O tom conciliatório de Melania, e relativamente tradicional de Mike
Pence, podem servir apenas de ‘canto de sereia’: não se prevê, de forma
alguma, que Donald Trump tente contrariar a sua natureza.<br /> <br /> 2016, do lado republicano, será recordado como o ano da raiva e do ressentimento.<br />
<br />
O ambiente pesado, super tenso, por vezes a roçar a violência, que
tem dominado os comícios de Trump e até esta Convenção Republicana de
Cleveland, dá conta do profundo mal-estar que se instalou nos espíritos e
nas mentes da Direita americana.<br />
<br />
O centro político está esvaziado (alguns nomes equacionam,
secretamente, votar em Hillary, outros recusam-se, em público, a apoiar
Trump).<br />
<br />
A direita religiosa (que perdeu estas primárias a toda a linha,
perante o fracasso de candidatos como Mike Huckabee, Rick Santorum ou
Rick Perry) tentou até à última evitar Trump, colocando as fichas todas
em Ted Cruz (um 'outsider' na própria bancada republicana no Senado).<br />
<br />
Mas não deu para travar o desastre: Trump sentou-se no espaço
evangélico (do qual era completamente alheio até há poucos meses) e
assumiu todas as credenciais de um partido que, de modo algum, deveria
ser o seu.<br />
<br />
É muito mais do que uma divisão política: trata-se de um terramoto
que fez fragmentar qualquer tese de união do velho conservadorismo
americano.<br /> <br /> Tem tudo para acabar mal.<br /> <br /><em></em><br />
<br />
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-65041068321702043112016-07-18T03:55:00.004+01:002016-07-31T01:56:44.625+01:00Histórias da Casa Branca: Trump e os seus queridos inimigos<div class="MsoNormal">
<b><br /></b>
<b>TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.IOL.PT, A 18 DE JULHO DE 2016:</b><br />
<b> </b><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"></span><br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;">«As pessoas pensam
que Trump é estúpido, mas ele não é nada estúpido. Pelo contrário. Há cinco
anos ele ainda falava a linguagem típica da um investidor de Wall Street, com
formação académica. Agora fala a linguagem de quem nem completou a educação básica.
É assim que ele consegue que alguém num bar, ouvindo vagamente a televisão,
exclame: “Olha, aquilo sou eu a falar"»</span><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"><b>TIMOTHY GARTON ASH, historiador e professor em Oxford</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span></div>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nesta estranha corrida
presidencial norte-americana, a semana que hoje começa promete ser das mais
desconcertantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Donald Trump, o mesmo que
durante meses andou a insultar e injuriar os principais candidatos à nomeação
republicana, vai mesmo ser confirmado como… candidato nomeado pelo Partido
Republicano à presidência dos Estados Unidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Só na América? Talvez. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas num ano particularmente
assustador nas tendências que tem mostrado na política internacional (Brexit a
vencer no Reino Unido; Marine Le Pen a ameaçar liderar a corrida presidencial
de 2017 em França; terrorismo islâmico a aumentar na sua ameaça em solo
europeu; Turquia em golpe e contra-golpe de Erdogan ainda por explicar), todos
os cenários devem ser equacionados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A nomeação presidencial de
Donald Trump abalou por completo os pilares do Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O velho Grand Old Party,
referencial de Lincoln, Teddy Roosevelt, Reagan ou Bush pai, foi durante
décadas o farol de valores como a coesão, o respeito pela diferença e uma
crença de que, nos EUA, há lugar para todos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os dislates que o Tea Party
foi propagando nos últimos anos já estavam a alterar essa perceção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas o sucesso de Donald
Trump anunciou um «novo normal» preocupante para a Direita americana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os republicanos, em 2016,
abdicaram de candidatos do sistema. Puseram para trás referenciais
conservadores, anti-impostos e até religiosos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com Trump, prevaleceu uma
via populista, autoritária, demagógica, que vai ao sabor do vento e em nada se
preocupa com a coerência nas propostas e até nos discursos feitos no passado
recente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E isso terá efeitos tão
significativos para a política americana, mesmo que Trump não ganhe a eleição
geral em novembro, que ainda não se consegue avaliar bem a dimensão do
fenómeno. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Trump é «muito à direita»? <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nalgumas coisas parece, na
forma como fala, em tons desrespeitosos e depreciativos, das minorias – essas
mesmo, que ao longo de décadas, fizeram da América um espaço de Liberdade,
multiplicidade e diferença. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas noutras não será assim
tanto: quem viu os (infindáveis) debates das primárias, ainda com dezena e meia
de candidatos, percebeu que Donald era (talvez só a par do governador do Ohio,
John Kasich) dos poucos que advogava a progressividade fiscal, contrastando
assim com o «mantra» que vigorou nos republicanos, nos últimos anos, de serem
contra qualquer subida de impostos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A questão é que o que Donald
disse há meio ano ou há nove meses já não interessa grande coisa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ele desdisse quase tudo o
que chegou a lançar nas primárias – e também já recuperou algumas das ideias
que havia retirado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A coerência não faz parte
dos trunfos da bizarra candidatura presidencial republicana de 2016. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Trump tem outras apostas: a
crítica acérrima ao «establishment» e aos «políticos que têm falhado as
obrigações de Washington».<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A forma como o
multimilionário justificou a escolha de Mike Pence, 57 anos, governador do
Indiana, para seu vice-presidente diz tudo sobre esse foco: </span><i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">«Tenho de ser sincero, uma das
razões mais importantes por que escolhi Mike foi a unidade do partido. Muita
gente falou da unidade do partido. Eu sou um 'outsider' e quero ser um
'outsider', porque acho que foi uma das razões por que ganhei por larga margem».<o:p></o:p></span></i><br />
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBSBq_DSCKNeOjld3oEmahT0n8-3Z4v6rmtjkxTlJUI1uiwTKKX9o4rsP19_OR9_pQuPxpspeDBllR61r9uHHLvugGTyCazFJcaWhT1_-AluBu4y_uo7dgvQTKif70__GfQe9YbXQasyc/s1600/trump_pence.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBSBq_DSCKNeOjld3oEmahT0n8-3Z4v6rmtjkxTlJUI1uiwTKKX9o4rsP19_OR9_pQuPxpspeDBllR61r9uHHLvugGTyCazFJcaWhT1_-AluBu4y_uo7dgvQTKif70__GfQe9YbXQasyc/s320/trump_pence.jpg" width="320" /></a></div>
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">É esta a grande contradição do processo de
escolha do Partido Republicano para as presidenciais de 2016: o que fez Donald
Trump ganhar é o mesmo que expõe os problemas do GOP.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><b>Como resolver esta quadratura do círculo? <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">A Convenção de Cleveland, Ohio, que arranca esta
segunda-feira e se prolonga até quinta, pode desvendar alguns destes mistérios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Será possível vermos Trump a…dormir finalmente
com os seus queridos inimigos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Não se prevê fácil a vida de Donald nos
próximos dias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Mitt Romney, candidato presidencial republicano
em 2012, continua a dizer que não vai apoiar Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">John McCain, escolhido em 2008, já foi muito
crítico de Donald (sobretudo depois de Trump ter sido incrivelmente deselegante
com ele, ao dizer que não gosta de «falhados» e quem sofre ferimentos numa
guerra «é um falhado), acabou por admitir que apoiará Donald, mas apenas porque
«seria disparatado não perceber qual foi a escolha popular» e porque «os
sucessos de Trump e Sanders nas primárias dão conta de uma distância
preocupante entre os eleitores e os congressistas e senadores e temos que
perceber esses sinais». <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVTY1AGBjTGGs-IeDHVboNvUzjeKfN3BZTvEleowoevhveusWYJhSxo5n5Gay7_SCbCddYoCD-B5rtjo-LipwZFUOhyphenhyphenTBN8EhCJ-QeawGaK0HDmDdrQ3B4JrjA7ma3uo4_vNY7VnYLpJ4/s1600/mccain.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVTY1AGBjTGGs-IeDHVboNvUzjeKfN3BZTvEleowoevhveusWYJhSxo5n5Gay7_SCbCddYoCD-B5rtjo-LipwZFUOhyphenhyphenTBN8EhCJ-QeawGaK0HDmDdrQ3B4JrjA7ma3uo4_vNY7VnYLpJ4/s1600/mccain.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Mas os únicos presidentes republicanos vivos,
Bush pai (1989-1993) e Bush filho (2001-2009), seguem a via de Romney e também
se recusam a votar em Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Para já, pelo menos, só um antigo nomeado
presidencial republicano declarou apoio público inequívoco a Trump: Bob Dole,
que perdeu de forma clara, em 1996, para o então Presidente Bill Clinton. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><b>É pouco. </b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Muito pouco, mesmo, tendo em conta que
Dole há muitos anos que deixou de contar verdadeiramente no grande palco da
política americana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Mas, lá está, há um efeito perverso nesta
análise. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">O sucesso de Donald nas primárias, como o
próprio gosta de propagandear, foi ter-se descolado completamente das figuras
habituais do Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Valerá esta ideia na eleição geral? Correrá
Trump o risco de perder parte do eleitorado republicano para Hillary?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por enquanto, as sondagens dão uma distribuição
relativamente clássica: cerca de quatro em cinco eleitores democratas vai votar
em Hillary; perto de três em quatro republicanos acabarão por votar em Donald. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Há dois fatores que podem ajudar a definir a
questão para novembro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Se Bernie Sanders, que depois de semanas de
hesitações, finalmente fez um claro «endorsment» a Hillary (com a candidata ao
lado), conseguir disciplinar o seu desalinhado eleitorado para o campo de
Clinton (evitando tentações anti-sistema que poderiam beneficiar Trump) e se
Hillary conseguir segurar a «maioria Obama de 2012», feita de coligações de
quatro segmentos nos quais Trump continua a ter muitas dificuldades em penetrar
(jovens, mulheres, negros e hispânicos), então aí a tendência para 8 de
novembro pode virar-se claramente a favor da futura nomeada democrata.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Esse fluxo, diga-se, ainda não se verificou por
completo: Hillary mantém-se à frente nas sondagens nacionais, mas com um intervalo
de 4 a 7 pontos – não completamente esclarecedor, portanto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">E na batalha por estados, há alguns sinais em
territórios decisivos, como o Ohio, a Florida e a Pensilvânia, que apontam para
um quase empate. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Faltam <b>113 DIAS</b> para as eleições presidenciais
nos EUA. <o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-4812611235652475712016-06-24T21:30:00.004+01:002016-06-24T21:46:58.926+01:00Histórias da Casa Branca: Brexit, o ‘cisne negro’ que pode salvar a candidatura Trump?<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">«Os ingleses
recuperaram o seu país. Isso é uma coisa boa. Outros vão querer seguir o mesmo caminho. E vão querer ter política monetária. Vão querer ter um país»<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">DONALD TRUMP, a reagir
na Escócia ao triunfo do «Brexit»<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">«Respeitamos a escolha
do Reino Unido. Estes tempos de incerteza reforçam a necessidade de uma
liderança clara e forte dos Estados Unidos»<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">HILLARY CLINTON, na
reação, em comunicado no Twitter, à vitória do «Brexit»<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #252525; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">«O povo
do Reino Unido pronunciou-se e nós respeitamos a sua decisão. A relação
especial entre os EUA e o Reino Unido é duradoura e a presença do Reino Unido
na NATO continua a ser um pilar fundamental na política económica, de segurança
e internacional dos Estados Unidos»</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #252525; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">BARACK
OBAMA, Presidente dos EUA, na reação ao Brexit, dias depois de ter avisado, em
Londres, para os perigos dessa «relação especial» estar em risco se o «sim»
vencesse… como venceu</span></b><b><span style="color: #252525; font-family: "georgia" , serif;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1xQCHfILMWMVsfRgGF2mOf3l0cu7tS-UP800htgJkjxeTgxU1ZZUbXjLTYqoc1DL0xZm_RWZc5xnRuZiOlymegnpi1E_l0xB2oauDOTX_1oNr7ZqbqshtfphT36HhSGMnCrxKGB7jmv0/s1600/obama-brexit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1xQCHfILMWMVsfRgGF2mOf3l0cu7tS-UP800htgJkjxeTgxU1ZZUbXjLTYqoc1DL0xZm_RWZc5xnRuZiOlymegnpi1E_l0xB2oauDOTX_1oNr7ZqbqshtfphT36HhSGMnCrxKGB7jmv0/s320/obama-brexit.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">As últimas duas semanas correram muito mal a
Donald Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Hillary Clinton resolveu finalmente o problema
matemático para chegar à nomeação, contendo a ameaça Sanders (o septuagenário
Bernie até já admite que vai votar na antiga secretária de Estado de Obama, que
tanto criticou nos últimos meses) e focando-se, finalmente, no ataque a Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A pressão da elite republicana aumentou, no
sentido de contestar a escolha dos eleitores nas primárias, numa última
tentativa de travar a nomeação de Trump na Convenção de Cleveland – e até
surgiu um movimento de cerca de 400 delegados que, apesar de estarem supostamente
presos à fidelidade dos resultados nas urnas, parecem dispostos a quebrar a
tradição e não votar mesmo em Donald, o que poderia pôr em dúvida a investidura
do multimilionário como candidato presidencial.<o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdrS16WVTiEHX76mNBCOUc06kvqF60xqd-mclLc8QnCNB7YfPMqn94CvcYMTrP181_4nr3tQm_KL1cQ0LtNBLwIxh-sbdHr6VqI0pVOLE7iAJlY0u10Adurpm4PjmszJ2dXrQJV7JNr0Q/s1600/trump_brex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdrS16WVTiEHX76mNBCOUc06kvqF60xqd-mclLc8QnCNB7YfPMqn94CvcYMTrP181_4nr3tQm_KL1cQ0LtNBLwIxh-sbdHr6VqI0pVOLE7iAJlY0u10Adurpm4PjmszJ2dXrQJV7JNr0Q/s320/trump_brex.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Os números de maio revelaram diferenças enormes
na capacidade de angariação de fundos nas duas campanhas: Hillary com mais de
40 milhões de dólares recolhidos; Donald apenas 1,3 (num sinal óbvio de que os
financiadores tradicionais dos republicanos ainda não conseguiram engolir o ‘sapo’
Trump).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A forma exagerada, primária e simplista como
Donald reagiu ao massacre de Orlando caiu mal até no eleitorado republicano,
que não viu em Trump o líder à altura de acontecimento tão dramático.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mais relevante que todos os dados anteriores, Hillary
descolou nas sondagens nas últimas três semanas, depois de uma fase em que
Trump estava quase a apanhar a democrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Os últimos números deram Hillary com vantagens
entre os 5 e os 12 pontos nas sondagens nacionais e vantagens em quase todos os
estados decisivos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Hillary aquecia os motores para capitalizar a
ideia de que teria tudo para ganhar claramente em novembro, frente a um
opositor mal-amado por grande parte dos republicanos e que, em recente
sondagem, é rejeitado por sete em cada dez eleitores americanos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Trump, cercado e em risco de ver crescer ameaça
real de chegar à Convenção e ver outra solução preparada para o travar, já
preparava mudança de estratégia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Despediu há dias o seu diretor de campanha, Corey
Lewandowski (um dos grandes mentores do estilo feroz e de ataque a tudo e
todos, entre media e políticos), e preparava-se para tentar uma nova via, menos
desalinhada e capaz de segurar os mínimos para uma nomeação tranquila.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">«Turning point» mas… quanto?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas, já se sabe, uma corrida presidencial nos EUA
dá muitas voltas. A quatro meses e meio da decisão, muita coisa pode ainda
acontecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O que poderia recolocar Trump na rota de uma
candidatura forte, depois daqueles meses de desvario em que, nas primárias
republicanas, bastou capitalizar os falhanços sucessivos dos políticos do ‘establishment’?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Um grande atentado em solo americano, com planos
gizados pelo ISIS? Doença súbita de Hillary Clinton?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Para além destas duas hipóteses trágicas (embora
ambas possíveis em teoria de suceder até novembro), muito pouco mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Ora, dentro desse «muito pouco», há sempre alguns
‘cisnes negros’ que podem aparecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Pois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A questão é que ontem mesmo, 23 de junho, pode
ter aparecido uma dessas improbabilidades estatísticas mas que, por existirem,
têm que ser introduzidas na equação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Não é que o «Sim» dos britânicos à saída da União
Europeia fosse assim tão inesperado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUhlcb6WthTHorL1j_97eZIU-8YdS_4ZLCtlBuCzJMHL5FmrXWihtcse0x1zSoz_P2bhf1aB2tPpcj7xNJMSFnPtaf_5uf2u5FDIPYCOM-7QQFiRa5qzJK_Sh-4Pzi9vzk8k3YS76-7hY/s1600/brex3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUhlcb6WthTHorL1j_97eZIU-8YdS_4ZLCtlBuCzJMHL5FmrXWihtcse0x1zSoz_P2bhf1aB2tPpcj7xNJMSFnPtaf_5uf2u5FDIPYCOM-7QQFiRa5qzJK_Sh-4Pzi9vzk8k3YS76-7hY/s320/brex3.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Empurrão para Donald<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas a conjugação de fatores políticos a ela
associada, essa sim, parece gerar uma «tempestade perfeita», no timing e nas
consequências, em favor da narrativa que Donald Trump pretende corporizar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Pode ser, para o multimilionário nova-iorquino,
um grande momento, como ele bem gosta, de «<i>eu
bem que tinha avisado».<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Reforça a ideia de que os ventos estão para a
penalização das elites políticas, do ‘status quo’ partidário, do ‘business as
usual’ das instituições oficiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Alimenta a ilusão que está a ser vendida pelo
futuro nomeado republicano de que a solução para os perigos internos da América
está no fecho de fronteiras, na hostilidade para o tudo o que vem «de fora», no
recuo do multilateralismo promovido nos anos Obama/Biden/Hillary/Kerry e num
regresso a um protecionismo guiado pelo medo mas sem qualquer fundamentação
real. <o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0t5gXFLLA7HfGcvTc8ICkFxcXVgy3XQGNJYx5i1tJz3Xd910OBqYXfADQKpzrMCzDufZBaWc-yoVFYjipACUGYg86uEnWJ3I9kD5C2LkjFA4cJPucTtBAcqjNJmg6mf42PxVcIBxw8f0/s1600/brex4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0t5gXFLLA7HfGcvTc8ICkFxcXVgy3XQGNJYx5i1tJz3Xd910OBqYXfADQKpzrMCzDufZBaWc-yoVFYjipACUGYg86uEnWJ3I9kD5C2LkjFA4cJPucTtBAcqjNJmg6mf42PxVcIBxw8f0/s320/brex4.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O modo como Donald tem falado de «mexicanos»,
«muçulmanos» e «centenas de milhares de refugiados sírios» não é muito diferente
(apenas um pouco menos subtil) do que fizeram, nos últimos quatro meses, Nigel
Farage, Boris Johnson e outros defensores do <i>«Leave UK from EU».<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Curiosamente (ou talvez não), Trump estava, esta
manhã, a chegar à Escócia, para inaugurar um campo de golfe que deu polémica. E
cantou vitória, referindo que <i>«os
ingleses recuperaram o seu país e isso é uma coisa boa». <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Hillary outra vez com o papel mais difícil<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">Num tema como este, em que o fator medo foi
decisivo para a decisão (saberão os ingleses que fora do Reino Unido estão bem
menos «protegidos» da pressão migratória, por exemplo?), o discurso fácil e
populista de Trump é muito mais passível de ter colhimento do que,
propriamente, uma análise completa e multifacetada de tão complicado problema.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYdBFtYUOr80CnBJP0tSI4kbea585iEoQV_LyLjNBzdZaewsrue0CkBWJYGH6W0hLYudhp40-iPYbk9G9k-bwweSEPBspQk5qt6rw3QGBKB-0DDbSD0HtL1PErot-KNQPMzJcaVCwy8ic/s1600/hillbrex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYdBFtYUOr80CnBJP0tSI4kbea585iEoQV_LyLjNBzdZaewsrue0CkBWJYGH6W0hLYudhp40-iPYbk9G9k-bwweSEPBspQk5qt6rw3QGBKB-0DDbSD0HtL1PErot-KNQPMzJcaVCwy8ic/s320/hillbrex.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O papel mais difícil volta, assim, a caber a
Hillary Clinton.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sem ceder à emoção do momento, a presumível
candidata democrata mostrou respeito pela decisão do Reino Unido, insistiu na
«velha aliança EUA/Reino Unido, que não sairá abalada», mas assumiu que «<i>se vivem tempos de incerteza».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">«Uma liderança experiente na Casa Branca é fundamental»</span></i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">, avisou, numa clara bicada à total falta de experiência política e/ou de
chefia militar de Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O mundo precisa, em momentos destes, «de uns
Estados Unidos liderantes e fortes», diz Hillary, reforçando a visão que sempre
manteve, quando liderava o Departamento de Estado, sobre o papel dos EUA no
mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Até se percebe a ‘nuance’ em relação a uma visão
mais ‘declinista’ de Obama, que aponta mais o foco no «realismo de contenção»,
mas falta saber se Hillary consegue vencer a tal barreira do «medo»: no momento
do voto, quem verão os americanos mais no papel de «líder forte para uma
América forte»? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Não será o discurso simplista de Trump de «Make America
Great Again» mais apetecível para um eleitorado assustado?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Depois do «Brexit», o ítem «medo» galgou mais
umas posições na lista de prioridades, certamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Aguardam-se com (muita) expetativa as primeiras sondagens
que já apanhem o pós-Brexit.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Nunca é bom desvalorizar o lado imprevisível dos
duelos presidenciais na América.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Faltam 137 DIAS para as eleições presidenciais
nos EUA.<o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-48838665023370537272016-06-16T23:13:00.003+01:002016-06-16T23:21:36.456+01:00Histórias da Casa Branca: o fator medo <div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">«Somos liderados por
um homem que ou não é duro nem esperto, ou tem outra coisa em mente. As pessoas
não conseguem acreditar que o Presidente Obama age da forma como age e que nem
sequer menciona as palavras ‘terrorismo radical islâmico’. Passa-se alguma
coisa. É inconcebível»<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">DONALD TRUMP, a acusar
Barack Obama, após o massacre de Orlando<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">«Não vou declarar ‘guerra’
a uma religião. Os líderes da nossa nação têm que tirar o que aconteceu do
plano partidário. É o momento de toda a gente se unir e homenagear quem morreu
nesta tragédia, apoiar quem sofre diretamente com isto e tentar perceber o que
podemos fazer»<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">HILLARY CLINTON, entrevista
telefónica ao «Today News», após o massacre de Orlando<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;"> </span></i><i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;"> </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">«Na América, é mais
fácil comprar uma arma do que obter um divórcio, tirar a carta de condução ou conseguir
um animal doméstico».</span></i><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;">Peça informativa no
site da CNN<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.5pt;"> <b> <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin: 9pt 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Desde a confirmação da nomeação republicana de
Donald Trump que já se tinha percebido que esta corrida presidencial de
novembro de 2016 iria ser marcada pelo fator medo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O massacre de Orlando, num ato que envolveu
mistura explosiva de carga religiosa, possível terrorismo islâmico radical e
sentimentos homofóbicos, veio <b>agravar esses receios.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A candidatura Trump tem-se alimentado no pasto do
descontentamento com o sistema político de Washington e uma noção, <b>um pouco
primária</b>, de que os anos Obama fizeram enfraquecer a posição da América no
mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTXs5Fkn0TbebCJqL_87m2tscOJjZssv0Xod1jtI2hOfxmKEj26nlYPhZLbk2oVDEwqx8WE5dfxgLcQw5MfuApXg0qhvbHxfunaUuXIv9anWVmAb-oz2aFkPtdMusZShbB7WaiEVkK-ms/s1600/trump3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTXs5Fkn0TbebCJqL_87m2tscOJjZssv0Xod1jtI2hOfxmKEj26nlYPhZLbk2oVDEwqx8WE5dfxgLcQw5MfuApXg0qhvbHxfunaUuXIv9anWVmAb-oz2aFkPtdMusZShbB7WaiEVkK-ms/s320/trump3.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O <i>«make
America great again» </i>tem tanto de demagógico como de poderoso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b>Demagógico</b>, obviamente, porque uma análise atenta
aos dados fundamentais mostra-nos que os EUA nunca deixaram de ser grandes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Em alguns aspetos (taxa de desemprego,
independência energética, exploração das renováveis), <b>os anos Obama reforçaram
a posição da América, não a enfraqueceram. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg5SqZH8JES6TCOFCeAOYglNMcE9UqLNRLPl9EAw78UyYAJxkxiin1wFumgjcZgdneeuhIABoRwlkY2p7zAM5YOzb9nGljHA56TrbW2UYZhyphenhyphenf7QogaafDvaUHWRXqJtaZiWurZGKNr-0s/s1600/barack_obama-415x260.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg5SqZH8JES6TCOFCeAOYglNMcE9UqLNRLPl9EAw78UyYAJxkxiin1wFumgjcZgdneeuhIABoRwlkY2p7zAM5YOzb9nGljHA56TrbW2UYZhyphenhyphenf7QogaafDvaUHWRXqJtaZiWurZGKNr-0s/s320/barack_obama-415x260.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Noutros, a questão é mais polémica: uma boa parte
dos americanos, é certo, discorda da visão de «contenção» explanada pelo
Presidente Obama, considerando que a retirada do Iraque e do Afeganistão, e a
recusa constante num envolvimento real de tropas americanas na Síria e nos
territórios dominados pelo Estado Islâmico<b> diminuiu a capacidade dos EUA serem
o ás de trunfo para eliminar as grandes ameaças do globo</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O fator medo, jogado por Trump, <b>pode ser
poderoso, </b>porque não depende de factos concretos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b>Perceção mais forte que a realidade</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Cresce pela perceção, não pela realidade, e
multiplica-se pelos receios de que o <i>«inimigo está prestes a entrar pela nossa
casa dentro»</i>, por culpa da suposta <i>«fraqueza de quem elegemos erradamente nos
últimos anos»</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Esta junção de ideias feitas – o fantasma dos
<i>«imigrantes violadores, ladrões e criminosos»</i>, o fantasma do «ISIS e da sua
crescente capacidade de invadir território americano», o fantasma do que é
diferente e minoritário -- valeu mais 13
milhões de votos a Donald Trump nas primárias republicanas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Não pode, por isso ser desvalorizado ou <b>reduzido
a anedota</b> (o erro cometido por quase todos nos primeiros meses desta corrida,
sempre que se tentava compreender o fenómeno Trump). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A matança de Orlando tirou todas as dúvidas em
relação a uma das principais dicotomias desta eleição: Trump aproveitará sempre
situações como esta para acusar Obama, Hillary e os democratas de terem deixado
os americanos «mais vulneráveis a todo o tipo de ataques»; Hillary enquadra
casos como os de Orlando na urgência, por si reivindicada e tentada no segundo
mandato de Barack Obama, de apertar drasticamente as leis relacionadas com o
<i>«gun control». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">As últimas semanas têm mostrado, de forma sólida
e consistente, que <b>Hillary Clinton parte para o duelo presidencial com Donald
Trump </b>com um avanço claro (ainda que não definitivo). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b>Hillary aumenta vantagem</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Nas sondagens nacionais, Clinton oscila vantagens
de 5 a 12 pontos sobre Trump. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">No mapa eleitoral por estados, aquilo que vai
verdadeiramente decidir, Hillary surge à frente em quase todos os estados
competitivos, parecendo ter o caminho para os 270 votos eleitorais (garantia da
eleição) muito mais facilitado do que a rota de Trump para uma improvável
eleição. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglwFT82QD_R3hbQIBbEv3wOvUh8yuFgeYG0QNhn7srGRe0CWUfTsyjlMTjoopM1cUzRlTI8JG0f7ICOEJFb3E88RIIC_Oe9DeE3__dgtiwbHiUyJLExEutUD0k5Ow71ZJUdYrgSrncI4k/s1600/hila_o.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglwFT82QD_R3hbQIBbEv3wOvUh8yuFgeYG0QNhn7srGRe0CWUfTsyjlMTjoopM1cUzRlTI8JG0f7ICOEJFb3E88RIIC_Oe9DeE3__dgtiwbHiUyJLExEutUD0k5Ow71ZJUdYrgSrncI4k/s320/hila_o.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A pouco mais de um mês do arranque das convenções
partidárias, cresce a ideia de que, desta vez, ambos os momentos não se
cingirão a uma coroação antecipada dos vencedores das primárias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Do lado democrata, Hillary fará tudo para receber
o apoio claro e inequívoco do senador Bernie Sanders, que vendeu cara a derrota
nas primárias e dispõe de um legado de enorme valor para as contas finais desta
corrida: os seus 12 milhões de votos, somados graças a um posicionamento direto
e frontal, que atraiu o descontentamento à esquerda sobre os falhanços e
impasses criados pelo «gridlock» político em Washington e pelo que consideram
ser a ambiguidade ética de Obama e Hillary em relação às grandes corporações e
ao poder <i>«de Wall Street sobre a Main Street». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 21.3333px;"><b>Não está fácil, Donald</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas no lado republicano as inquietações são ainda
maiores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Se para Hillary parece ser apenas uma questão de
tempo e habilidade política até que consiga mesmo a bênção de Bernie Sanders
(que na hora da verdade certamente preferirá o ‘mal menor’ da nomeada democrata
a uma ameaça de ser cúmplice de uma eleição escandalosa de Trump), Donald corre
risco real de ser investido na Convenção de Cleveland (18 a 21 de julho) num
<b>ambiente que poderá oscilar entre a frieza e a hostilidade mais ou menos
declarada</b> de uma boa parte da «elite» do Partido Republicano (vejam-se as posições recentes de Mitt Romney, em entrevista à CNN, e até de Paul Ryan, que depois de um 'endorsment' pouco convincente a Trump, já o criticou fortemente). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Que consequências tudo isto terá no plano
eleitoral, será algo que só mesmo a 8 de novembro iremos perceber. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas não deixa de ser interessante constatar que
as primeiras sondagens pós massacre de Orlando não só mostram vantagens para
Trump (contrariando o que muitos previram) como até denotam um <b>aumento do
avanço de Hillary.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sim, o <b>fator medo</b> pode ser marcar esta eleição presidência.
Mas não apenas pelos receios lançados de forma demagógica pelo improvável
nomeado republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O<b> medo de ver Trump na Casa Branca </b><i>(sete em cada dez americanos não gosta de Donald e dois terços das mulheres nunca votaria nele, de acordo com sondagem Washington Post/ABC News)</i><b> </b>pode levar
muitos segmentos a preferirem Hillary Clinton, mesmo que vejam na nomeada
democrata muitos defeitos e pouca capacidade de atração política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A América é mesmo uma caixinha de surpresas.<o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-53024338864798262182016-06-12T18:31:00.002+01:002016-06-12T18:58:19.288+01:00Histórias da Casa Branca: aqueçam os motores e apertem os cintos – o grande duelo vai começar<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A pouco mais de um mês do arranque das convenções partidárias (18 a 21 de
julho no Quicken Loans Arena, em Cleveland, Ohio, do lado republicano; 25 a 28
de julho no Wells Fargo Center, em Filadélfia, Pensilvânia, no campo democrata), o duelo
Trump/Hillary, na prática, já começou.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzokUFVOB4aNcmjGyZ9JKT8i5uTgvWoWcb7Yel4CbJGWD7Djx9oHHLK_bFVD1uuu_eeqeKAGKHy7VWKgvcTUa1zz-gcLjZWhoMQN6BZl_Kr2ZqN_RFN9t64LmGxo2ZU-OQNYYwjmx8Z4/s1600/hilla1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzokUFVOB4aNcmjGyZ9JKT8i5uTgvWoWcb7Yel4CbJGWD7Djx9oHHLK_bFVD1uuu_eeqeKAGKHy7VWKgvcTUa1zz-gcLjZWhoMQN6BZl_Kr2ZqN_RFN9t64LmGxo2ZU-OQNYYwjmx8Z4/s320/hilla1.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O tiro de partida, mesmo que não de forma
oficial, foi o modo claro como Hillary derrotou Sanders na última ronda de
primárias, obtendo claras vitórias na Califórnia e na Nova Jérsia, e ainda um
triunfo apertado, mas significativo, no Novo México (desmontando assim a ideia
de que Bernie poderia ainda surpreender Hillary se lhe «roubasse» o voto
hispânico). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Os dados são objetivos – Hillary passou já em
cerca de 450 delegados o «número mágico» para obter a nomeação – e o encontro
do Presidente Obama com Bernie Sanders, na Casa Branca, no dia seguinte a essa
ronda de primárias, terá sido a última machadada nas esperanças do «universo
Sanders».<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUoVhMKPm_nIHPO8RiD7N7XBcwatIt-IlfTSjcbOzH7Rwy97T3T2EzrHTQV2Jacp1bpy27cZrlvLS-4IHnP-rZiGWm5x_BztjxFiwWlcnnsPqqcF_DXqh_CEiYbKK4qdJVZJDNijfb_FE/s1600/AP_hillary_clinton_jt_151030_12x5_1600.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUoVhMKPm_nIHPO8RiD7N7XBcwatIt-IlfTSjcbOzH7Rwy97T3T2EzrHTQV2Jacp1bpy27cZrlvLS-4IHnP-rZiGWm5x_BztjxFiwWlcnnsPqqcF_DXqh_CEiYbKK4qdJVZJDNijfb_FE/s320/AP_hillary_clinton_jt_151030_12x5_1600.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Barack tentou chamar Bernie à razão,
lembrando-lhe que, há precisamente oito anos, Hillary Clinton teve a capacidade
de colocar de lado as frustrações de não ter sido nomeada, mesmo tendo obtido
18 milhões de votos, e juntou-se a Obama, no esforço de contribuir para a eleição
do candidato democrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sanders, aparentemente, não se mostrou muito
sensibilizado com os apelos do Presidente e saiu do encontro dizendo aos
«media» que não vai desistir e que seguirá para as primárias em Washington DC.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Bernie sustenta-se no facto dos superdelegados
poderem mudar de ideias até à Convenção – o que, sendo uma possibilidade
teórica, não é um cenário realista, atendendo ao facto de Hillary ter garantido
<b>supremacia sobre Bernie em todos os capítulos. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O que faria, nas próximas semanas, mais de cinco
centenas de superdelegados fletir dramaticamente de Clinton para Sanders?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mais significativa foi a declaração do senador do
Vermont, no sentido de que <i>«o mais
importante será que o movimento que fizemos crescer nesta campanha inesquecível
faça tudo para travar uma eventual Presidência Trump»</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Obama: «Bernie fez de Hillary uma candidata ainda melhor»<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Obama, em entrevista a Jimmy Fallon no dia
seguinte ao encontro com o senador Sanders, fez questão de elogiar «a grande
caminhada de Bernie», sentenciando: <i>«Não tenho dúvidas de que as ideias e as
propostas lançadas a debate por Sanders contribuíram para que Hillary Clinton
se tornasse numa candidata ainda melhor». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sem qualquer surpresa, o Presidente endossou a
candidatura de Hillary Clinton (que, na prática, apoia desde o início),
declarando: <i>«Possivelmente, nunca existiu
uma candidata tão conhecedora, tão experiente e tão bem preparada para o cargo de
Presidente dos EUA como Hillary Clinton». <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUQAr2x6PI_Zt8pcdUW56MgyfdH0KQHdbvfQmBAirVn7ed8nS7AzAn4EotP9sCjMUmQ66-6ePlIWge4YeSTZd_StvoOLTjqrKuJmor8KvGZl4Tig930UL_ofO7OgkBuRgrON4WsvWR47o/s1600/hilli2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUQAr2x6PI_Zt8pcdUW56MgyfdH0KQHdbvfQmBAirVn7ed8nS7AzAn4EotP9sCjMUmQ66-6ePlIWge4YeSTZd_StvoOLTjqrKuJmor8KvGZl4Tig930UL_ofO7OgkBuRgrON4WsvWR47o/s320/hilli2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">Nas próximas semanas, possivelmente ainda antes
do arranque da Convenção de Filadélfia, é de esperar que Sanders se renda às
evidências e declare apoio sólido a Hillary, de modo a tentar estancar uma
«fuga» significativa de votantes seus nas primárias para Trump na eleição
geral.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O risco é real: algumas sondagens apontam uma
bolsa entre os 8 e os 12% de votantes Sanders nas primárias a admitirem
preferir Trump em detrimento de Hillary na eleição geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O espanto não será assim tão grande: Sanders
baseou grande parte do seu crescimento na crítica ao sistema de poder,
colocando Hillary como uma das mais claras representantes desse «establishment»
diabolizado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Ainda assim, e de acordo com sondagem
Reuters/Ipsos feita nos dias seguintes à confirmação da maioria Hillary para a
nomeação, Clinton segura, de imediato, três quartos do eleitorado democrata
para a eleição geral, sendo que, do lado republicano, Trump se fica pelos 70%
<b>(42-34 a favor de Hillary</b> no resultado global dessa sondagem). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Romney não apoia mesmo Trump<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Do lado republicano, a campanha de Donald Trump
vai dando sinais de que pretende apresentar, nos próximos tempos, o seu
candidato com uma versão mais <i>soft </i>e não tão politicamente incorreta, mas o
próprio Trump dá mostras de não querer ir por aí.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Os comentários de teor racista que Donald teceu
nos últimos dias, sobre juiz do Indiana de origem mexicana, levaram Mitt
Romney, nomeado presidencial republicano de 2012, a reafirmar, em entrevista a
Wolf Blitzer, na CNN, que <b>não vai mesmo apoiar</b> o seu sucessor como candidato
republicano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifXw7X-Ho6IuKhLHTMAc9MPEdwZvwf-sEiK7honapfy3-IJYKcEuKeWmSUcCRpL_hVspVY-DQK6tfuuruJwUwwTCHb8O-Z9lAcdS9_9_c2eeqF4LXxf_EFJ1qnvX_6aPMU8SQixni1LR4/s1600/tomney.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifXw7X-Ho6IuKhLHTMAc9MPEdwZvwf-sEiK7honapfy3-IJYKcEuKeWmSUcCRpL_hVspVY-DQK6tfuuruJwUwwTCHb8O-Z9lAcdS9_9_c2eeqF4LXxf_EFJ1qnvX_6aPMU8SQixni1LR4/s320/tomney.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mitt vai mais longe e acusa Donald de não estar à
altura da nomeação: <i>«</i></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><i><span style="color: #1d2129;">Não deve ser o exemplo para futuras gerações ou
o exemplo da América para o Mundo. Não quero ver o Presidente dos EUA a dizer
coisas de natureza racista que mudem o coração e o caráter deste país»</span><span style="color: #222222;">.</span></i></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><i><span style="color: #222222;"><br /></span></i></span>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><span style="color: #222222;">Romney, entretanto, levou já a réplica por parte do diretor de campanha de Donald Trump. Paul Manafort não fez a coisa por menos e chamou Mitt de <i>«cobarde»</i>. <i>«Podia ter entrado na corrida presidencial de 2016 e escolheu não o fazer. Agora critica Trump, que teve mais 3,5 milhões de votos nas primárias do que ele em 2012...»</i> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Na mesma linha de Romney, David Brooks, colunista muito influente
do «New York Times», de tendência conservadora, representa uma corrente
realista e pragmática da Direita americana, que ainda se encontra numa espécie
de… estado de choque perante a inevitabilidade de Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Ora, Brooks, que numa situação normal se
colocaria do lado do nomeado republicano contra Hillary, vê Clinton como a
solução óbvia para evitar um desastre Trump: <i>«Continuo a acreditar que as pessoas se vão fartar de Donald Trump e
<b>irão preferir Hillary Clinton. </b>Pelo menos ela será competente e será normal», </i>apontou
o analista e comentador, em debate na PBS. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjJMLfRXnWfJFrY-0ckSsEoVGwATIoVsV-sN9MdYeVc4djbnO4NmQKGivShPtX7nyHERu0PCDfed-FHgDrmF4kEBqnBjN_1egJ-VeIeFJDg1IPq7Kx7JYb8HbNlOF4nRmwKSIyakMatvA/s1600/gil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjJMLfRXnWfJFrY-0ckSsEoVGwATIoVsV-sN9MdYeVc4djbnO4NmQKGivShPtX7nyHERu0PCDfed-FHgDrmF4kEBqnBjN_1egJ-VeIeFJDg1IPq7Kx7JYb8HbNlOF4nRmwKSIyakMatvA/s320/gil.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sim, a campanha promete ser feia<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A menos de 150 dias do momento que definirá a
sucessão de Barack Obama, o relógio já começou a contagem decrescente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">E, tendo em conta as características, as
histórias de vida e o passado dos dois candidatos, não vale a pena ter grandes
ilusões: a campanha vai ser feia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Donald Trump vai prometendo, nos comícios, que terá
revelações comprometedoras a fazer nos próximos tempos sobre a sua adversária
para novembro: <i>«Nem sei bem se ela terá
condições de ser candidata mesmo, mas vamos ver…», </i>aponta o futuro nomeado
republicano, insinuando que a questão dos emails poderá levar a uma acusação
formal contra Hillary por parte do FBI. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Possivelmente nunca terá havido um duelo assim
para a eleição geral: Hillary tem níveis de rejeição de 40% ou mais (esse dado
terá sido decisivo para que Obama levasse a melhor na corrida à nomeação
democrata há oito anos); mas Donald, esse, passa os 60% de americanos a dizerem
que não gostam dele ou têm, pelo menos, opinião negativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">É claro que os próximos meses podem mudar essa
perceção, mas fica difícil vislumbrar como pode um candidato com um nível de
rejeição tão elevado sonhar com a vitória em eleição tão complexa como é a
corrida presidencial norte-americana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">O melhor mesmo é aquecerem os motores e apertarem
os cintos: o grande duelo está a começar e a <b>campanha não vai ser bonita</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas, em vários sentidos, será interessante e
imprevisível. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Hillary parte em vantagem, embora pareça estar em
relativa perda nos últimos meses. Trump é o <i>«cisne negro» </i>que quase ninguém
previu, mas que tem vindo a desmontar mitos e supostas certezas de analistas,
comentadores e políticos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHM_72_ZFZSG9dE9tBm_vX44eU5MV14xeqmFKwefZUWm1UBChKHWlGwUqE1oddhyphenhyphenMYRRMwNcxsYysKpYQXIFd_SWG8o5iE3n058MLpON8ndBWG4Y25Yyn6MolgWm03NogTOvDCl7QZwA4/s1600/trumo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHM_72_ZFZSG9dE9tBm_vX44eU5MV14xeqmFKwefZUWm1UBChKHWlGwUqE1oddhyphenhyphenMYRRMwNcxsYysKpYQXIFd_SWG8o5iE3n058MLpON8ndBWG4Y25Yyn6MolgWm03NogTOvDCl7QZwA4/s320/trumo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Nunca é prudente desvalorizar o <b>grau de incerteza</b>
que a política americana nos reserva. Para o bem ou para o mal, não há outra
realidade mais rica, contraditória e desconcertante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">E as suas fraquezas e os seus defeitos tornam-se,
muitas vezes, a sua <b>principal força.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><b>Faltam 149 DIAS</b> para as eleições presidenciais
nos EUA. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-26806119314553552032016-06-08T11:34:00.001+01:002016-06-10T19:16:02.579+01:00Histórias da Casa Branca: sim, vai mesmo ser Hillary<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Está confirmado: Hillary Rodham Clinton será a primeira mulher a chegar à
eleição geral, na corrida à Casa Branca, ao ter mais do que garantida a
nomeação presidencial do Partido Democrata.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ1Di8_Oy-UyJnfL5tqu3MKAXMR8KGnF4CXZIFKR6TOYWE5oUleE4uhoGsTQK0_eviVDmBDQmjc1BX61mkO-Kegg7U1eaLCLSUIfvh_DA6xD_I0hEg39DFAyaFf88tX0UWXYWdcl8xQL0/s1600/hilas1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="173" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ1Di8_Oy-UyJnfL5tqu3MKAXMR8KGnF4CXZIFKR6TOYWE5oUleE4uhoGsTQK0_eviVDmBDQmjc1BX61mkO-Kegg7U1eaLCLSUIfvh_DA6xD_I0hEg39DFAyaFf88tX0UWXYWdcl8xQL0/s320/hilas1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">A exatamente cinco meses do duelo com Donald Trump (será a 8 de novembro),
a questão do lado democrata ficou complemente decidida, apesar da recusa de
Bernie Sanders de encarar a derrota: <i>«A luta
continua!»,</i> insiste o senador do Vermont. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Mas como, Bernie, se Hillary já vai nos 2800 delegados garantidos (e só
precisa de 2.383 para a nomeação na convenção)?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Em Brooklyn, Nova Iorque, acompanhada da filha,
do genro e do marido, Bill Clinton, 42.º Presidente dos EUA, a possível 45.ª
Presidente dos EUA proclamou vitória na corrida à nomeação democrata, falando
numa altura em que ainda não se conheciam os resultados na Califórnia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnecy77H0fMWSl3BZXCCp_qJ4BVjOaCZCT5N8p492b2PdW5JAJmpsPSza1-jYk9E1A-NGL2XnKhoWHUWFdL3Wmu1hlqS9l-upXNQ5AqIStuRrhj2Ve9_Ro-MlRTQ7GFl99k0At3I5h1uc/s1600/hilas2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="173" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnecy77H0fMWSl3BZXCCp_qJ4BVjOaCZCT5N8p492b2PdW5JAJmpsPSza1-jYk9E1A-NGL2XnKhoWHUWFdL3Wmu1hlqS9l-upXNQ5AqIStuRrhj2Ve9_Ro-MlRTQ7GFl99k0At3I5h1uc/s320/hilas2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Horas depois, as melhores expetativas de Hillary
confirmavam-se: venceu claramente na Califórnia (57/43 com 85% dos votos
contados), esmagou na Nova Jérsia (63/37) e ainda venceu no Novo México
(51.5/48.5) e Dakota do Sul (51/49). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Sanders ganhou no Montana (56/44, o que apenas
lhe valeu mais um delegado do que Hillary na distribuição proporcional, 10-9),
no Dakota do Norte (64/26, 13-5 em delegados) e recusa-se a desistir. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">Faz mal: ao não aceitar as evidências, sobretudo
depois de perder tão claramente a Califórnia, corre o risco, como notou um
congressista democrata apoian</span><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">te de Hillary, citado pelo
Politico</span><span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16.0pt;">, que pediu o anonimato, </span><i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">«se Bernie Sanders
perder a Califórnia e, mesmo assim, continuar na corrida democrata, será
lembrado não como um campeão das ideias progressistas, mas como apenas mais um
político narcisista»</span>.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">É essa a posição, neste momento, da esmagadora
maioria dos elementos do Partido Democrata: Sanders perdeu as últimas
oportunidades de contestar realmente a nomeação de Hillary (<i>«ganhe a Califórnia ou saia do caminho…»</i>,
foi o aviso de vários democratas notáveis a Sanders nos últimos dias) e por
isso chegou o tempo de deitar a toalha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9gzmJLHi-jLP1vWYX-kTxh8tTLh2Je_oX5cXwzUXimvfWDG9TaNe10ft09hRC3_QewVzaLIb2-RnxC-4vmnLo4y9NAPkljAlEBRbd38p09coIHexlnbQU1TqqP8gDyO3tCpdDo9Q0qXQ/s1600/sandersbernie_032116_getty.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9gzmJLHi-jLP1vWYX-kTxh8tTLh2Je_oX5cXwzUXimvfWDG9TaNe10ft09hRC3_QewVzaLIb2-RnxC-4vmnLo4y9NAPkljAlEBRbd38p09coIHexlnbQU1TqqP8gDyO3tCpdDo9Q0qXQ/s320/sandersbernie_032116_getty.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Até Obama tenta demover Sanders<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Até o Presidente Obama está a dar esse sinal ao
senador do Vermont: Barack chamou Bernie para uma conversa esta quinta-feira na Casa
Branca, possivelmente para lhe dizer que este é o momento de conceder a derrota
e juntar esforços em torno da futura nomeada do Partido Democrata, de modo a
preparar a eleição geral e reforçar as possibilidades de Hillary frente à
ameaça Donald Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Obama deverá lembrar a Sanders que, há
precisamente oito anos, em junho de 2008, Hillary teve um gesto de concessão
que agora deveria ser replicado por Bernie.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Numa disputa ainda mais cerrada do que foi
esta, a então senadora Clinton admitiu que perdeu a nomeação para Obama e, num
comício realizado simbolicamente em Unity, proclamou o armistício com o futuro
nomeado, ajudando-o a chegar à Presidência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgcJwGDS7qkq-Vbs2NYSt2s47Xv3KnaVBlWfpM4xhcmzJw3OpR4GQk4aWsZuE6eBIsxgJjdGBCbfkszp3d8jL_Giph-iDfGlYyZHzdx2Gz8tZpB5EBXDzeqCMqj9C966Ci5f1LrnEfpkA/s1600/obama_sanders_unity.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgcJwGDS7qkq-Vbs2NYSt2s47Xv3KnaVBlWfpM4xhcmzJw3OpR4GQk4aWsZuE6eBIsxgJjdGBCbfkszp3d8jL_Giph-iDfGlYyZHzdx2Gz8tZpB5EBXDzeqCMqj9C966Ci5f1LrnEfpkA/s320/obama_sanders_unity.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><b>Mas, então, porque é que Sanders não faz agora
o mesmo?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">«Vamos continuar esta corrida, vamos partir para as primárias
em Washington DC na próxima terça-feira e vamos até à convenção de Filadélfia!</span></i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">», lançou Bernie.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sanders lembra que o apoio maciço dos
superdelegados a Hillary (571 para apenas 48 com Sanders) só pode ser concretizado
a 25 de julho, já em Filadélfia e que, até agora, se trata apenas de uma
indicação que o senador pretende reverter.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Mas a tese não tem qualquer fundamento: há oito
anos, a confirmação de Obama, precisamente nesta altura, surgiu pela soma dos
delegados eleitos com o apoio dos superdelegados e nem sequer Hillary se
atreveu a colocar essa tendência em causa até à convenção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">E é importante esclarecer que, ao contrário do
que o senador Sanders está a tentar fazer crer nos últimos dias, a vantagem
clara de Hillary não se baseia apenas nos superdelegados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Bernie foi extraordinário mas factos são factos: Hillary bate
Sanders em todos os capítulos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">É verdade que Bernie chegou muito mais longe do
que qualquer analista previu no início desta corrida (partiu com 5% ou até
menos e chega ao fim destas primárias com mais de 40% dos votos expressos dos
democratas, o que é simplesmente notável para um candidato das suas
características, septuagenário, socialista até há dois anos e com tantos
anticorpos no ‘establishment’ do partido). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Mas factos são factos e convém não sermos iludidos
pela gestão das perceções e das expetativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sim, Hillary teve mais dificuldades do que se
esperava para chegar à nomeação. Sim, ela perdeu em alguns estados onde era
suposto ter ganho claramente (o Michigan e New Hampshire, só para indicar
dois). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Mas aqui chegados, na reta da meta deste longo
processo de primárias, eis que os números fundamentais nos mostram que Hillary
bateu Sanders em todos os capítulos: <b>mais 380 delegados eleitos</b> (2230 contra
1850 de Bernie), <b>mais 520 superdelegados</b> do seu lado (570 para 50 do
adversário),<b> mais votos expressos (</b>15,5 milhões para Hillary, 11,8 milhões para
Bernie), <b>mais estados ganhos</b> (35 para Hillary, 25 Sanders, num total superior
ao número de estados dos EUA devido às disputas em territórios como Porto Rico,
Ilhas Virgens, Guam ou Samoa Americana).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Tudo isto somado, Hillary já vai com perto de
500 delegados acima do número mágico de 2.383 necessário para chegar a
Filadélfia com a nomeação assegurada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Como pode Bernie continuar a negar as
evidências por muito mais tempo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Hillary já pisca o olho aos eleitores Sanders… mas não será
fácil conquistá-los a todos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">No discurso de vitória desta madrugada, Hillary
fez questão de acenar a Sanders, elogiando a <i>«jornada extraordinária»</i> do senador do Vermont e dos seus apoiantes,
<i>«especialmente os jovens».</i> <i>«Sem dúvida que Bernie e eu tivemos nesta
campanha discussões muito importantes em questões como o apoio à classe média e
sobre como dar mais poder aos cidadãos deste país»,</i> destacou Hillary.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjypvUB-TcEq1yDEwtIRS2Sl9_d-ICz7ukUGCv5jS8dN8Cfovdk03wBmVPnt09lzHZ04HRVB-flHM-tDMwc8nTnUksd9mvNsuuOchaZG6-xnyKtI-aSGcvTPsxHTLurrERoTIC-M__AJWE/s1600/hila_vict.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjypvUB-TcEq1yDEwtIRS2Sl9_d-ICz7ukUGCv5jS8dN8Cfovdk03wBmVPnt09lzHZ04HRVB-flHM-tDMwc8nTnUksd9mvNsuuOchaZG6-xnyKtI-aSGcvTPsxHTLurrERoTIC-M__AJWE/s320/hila_vict.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">A futura nomeada presidencial democrata sabe
que, para vencer claramente Trump em novembro, será fundamental segurar o
eleitorado Sanders, evitando uma tentação que parte desse eleitorado sentirá de
cair para o lado mais «anti-políticos» e «anti-sistema» da retórica de Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">E convém não esquecer que o senador Sanders
andou meses e meses a dizer cobras e lagartos sobre Hillary, sobretudo em
relação às ligações dos <i>Clinton «a Wall
Street, à Goldman Sachs e às grandes corporações».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Como ainda não deitou a toalha ao chão, Bernie
manteve esse registo crítico em relação à adversária democrata, mas a única
evolução de Sanders, após a noite eleitoral que confirmou em definitivo a
nomeação de Hillary, foi o sinal que deu aos seus eleitores, e de algum modo a
todo o universo democrata também, de que «o grande objetivo em novembro será o
de impedir que Trump seja presidente». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Terá sido este um primeiro passo para uma
negociação mais vasta com o campo de Clinton, rumo a um possível apoio pós
convenção de Filadélfia, talvez até com um acordo Hillary/Bernie para uma
futura administração?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Há quem arrisque um ticket Clinton/Sanders para
novembro, uma forma de evitar uma possível fuga de votos Bernie para Trump. Mas
no atual momento da corrida, esse cenário parece muito pouco provável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">O grande objetivo de Bernie será o de
condicionar até ao limite a agenda política de Hillary, forçando-a a levar para
a eleição geral uma plataforma mais progressista e o mais crítica possível de
Wall Street e do «business as usual». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Trump dispara contra Hillary mas ainda tem muitas arestas a
limar com os notáveis republicanos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">A confirmação de Hillary foi a grande notícia
da noite (selada, na verdade, ainda antes do fecho das urnas na Nova Jérsia, pelo
apoio de superdelegados suficientes para Clinton atingir o «número mágico» de
2.383, entretanto já escalado para lá dos 2.800), mas há outro vencedor a
destacar: Donald Trump, esse mesmo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Já com a nomeação republicana garantida há
algum tempo, Trump aproveitou para reforçar votação nos estados em jogo (sem
opositores no terreno, passeou vitórias com 76% na Califórnia, 81% na Nova
Jérsia, 74% no Montana, 71% no Novo México, 67% no Dakota do Sul).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQYEklzrPfsUbdlp7M7-cmDeA04b2dyuWmnLcrWozJ-sqbl9fhQzVT8yw_jEcVXhZ6OdycxIO02kCClM__0ecT5xobKh3P8NslE_CWXOWrWrJDCEpSC-WfDvWCaJp2rPWXfJUODWBB7gY/s1600/trump_sp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQYEklzrPfsUbdlp7M7-cmDeA04b2dyuWmnLcrWozJ-sqbl9fhQzVT8yw_jEcVXhZ6OdycxIO02kCClM__0ecT5xobKh3P8NslE_CWXOWrWrJDCEpSC-WfDvWCaJp2rPWXfJUODWBB7gY/s320/trump_sp.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Donald tem agora 13,2 milhões de votos
expressos (ainda assim, menos dois milhões que Hillary). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">E a chave, para ele, será saber que percentagem
conseguirá segurar, na eleição geral, entre os 7,6 milhões de votantes em Ted
Cruz, os 4,1 de John Kasich e os 3,5 milhões de Marco Rubio (que teriam sido
pelo menos o dobro se Marco não tivesse desistido após a derrota na Florida).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Nos últimos tempos, Trump tem tentado o que
parecia quase impossível no início desta corrida, tendo em conta a
agressividade desbragada com que falou sobre os seus rivais republicanos: está
agora a tentar assegurar o apoio dos dirigentes do seu próprio partido, para
poder ter uma aclamação pacífica na Convenção de Cleveland.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Esse objetivo já terá estado mais longe de ser
atingido, mas continua a parece muito improvável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Mesmo Paul Ryan, o «speaker» republicano do
Congresso, voltou a criticar os «comentários racistas» de Donald a um juiz do
Indiana, por ser de origem mexicana, isto apenas dias depois do próprio Ryan
ter dado apoio a Trump, ainda que… muito a custo e com pouca convicção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqCAkbSPAD0MvDve3BdL0QHwlyT4yZLxMXOWI1B-C42I1yC8zAyhauOCNjIhCKmWRcHYZc2GgT7SWUwGSeuP97TaU6vcsL_7ciENNIn69St83VkPCSjK9E8sVlCPw3kd7eRliI2c0JiI/s1600/ryan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqCAkbSPAD0MvDve3BdL0QHwlyT4yZLxMXOWI1B-C42I1yC8zAyhauOCNjIhCKmWRcHYZc2GgT7SWUwGSeuP97TaU6vcsL_7ciENNIn69St83VkPCSjK9E8sVlCPw3kd7eRliI2c0JiI/s1600/ryan.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sem valorizar muito estas nuances, Donald vira
agora toda a sua artilharia contra Hillary e promete <i>«um discurso nos próximos
dias a denunciar todos os problemas e defeitos dos Clinton. São muitos, posso
garantir-vos!»</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">Para tentar abafar a proclamação de Hillary,
Trump voltou a prometer que vai <i>«fazer a América grande outra vez»</i> e que <i>«vai
criar empregos, empregos reais, como nenhum presidente conseguiu criar». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;">A exatamente <b>cinco meses da grande eleição</b>, o
duelo Hillary vs Trump está ainda só a começar. As conveções partidárias do
próximo mês de julho serão momentos importantes, mas serão ainda a meio de um
verão que será, certamente, muito quente na política americana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 16pt;"><b>The race is on! </b><o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-45384075843750813102016-06-02T17:32:00.002+01:002016-06-04T10:06:03.366+01:00Histórias da Casa Branca: e agora para algo completamente diferente <div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Já todos sabíamos que as eleições
presidenciais nos EUA não gostam de vencedores antecipados ou de coroações
anunciadas.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas o que
está a acontecer nesta corrida de 2016 é diferente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Algo novo,
sem grelha de comparação com nada do que se tenha vivido nas últimas décadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E se isso
tem sempre um lado misterioso e interessante para o acompanhamento mediático e
político, a verdade é que, desta vez, há ingredientes um pouco assustadores no
guião deste filme com final absolutamente em aberto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">«Hillary vs
Trump», em situação normal, era vitória certa e antecipada para a democrata,
que partiu para esta corrida com vantagens de 50 pontos para a nomeação e 20 ou
30 para a eleição geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Certo? <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pois. A
questão é que esta é mesmo uma eleição diferente. Atípica. Anómala. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pelas
inesperadas dificuldades de Hillary matar definitivamente a dúvida em relação
ao duelo com Sanders para a nomeação presidencial democrata.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvgoKTgLXZZHlH4uyAt_myGhsI0n3OG_B5DXoTKwzE1xzYOU9edHT2mRDzW1JS5BuzUF8QrztaiF6xeLmgSSX0OI5vrM9dPoB0PpobjpOqB28sz3HlsM0qKqbHvAbclP2RW5f1BRQqlk/s1600/hil_sa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvgoKTgLXZZHlH4uyAt_myGhsI0n3OG_B5DXoTKwzE1xzYOU9edHT2mRDzW1JS5BuzUF8QrztaiF6xeLmgSSX0OI5vrM9dPoB0PpobjpOqB28sz3HlsM0qKqbHvAbclP2RW5f1BRQqlk/s320/hil_sa.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pela caminhada
totalmente imprevista e até bizarra de Donald Trump rumo à nomeação republicana,
<b>destronando, um a um</b>, as esperanças presidenciais de nomes que prometiam ser
viáveis, como Jeb Bush, Marco Rubio, Chris Christie, Rand Paul, Scott Walker,
Carly Fiorina e até Ted Cruz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pelo
<b>sentimento de desconforto</b> no sistema que tudo isto está a gerar em Washington
DC e até nos media norte-americanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ainda assim,
se a eleição presidencial que vai definir o sucessor de Barack Obama na Casa Branca
fosse hoje, seria relativamente pacífico afirmar que a vitória iria para
Hillary. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A vantagem dos democratas no mapa
eleitoral<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo que
algumas sondagens nacionais nas últimas semanas tenham </span><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">colocado os dois futuros
nomeados taco e taco (duas ou três a porem mesmo Trump ligeiramente à frente no
voto popular), a verdade é que há registo consistente e continuado de avanço
sólido de Hillary no plano nacional, sobretudo no mapa eleitoral por estados (e
é isso que vai contar para definir o novo presidente, a 8 de novembro).</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Em próximas
crónicas dedicarei atenção pormenorizada ao evoluir do mapa eleitoral por
estados (vale bem a pena). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas para
simplificar o momento atual, a questão é a seguinte: Hillary parte com vantagem
significativa nos estados que vão decidir. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1F-HNqgvy7WNfOKc1mlAx-H13H6AFo8JpOqYo8VhxsCpwFzdkWncyiEQ7hg9vGSMysUYojAsWNRKfX7gjsC1Sgmak1nRIXdi59edX8_4_u1gtoFl01DpCCt-gyBsl_LsFenJLUuaHMFE/s1600/obama_romney.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1F-HNqgvy7WNfOKc1mlAx-H13H6AFo8JpOqYo8VhxsCpwFzdkWncyiEQ7hg9vGSMysUYojAsWNRKfX7gjsC1Sgmak1nRIXdi59edX8_4_u1gtoFl01DpCCt-gyBsl_LsFenJLUuaHMFE/s320/obama_romney.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Partindo da
base <b>Obama vs Romney de 2012,</b> convém lembrar o que atual Presidente somou, na
noite da sua reeleição, 332 votos eleitorais, contra apenas 206 do
ex-governador republicano do Massachussets<i> (são precisos 270 para vencer). </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ora, os
primeiros indicadores mostram que Trump muito dificilmente conseguirá sequer
chegar aos 206 de Romney, muito menos atingir uma situação que inverta a
vantagem com que, pelo menos aparentemente, Hillary parte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para uma
vitória Trump em novembro, <b>Donald teria que roubar a Hillary pelo menos quatro
destes cinco estados,</b> se mantivermos os muito «latinos» Colorado e Novo México
do lado democrata: <b>Wisconsin </b>(democrata nas últimas seis eleições
presidenciais), <b>Ohio </b>(democrata nas últimas duas),<b> Pensilvânia</b> (democrata nas
últimas seis eleições presidenciais), <b>Michigan </b>(democrata nas últimas seis
eleições presidenciais) ou <b>Florida </b>(democrata nas últimas duas eleições
presidenciais). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>É possível
inverter? <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Claro que é,
sobretudo se nos lembrarmos que estamos a falar da política americana, talvez o
universo mais complexo e difícil de antecipar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas seria,
convenhamos, uma alteração dramática da tendência eleitoral no histórico
recente das eleições presidenciais norte-americanas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E há <b>grandes
sinais a apreciar:</b> as últimas cinco ou seis eleições presidenciais mostraram-nos
que há, sobretudo, nos estados competitivos (aqueles que tanto podem dar
vitória a democratas como a republicanos), uma <b>vantagem natural do Partido
Democrata</b>, por razões demográficas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Minorias
como os latinos, os negros ou até nalguns casos os asiáticos têm peso crescente
em estados como a Florida, a Virgínia ou o Colorado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O «cisne negro» que pode baralhar
tudo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Onde pode
estar o «cisne negro» desta eleição? Sobretudo se, desta vez, até essa grelha
de análise não se verificar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ou seja: a
suposta vantagem confortável de Hillary no mapa eleitoral funda-se no
pressuposto de que, na Florida e no Colorado, Clinton vencerá claramente se
conseguir fixar boa parte do eleitorado latino (que nas últimas duas eleições
preferiu Obama sobre McCain e Romney numa relação superior a dois em cada
três).<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E há até quem defenda, no seio da campanha Hillary, que vale a pena <b>explorar a possibilidade de competir no Arizona,</b> estado fortemente republicano nas últimas eleições presidenciais, mas com enorme peso latino.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKVWC3MsSiw5msM16lkXs-53qABSN59ef4spmI8Y1qy-J2MEr06x6fPZlFg2kfMQvlguOe_oGIPrhR-du1j1OaVH_rdOT6f-4mmE7N3l4Jnu6mbWbZfhgi4JwVQawTuHcz91PBNHOqzR8/s1600/trump_oh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKVWC3MsSiw5msM16lkXs-53qABSN59ef4spmI8Y1qy-J2MEr06x6fPZlFg2kfMQvlguOe_oGIPrhR-du1j1OaVH_rdOT6f-4mmE7N3l4Jnu6mbWbZfhgi4JwVQawTuHcz91PBNHOqzR8/s1600/trump_oh.jpg" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tendo em
conta o que Donald Trump tem dito dos mexicanos, era de supor que, desta vez, a
vantagem da nomeada democrata sobre o nomeado republicano seria até maior nesse
segmento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só que… <b>não
é bem isso o que as primeiras sondagens estão a dizer. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No texto <i>«Nuestro amigo: some Latinos see Trump as
friend and ally»</i> (Nosso amigo: alguns latinos vêem Trump como amigo e
aliado), Lucy Scott expõe a contradição inquietante. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">«<i>As observações de Donald
Trump sobre os hispânicos – ‘eles trazem drogas, eles trazem crimes, eles são
violadores’, disse ele sobre os imigrantes mexicanos no verão passado – foram rotuladas
de racista s e chocantes», </i>começa por apontar Lucy Scott, para depois fundamentar.<i> </i></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i>«62% dos votantes hispânicos, em sondagem recente da
CBS, mostram-se desfavoráveis a Trump. No entanto, na fronteira Texas-Mexico,
Trump goza de forte apoios de americanos de origem hispânica. E isso pode ser
surpreendente. O Texas tem a segunda maior fatia de hispânicos de todos os EUA,
incluindo cerca de cinco milhões de latinos com possibilidade de votar nas
eleições presidenciais norte-americanas. Tony Castaneda, neto de imigrantes
mexicanos no Texas, votou Trump nas primárias republicanas: ‘Sou antigo chefe
de polícia na fronteira. Sou hispânico, tenho orgulho em ser hispânico e apoio a
100% a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA’, disse ele à CBS
News. Ele não se sente ofendido com as observações de Trump. ‘Ele é muito duro
e direto. Eu também sou. Talvez seja por isso que gosto de muitas das suas
posições, porque ele não atira ao lado. Atira bem no alvo. Fala direto, vai
direto ao assunto. Ele não é politicamente correto’».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Estará aqui
uma das explicações para o sucesso de Trump? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Sistema vs anti-sistema: a grande ameaça
para Hillary<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Numa eleição
muito marcada pela crítica ao «politicamente correto» e ao «business as usual»,
numa dicotomia cada vez mais construída em torno do «sistema vs anti sistema»,
Hillary corre o sério risco de ser atirada para o canto do «sistema» que grande
parte do eleitorado pretende, desta vez, penalizar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E Trump tem
sabido, pelo menos até agora, surfar a onda<b> do discurso anti-políticos até ao
limite</b>, transformando um aparente handicap (o de não ter qualquer experiência
política, algo quase absurdo para quem conseguirá obter a nomeação presidencial
de um grande partido do sistema como é o GOP), num eventual trunfo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas até
novembro essa dinâmica pode alterar-se um pouco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por um lado,
não se vê como possível que a Convenção de Cleveland possa correr
particularmente bem a Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Uma parte
muito significativa do Partido Republicano não o aceitará (Bush pai, Bush filho,
John McCain, Mitt Romney, só para falar dos últimos quatro nomeados
presidenciais do partido…) e isso <b>terá uma expressão eleitoral.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por outro
lado, no campo democrata, a questão central será: como vai Hillary obter a paz
com Bernie Sanders e os seus surpreendentes 40% de votantes democratas? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As eleições
presidenciais nos EUA são, certamente, política e ideias. Mas são também muito
matemática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Ora, o que
vai decidir são, mais ou menos, estas contas:</b> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">a) que percentagem dos votos
Sanders vão <b>escapar para a abstenção ou até para Trump?; </b></span><br />
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">b) que percentagem da<b>
aversão republicana a Trump</b> vai refletir-se em abstenção ou até em votos
Hillary?; </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">c) vão os negros, as mulheres, os jovens e os hispânicos (a
«coligação Obama» de 2008 e 2012) <b>manter-se fiéis a Hillary</b> ou assistiremos a
mudanças dramáticas no comportamento eleitoral desses segmentos?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Apontadas
todas estas inquietações, que fique claro: nesta fase pelo menos, a cinco meses
da grande eleição, <b>Hillary Clinton continua a ser a pessoa mais bem posicionada
para suceder a Barack Obama na presidência dos EUA.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo
estando ela em tendência descendente e o seu adversário aparentemente a
crescer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Será assim
até novembro? </span><b><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="background: white;">
<span style="font-size: 16.0pt;">Faltam <b>159 DIAS </b>para
as eleições presidenciais nos EUA. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="background: white;">
<br /></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-59364927907750361992016-04-24T20:45:00.001+01:002016-04-25T19:45:12.008+01:00Histórias da Casa Branca: teorias do caos numa América que, afinal, ainda é grande<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">«Os europeus gostam de
compor a sua versão da América. Gostam de apontar o dedo e dizer: ‘isso, o
sonho, não está a correr muito bem, pois não?’ Do meu ponto de vista, o sonho
está a funcionar melhor do que vocês pensam. O que não está a correr nada bem é
a Palestina, o Congo. Nesses lugares é que o sonho não está a funcionar mesmo
nada. (…) São sobretudo europeus que dizem que a classe média americana está em
colapso. (…) Leio muito, ando pelo mundo, mas quando se compara o nível de vida
da maior parte dos americanos com o da maior parte da população mundial, vê-se
que vivemos muito bem por aqui. É muito difícil para mim entender a noção de
colapso da classe média. Percebo que é o que os políticos andam a dizer para se
fazerem eleger. Sei que há uma franja da sociedade americana que sente que não
é recompensada pelos seus esforços e isso é verdade. É que faz com que muitas
pessoas votem em Donald Trump. Sentem que têm sido esquecidas, que as promessas
do Ronald Reagan nos anos 80 não as abrangeram, e provavelmente isso é verdade.
E há uma enorme disparidade neste país, não apenas a óbvia entre ricos e
pobres, mas entre os ricos e a classe média. Isso é um problema da distribuição
de riqueza neste país. Mas não acredito que a classe média esteja a colapsar. Está,
talvez, a mudar. Talvez a passar por um enorme stress, mas não a colapsar». <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">RICHARD FORD,</span></b><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> professor de Literatura na
Universidade de Columbia e escritor, entrevista ao «ípsilon»<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgSiHF0xv_P6HEDXIz92TLUx_0QAa3320gugSs_hOrp6cqksiLWaqhfAZwieUnMUFXTTlTL7EjRCBUp5RfQe2oQ1XDfpEljaEdYyhn2SlkFY7L5NBU7oEFZ1pnHu_ExyDvPTTsvE1_sYQ/s1600/trump-hat.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgSiHF0xv_P6HEDXIz92TLUx_0QAa3320gugSs_hOrp6cqksiLWaqhfAZwieUnMUFXTTlTL7EjRCBUp5RfQe2oQ1XDfpEljaEdYyhn2SlkFY7L5NBU7oEFZ1pnHu_ExyDvPTTsvE1_sYQ/s320/trump-hat.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Donald Trump</b>
está a conseguir convencer milhões de republicanos de que <i>«a América precisa
de conseguir voltar a ser grande».<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas… será
que ela <b>alguma vez deixou de o ser?</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Barack
Obama,</b> que nos últimos dias voltou a mostrar o seu poder de influência nas
chancelarias europeias no jantar do 90.º aniversário da Raínha Isabel II e em
posterior encontro com Merkel (em que elogiou a política de Angela para os refugiados e insistiu nas vantagens de um grande acordo comercial EUA-UE), parece apostado em dedicar a reta final do seu
segundo mandato a provar que Trump está completamente errado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E <b>Hillary
Clinton,</b> a sua mais que certa sucessora na nomeação democrata e provável
substituta na Casa Branca a partir de janeiro, segue a mesma linha de
argumentação. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i>«A América continua a ser
grande. Somos um farol de esperança e uma inspiração para todos os que querem
seguir o caminho da Liberdade e dos Direitos Humanos. Nenhum problema decisivo
do mundo atual pode ser resolvido sem a ajuda dos EUA»,</i> insiste a
ex-secretária de Estado nos comícios das primárias, numa tentativa de desmontar
os mitos alimentados por Trump e abordados por Sanders. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDA_igPDKIfCfHRsQh8Yk5Hm9v939_gYnLw7VJA5LhSRf5iFB5BMd5O5ouK0GnzGibv9cXHLFfsuseilrYbqNSlLPRcxQRy_ieTZhd9nNy5NmgZIzD0bNCUZJDjaHwCEMX_PxYD2i5r0o/s1600/hillary_america.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDA_igPDKIfCfHRsQh8Yk5Hm9v939_gYnLw7VJA5LhSRf5iFB5BMd5O5ouK0GnzGibv9cXHLFfsuseilrYbqNSlLPRcxQRy_ieTZhd9nNy5NmgZIzD0bNCUZJDjaHwCEMX_PxYD2i5r0o/s320/hillary_america.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As piores
mentiras são aquelas que têm <b>algum fundo de verdade</b>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E o modo
como Richard Ford, nas passagens mencionadas no início desta crónica, endereçou
o tema acaba por denunciar essa contradição. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O autor do
recente «Francamente Frank» pôs bem o dedo na ferida: não faz sentido falar-se
em <i>«colapso da classe média»</i> quando uma análise objetiva dos anos Obama mostra
uma recuperação espetacular nos principais índices económicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Muito menos
fará sentido decretar o <i>«fim do sonho americano»</i>, quando vemos que os EUA
voltaram a ser aqueles que, nos anos pós crise, maior capacidade mostraram de
se reerguer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O que se passa, então?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas também
não dá para ignorar o enorme desconforto que atinge o ambiente político,
mediático e social desta eleição presidencial de 2016.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não, a culpa
não é só de Donald Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O
«frontrunner» inesperado das primárias republicanas é a demonstração mais
visível de um problema muito complicado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">É também <b>Ted
Cruz</b> ser o segundo classificado – e já ter ganho tantos estados. É o falhanço
total e completo de candidatos mais «aceitáveis», como Jeb Bush ou Marco Rubio.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E é, sejamos
claros, o número incrível de estados que Hillary Clinton já perdeu para <b>Bernie
Sanders. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Depois da
vitória folgada em Nova Iorque, não restaram grandes dúvidas: Hillary vai mesmo
ser nomeada. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O provável triunfo da antiga senadora Clinton na Pensilvânia, dia
26, será mais um fator de reforço desta tendência inexorável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A questão é
outra: Bernie, com o seu discurso <b>duro, direto, cru e frontal</b>, não para de
roubar votos à superfavorita e aproveitou estes meses de campanha para praticamente
anular a desvantagem enorme que tinha nas sondagens nacionais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYp0pWN2uy4Jr1_uZmqayM6LRgDc7m6_Omi4XJfu4f0ehrsIlSRCoa1yo70mZsdnvbj7-B4Lz9fvdxSkUgR7XAKHysOEG4yQmGberDB0qkopyZFHiNp2QDnO11QEOk8tEOtYRk6cboTb8/s1600/Bernie-Sanders-at-Portland-campaign-rally.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYp0pWN2uy4Jr1_uZmqayM6LRgDc7m6_Omi4XJfu4f0ehrsIlSRCoa1yo70mZsdnvbj7-B4Lz9fvdxSkUgR7XAKHysOEG4yQmGberDB0qkopyZFHiNp2QDnO11QEOk8tEOtYRk6cboTb8/s320/Bernie-Sanders-at-Portland-campaign-rally.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Uma nomeação
de Hillary pela via dos superdelegados, com uma vantagem muito curta nos
delegados por votação, pode ser coroação com sabor a pouco para quem
parecia ter tudo para, nesta corrida de 2016, beneficiar de uma auto-estrada
rumo à Casa Branca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A situação
atual do lado democrata dá 1446 delegados eleitos para Hillary, para 1202 de
Bernie. A diferença manteria tudo em aberto se não fossem os superdelegados
(502 para Clinton, só 38 para Sanders). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tudo somado,
os 1948 de Hillary dão-lhe um horizonte próximo dos 2.383 necessários para
chegar à Convenção de Filadélfia com a questão mais que resolvida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O ponto, não
sendo matemático, é político: conseguirá Hillary «reconciliar» o eleitorado que
está a dar a Sanders uma <b>caminhada histórica</b> para quem parecia condenado a não
passar de um «outsider»? </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ou haverá mesmo o risco de uma percentagem
significativa do «mundo Sanders» poder cair na tentação de votar Trump em novembro,
em nome de uma suposta <i>«insurreição anti políticos do sistema»</i>?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Máquina de Cruz a fazer tremer
vantagem de Donald <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Do lado
republicano, ganha cada vez mais força um cenário de confusão total para a
convenção do próximo verão, em Cleveland, Ohio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com 844
delegados, e a forte perspetiva de vencer a próxima batalha da Pensilvânia, Donald
Trump será, certamente, o candidato mais votado e com mais delegados até ao fim
destas primárias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas as
probabilidades do multimilionário nova-iorquino conseguir chegar ao número
mágico de 1.237 delegados até ao fim destas primárias são cada vez mais
reduzidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ted Cruz, o
senador texano que faz juras a Deus e insulta os políticos em Washington DC,
está a capitalizar ao máximo o «sentimento anti-Trump» e soma triunfos em
estados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh6PUw4Uvi05S3GshMn5uRVNs6jLNxa8SL2TmjM9m5PX4S1t7O9B6lqpvgbTyp3vkgYKbNiZXyUF5_wN_UHzERou855kJdd73FKQXvi15wR5yKJeloLtAeMMq7C0dDLmJydiVGaOq_1OU/s1600/cruz_ted.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh6PUw4Uvi05S3GshMn5uRVNs6jLNxa8SL2TmjM9m5PX4S1t7O9B6lqpvgbTyp3vkgYKbNiZXyUF5_wN_UHzERou855kJdd73FKQXvi15wR5yKJeloLtAeMMq7C0dDLmJydiVGaOq_1OU/s1600/cruz_ted.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Cruz é
segundo, com 543 delegados obtidos por votação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas a diferença
real entre Donald e Ted, quando se chegar à convenção republicana, pode ser bem menor do que os 301 que
separam neste momento os resultados de cada um. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ted Cruz
está longe de ser uma figura querida pelo «establishment» republicano. Em
alguns temas, situa-se, até, mais longe ainda desse núcleo do que Donald Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas a
política americana tem mistérios difíceis de antecipar. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>A estranha aliança Cruz/Kasich</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Convém não
esquecer que os 171 delegados obtidos por Rubio (que depois da humilhação na
Florida suspendeu a campanha) não podem ser diretamente atribuídos a Cruz logo
numa primeira votação na convenção, mas terão peso importante numa eventual
segunda ronda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Já em relação aos atuais 148 delegados somados pelo governador do Ohio, <b>John
Kasich </b>(que ainda está na corrida e promete aumentar esse número mais um
pouco), começa a ganhar força o cenário de Ted Cruz poder vir a aproveitá-los.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 21.3333px; line-height: 22.8267px;">Em declarações feitas domingo à noite, as campanhas de Cruz e Kasich anunciaram que irão fazer «esforços conjuntos» nas primárias dos próximos três estados: no Indiana, Kasich apelará ao voto Cruz; no Oregon e no Novo México, será Ted a endossar o governador do Ohio.</span><br />
<span style="font-size: 21.3333px; line-height: 22.8267px;"><br /></span>
<span style="font-size: 21.3333px; line-height: 22.8267px;">A ideia é que, nesses três estados 'winner takes all', Donald Trump perca para o opositor com melhores condições de o travar. </span><br />
<span style="font-size: 21.3333px; line-height: 22.8267px;"><br /></span>
<span style="font-size: 21.3333px; line-height: 22.8267px;">Uma estranha aliança, no mínimo, tão grandes são as diferenças ideológicas entre o ultraconservador texano Ted Cruz e o moderado governador do Ohio (que até concorda com a Reforma da Saúde de Obama), John Kasich.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Moral da
história:</b> Trump vai ser o mais votado, pode até chegar relativamente próximo do
número mágico (pelo menos passará dos quatro dígitos), mas um cenário de
«brokered convention» em Cleveland, com vontade assumida de vários setores do
Partido Republicano de barrar o caminho à nomeação de Donald, passou em poucas
semanas de puro «wishful thinking» a hipótese a considerar seriamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nas últimas semanas,
houve sinais a reforçar este cenário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A força de
Trump nas urnas é quase proporcional à sua fraqueza nas estruturas partidárias.
Donald perdeu para Cruz disputas na atribuição de delegados (65 em 94 só no
último sábado, com os 25 do Kentucky ainda por definir). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No Maine, de
20 que estavam em aberto, 19 foram para Cruz, só um para Donald; Ted somou mais
nove no Minnesota, único estado ganho nas urnas por Marco Rubio, ganhando mais
algumas «migalhas» noutros estados que tinham delegados em aberto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Podem sobrar
dúvidas, no plano político, sobre o que se vai passar nas convenções e depois
em novembro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas <b>resta
uma certeza</b>: ao contrário do que Trump está a dizer a multidões ávidas por uma
boa sanha persecutória,<b> a América continua mesmo a ser grande. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-4720538496868670802016-03-25T21:32:00.001+00:002016-03-28T17:31:02.261+01:00Histórias da Casa Branca: a jogada cubana de Barack Obama<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">«O general MacArthur só considerou que ganhou
ao Japão quando obrigou o imperador Hirohito a ser fotografado ao seu lado. Os
simbolismos só valem a pena quando são úteis»</span><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Ferreira Fernandes, crónica no Diário de
Notícias </span></i></b><b><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">«Sinto-me
muito bem com a minha presidência. Olhando para trás, acho que não há qualquer
razão para me sentir envergonhado. Sinto que agi sempre com honestidade e
integridade e nunca feri os meus princípios fundamentais. E isso acho que é
relevante. Não digo que consegui 100% do que queria, mas acho que conseguimos fazer
muita coisa»<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">BARACK
OBAMA, Presidente dos EUA, em declarações aos media na Argentina <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDMBYaILJv-pPAmX2wxTQpLCfRqOqfIC7jsyFtAoOcaLi5BClikqSo_AIpCpYMikEyX-acIaNNda-RLdIBCIUBcQ8xe6yyuuuofEZkETq_AF1tYt2cKWeQYIeiCgam76RMz1ktyNSo7aU/s1600/obama-a-cuba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDMBYaILJv-pPAmX2wxTQpLCfRqOqfIC7jsyFtAoOcaLi5BClikqSo_AIpCpYMikEyX-acIaNNda-RLdIBCIUBcQ8xe6yyuuuofEZkETq_AF1tYt2cKWeQYIeiCgam76RMz1ktyNSo7aU/s320/obama-a-cuba.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">A viagem de Obama a
Cuba foi histórica, mas teve um revés inesperado. Os brutais atentados em
Bruxelas, ocorridos exatamente a meio do programa de três dias do Presidente
dos EUA em Havana, retiraram boa parte da atenção mediática que se aguardava<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM9iQ0ymMbwP4PuTIHTGtlC8TDtnyAChQZW4eN2mFafJlwTCgKdwr2x_0LWTTjSRYqugVSlXNhG2f1g3INoFVyNd-4xYA0OxxESHuBJDqhzauvJyP2TA3qohvPnjyIW8sC0N390sRZ-qQ/s1600/obama_cuba_l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM9iQ0ymMbwP4PuTIHTGtlC8TDtnyAChQZW4eN2mFafJlwTCgKdwr2x_0LWTTjSRYqugVSlXNhG2f1g3INoFVyNd-4xYA0OxxESHuBJDqhzauvJyP2TA3qohvPnjyIW8sC0N390sRZ-qQ/s320/obama_cuba_l.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Obama sabe que já será
tarde para conseguir levantar o embargo durante a sua presidência. Mas
conseguiu, nesta «jogada cubana», o melhor caso de uma «liderança pelo
exemplo», apostando na força simbólica que teve aterrar no Air Force One em
pleno Aeroporto José Martí<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit2BXpgZwxpLVqfRRX56MsGjihqwcYmOGQk2j0j8-9nfl3F8QVufyoh638UCCXaNjV8KgynRn2QNaFR0ZzZm5sylJxf0PKzyaAGa1J586J-EC8gEnToOEkyutBnKXEtK6u5lrBMqzvubE/s1600/airfoce.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit2BXpgZwxpLVqfRRX56MsGjihqwcYmOGQk2j0j8-9nfl3F8QVufyoh638UCCXaNjV8KgynRn2QNaFR0ZzZm5sylJxf0PKzyaAGa1J586J-EC8gEnToOEkyutBnKXEtK6u5lrBMqzvubE/s320/airfoce.jpg" width="320" /></a></div>
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O retraimento americano
em zonas como o Médio Oriente e até a Europa, sentido de forma gradual nos anos
Obama, não foi apenas o «shift» anunciado nos primeiros anos desta
Administração para a Ásia-Pacífico. A aproximação a Cuba e a as relações
aprofundadas com países como a Argentina dão conta da prioridade de Obama em
reposicionar a influência dos EUA juntos dos países que lhe são geograficamente
mais próximos <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Enquanto a
corrida à sua sucessão nos continua a surpreender (Donald Trump reforça
liderança no lado republicano, mas cresce a ideia de uma «contested convention»
em Cleveland, sobretudo se o multimilionário não conseguir ganhar a
California), <b>Barack Obama</b> dá mostras de querer aproveitar até aos últimos
cartuchos o poder de influência do seu segundo mandato presidencial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A viagem do 44.º
Presidente dos EUA a Cuba foi histórica: há <b>quase 90 anos</b> que um «líder do
mundo livre» não visitava Havana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A enorme carga
simbólica do gesto cubano de Obama foi evidente e indesmentível. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Barack,
Michelle, Malia e Sasha a passearem tranquilamente pelas ruas de Havana (mesmo à chuva...), com
o cortejo de seguranças e agentes dos Serviços Secretos a garantirem a «bolha»
com que Obama anda em permanência há mais de oito anos, ficará certamente como
uma das <b>imagens icónicas</b> dos dois mandatos presidenciais do primeiro presidente
negro da história da América. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxU-fMb8UQSjr5quF0UQoVM1tP1BbmT6kcU_dXrEpZ5ZoQ-p90pYcqFZXGsuZSOq3GWnFuYoQAPJijCUcbN5pVVGwOEQpe9Lh3ujBunAYogjy7_iAauuivndZoPi6yFN38r6WZ8E1HD4/s1600/obama_hav.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxU-fMb8UQSjr5quF0UQoVM1tP1BbmT6kcU_dXrEpZ5ZoQ-p90pYcqFZXGsuZSOq3GWnFuYoQAPJijCUcbN5pVVGwOEQpe9Lh3ujBunAYogjy7_iAauuivndZoPi6yFN38r6WZ8E1HD4/s320/obama_hav.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tendo em
conta a visão política e diplomática do atual Presidente dos EUA, a operação
tem que ser considerada um sucesso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Numa altura
em que o ambiente político nos EUA está a resvalar para níveis muito pouco
recomendáveis, Obama voltou a provar que a tal «maioria silenciosa» que está a
empurrar Trump para a nomeação republicana ainda não chega para retirar a autoridade
natural de quem foi eleito duas vezes, <b>com larga margem</b>, para a Casa Branca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Obama, que
não se tem coibido de criticar em público o tom e o modo como está a decorrer o
processo de primárias republicanas, voltou a provar que nem todo o discurso
político americano caiu numa espécie de loucura coletiva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Consistente
com o que anunciou no final de 2014, o Presidente dos EUA visitou Cuba, cortando
com o que considerou ser um <i>«resquício antiquado da Guerra Fria».</i></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Barack e Raul, quem diria?</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Apesar das
diferenças de visões em questões como os Direitos Humanos, e com pesos
diferentes para medir a democracia, Obama, no seu estilo pragmático, quis
mostrar, ao lado de Raul Castro, que as divergências ideológicas, programáticas
e até etárias entre os dois não os impediram de chegar a uma conclusão comum:
norte-americanos e cubanos têm muito a ganhar com esta reaproximação e tinham muito
a perder se continuassem de costas voltadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Gt2GtrOp5jzYZ783koRKN3EdRLyMJcvHDOs1kZTEAVf7nIuZ5MOFptK45gxGgCYXWfp-oQ5G0YWe1ST9k5fy0DbaDyN7VI7-f1eEHrpR7_0zmZMY1SwPWB4IP2E9Lvywq7roOjsFI4U/s1600/obama_a_cuba_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Gt2GtrOp5jzYZ783koRKN3EdRLyMJcvHDOs1kZTEAVf7nIuZ5MOFptK45gxGgCYXWfp-oQ5G0YWe1ST9k5fy0DbaDyN7VI7-f1eEHrpR7_0zmZMY1SwPWB4IP2E9Lvywq7roOjsFI4U/s1600/obama_a_cuba_2.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>E o resto?</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Bom, o
resto, só o processo político e social em Cuba poderá determinar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na linha do
que já tinha defendido nas saídas americanas que promoveu no Iraque e no
Afeganistão, Barack Obama lembrou que <i>«quem decide os destinos de Cuba são os
cubanos». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Barack
voltou, assim, a ser um presidente que não se vê como líder ingerente de
soberanias alheias. «<i>Cuba é um país soberano»</i>, insistiu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrGLpdp7SO1HGaR9N2kVmKAhNGfYNO_ovotxu-pxFScuMqmOTnaiXRSi_XjyJHl6Mvom4f1_lmejGVGv18SUXwPL6fWoBb16UDyKp3ZKbs79I-4JweELpV8SMLWEHwgEPv7v_nApT-Y/s1600/obama_raul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrGLpdp7SO1HGaR9N2kVmKAhNGfYNO_ovotxu-pxFScuMqmOTnaiXRSi_XjyJHl6Mvom4f1_lmejGVGv18SUXwPL6fWoBb16UDyKp3ZKbs79I-4JweELpV8SMLWEHwgEPv7v_nApT-Y/s320/obama_raul.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Houve quem visse
neste tipo de atitude uma posição tíbia, de fraqueza, em relação ao problema dos
direitos políticos e democráticos em Cuba. Sobretudo quando Raul Castro, na
conferência de Imprensa conjunta no primeiro dia, aproveitou o momento para
atirar, demagógico, a um jornalista da CNN: <i>«Presos políticos? Quem? Onde?
Dê-me uma lista de nomes e nós soltamo-los ainda esta noite!»</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Obama e Raul
Castro são dois líderes completamente diferentes: na visão do mundo, no estilo,
na idade e, claro, na forma como chegaram ao poder. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas uma vez
mais Barack foi capaz de desenvolver uma espécie de «liderança pelo bom senso»
e, através de uma relação pessoal que foi criando com o irmão e sucesso de
Fidel, atingiu um dos pontos mais altos da sua presidência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheNuVlwepElShU3F0BfHvnuRr-PiZ1C0LYJ73BIl8pqMDtiosxht7b6gxX_Bb6lfEi3QtnM1iRDcTz5FzJV8KGNOw4rSwIzvtDh-oV4JDKULrR39PXVNf3cyTLW87KH1n51jLfFUlTWLg/s1600/obam%252Ca_che.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheNuVlwepElShU3F0BfHvnuRr-PiZ1C0LYJ73BIl8pqMDtiosxht7b6gxX_Bb6lfEi3QtnM1iRDcTz5FzJV8KGNOw4rSwIzvtDh-oV4JDKULrR39PXVNf3cyTLW87KH1n51jLfFUlTWLg/s1600/obam%252Ca_che.jpg" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo sem a
concretização do mais relevante em termos económicos (o fim do embargo), a
força do gesto parece ser irreversível. <i>«O embargo terminará, não sei é quando
e com quem»</i>, lançou Obama.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O próprio
Raul Castro reconheceu que «as medidas tomadas pelo governo de Obama sobre o
tema são positivas, embora insuficientes, por culpa da barragem do Congresso». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A <b>questão
cubana </b>marca, de forma clara, o clima de <b>divisão insanável</b> que se vive na
política americana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os principais
líderes republicanos de ascendência cubana (Ted Cruz e Marco Rubio) continuam
frontalmente contra esta aproximação a Cuba, porque veem nela uma <i>«cedência
inadmissível do líder do mundo livre a um regime ditatorial e ultrapassado».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O ponto é
que Obama não está assim muito preocupado com as análises de quem o acusa de
ter dado <i>«um último fôlego ao regime castrista». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para o
Presidente dos EUA, o mais relevante é que foi aberto um processo que, no fim
do dia, redundará em novas oportunidades económicas e sociais para cubanos e
norte-americanas.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O concerto dos Rolling Stones, realizados dias depois da visita de Obama, só foi possível porque antes o Presidente dos EUA abriu o caminho para a capital cubana.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JW-6-TJcdmOMtnRjabhRpF3KjFnlTewUVFGC3EGFkzkH3U0YoDA9cmnr-v6tbgbaIUGFjiwixAv5FHM5wVp_ComLBtqHIETKuPmlrZQdOQ2C-1YZhVT6D6Slw8smAOnmLoyj08Y-O5g/s1600/che_sto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JW-6-TJcdmOMtnRjabhRpF3KjFnlTewUVFGC3EGFkzkH3U0YoDA9cmnr-v6tbgbaIUGFjiwixAv5FHM5wVp_ComLBtqHIETKuPmlrZQdOQ2C-1YZhVT6D6Slw8smAOnmLoyj08Y-O5g/s320/che_sto.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não por acaso,
a popularidade de Barack Obama está, em Cuba, nos 80% -- muito, mas mesmo
muito, acima do que sempre teve nos EUA. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O facto de,
logo a seguir a ter deixado Havana, ter seguido para a Argentina reforçou o sinal de reposicionamento dos EUA como principal pivot do «mundo americano».<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMrcfqP6ZP5d9WW0-jaZiOIcNyCDYEnHOQsMUS7FEihzQ98VP8jc4iE4ErZuiqX6NEmulgYVbdsh5ay-spxr-3b6W4g69x6VbJ90tRE1PzAY-03t-rQ-RPsHscwggdZwvPOWKcyhskjHM/s1600/obama_tango.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMrcfqP6ZP5d9WW0-jaZiOIcNyCDYEnHOQsMUS7FEihzQ98VP8jc4iE4ErZuiqX6NEmulgYVbdsh5ay-spxr-3b6W4g69x6VbJ90tRE1PzAY-03t-rQ-RPsHscwggdZwvPOWKcyhskjHM/s320/obama_tango.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O tango que
dançou no <i>Salon de Los Escudos</i> do Centro Cultural Kirchner de Buenos Aires, em jantar oficial
oferecido por Marcelo Macri, ilustra bem o estilo pessoal do Presidente dos
EUA e simboliza o degelo das relações EUA-Argentina, depois do afastamento na era Kirchner.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo numa altura em que parece quase impossível fazer valer uma posição sensata na política americana, Barack Obama não desistiu de uma liderança racional. A escolha de Merrick Garland, juiz com registo equilibrado entre opções liberais e conservadores, tornaria difícil uma barragem imediata da maioria republicana no Senado. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo que ela aconteça, ficará claro quem é, neste momento, o único «adulto na sala» em Washington. Não será de admirar que haja já quem se inquiete por só o termos na Casa Branca até janeiro de 2017.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Talvez a próxima surpresa, depois da jogada cubana revelada com estrondo no final de 2014, e agora concretizada com a histórica presença em Havana, possa ser uma visita a Hiroshima -- essa mesma, a cidade japonesa destruída por bomba atómica.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Desde 1945, nunca um Presidente do EUA ousou fazê-lo -- mas Obama está a ponderar mais esse passo histórico, aproveitando a cimeira do G7 que se realizará em maio no Japão. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Fala-se em «reta final de Obama» há já uns tempos, mas a verdade é que os «últimos cartuchos» do primeiro presidente negro da história da América estão a ser, no mínimo, produtivos. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-39879414268350721682016-03-19T17:46:00.001+00:002016-03-19T18:10:28.564+00:00Histórias da Casa Branca: Hillary vs Trump ou ainda vale a pena imaginar um «golpe» republicano?<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Donald Trump será o
mais votado e o que mais delegados vai arrecadar na corrida republicana. Mas a
vitória de Kasich no Ohio pode ter levantado a dúvida: será que Donald ainda
atingirá os 1.237 exigidos para chegar à convenção já nomeado? O apoio de
Romney a Ted Cruz foi mais um momento surreal da corrida republicana e indica
uma réstia de resistência do «establishment» à «tragédia Trump». Mas talvez
seja tarde demais <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQW3_X3q9gwSnph8Ud7wgRRda7E5BJ2YFUlpSlHdD5XyUgzTb9GFE7oaD9swXqjLsP3n-Iedmpg86xhGWmmOVWFKNOChXC-k0xuc4RUMO0nwQ8M4keN4ub8MQLYk-FdqE8xDcOpNw38uA/s1600/trump_01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQW3_X3q9gwSnph8Ud7wgRRda7E5BJ2YFUlpSlHdD5XyUgzTb9GFE7oaD9swXqjLsP3n-Iedmpg86xhGWmmOVWFKNOChXC-k0xuc4RUMO0nwQ8M4keN4ub8MQLYk-FdqE8xDcOpNw38uA/s1600/trump_01.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></i></b><b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Marco Rubio foi digno
na hora da derrota humilhante «em casa»: saiu de cena depois de perder a
Florida para Trump e avisou os seus apoiantes: «somos uma República,
respeitamos em absoluto a vontade popular. Seja ela qual for». Por ele, Trump
será mesmo investido. Mas há quem não pense assim nas cúpulas republicanas. Ted
Cruz e John Kasich podem ter apoios inesperados para manterem gás suficiente
até à convenção de Cleveland <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN1QvaDfPFHFrCtOz0UrTnJtSV6hqnL__4SFNhAYtoFwR2-Q3UjpUh-jz3kasfzEp3LxiSPv7SWM1yI7zWoI0_cRARCwYUv3naAkXB6i1_b0bPuv6ReQ1o3RaCFKy-ApN0SikzyXpoNP0/s1600/rubio_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN1QvaDfPFHFrCtOz0UrTnJtSV6hqnL__4SFNhAYtoFwR2-Q3UjpUh-jz3kasfzEp3LxiSPv7SWM1yI7zWoI0_cRARCwYUv3naAkXB6i1_b0bPuv6ReQ1o3RaCFKy-ApN0SikzyXpoNP0/s1600/rubio_1.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></i></b><b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">«Donald Trump is
playing nice» -- depois de meses e meses com um discurso super agressivo, a
explorar medos e ignorâncias, a perspetiva da nomeação está a moderar uma parte
da retórica do multimilionário. Trump sabe que o grande risco, a partir de
agora, é que o clima de tensão e quase violência em torno da sua candidatura gere
uma perturbação que assuste o eleitorado que vai decidir. Unir o Partido
Republicano parece missão impossível: a maior parte dos líderes do partido que
deverá nomear Trump simplesmente o detesta<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4-ne_i1G8KbsP_x7sZugzjKPcE5C1EvuoXutUFZQAtDwoFIfwfnMDvm_KLqr8PdA70N3NlJOFM_nQd2zYwKwex212b-rumtAR949sVuUNF8ymf6CI2biBjjMoYxYwaEppgMIJdo45BEE/s1600/trump_09.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4-ne_i1G8KbsP_x7sZugzjKPcE5C1EvuoXutUFZQAtDwoFIfwfnMDvm_KLqr8PdA70N3NlJOFM_nQd2zYwKwex212b-rumtAR949sVuUNF8ymf6CI2biBjjMoYxYwaEppgMIJdo45BEE/s320/trump_09.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Hillary Clinton, no
prática, já obteve a nomeação: já agarrou perto de 75% dos delegados que
precisa para selar a vitória na Convenção de Filadélfia, entre delegados
obtidos por votação e superdelegados. Mas Sanders quer capitalizar a jornada
notável que tem percorrido, assumindo-se como voz incontornável do liberalismo
americano e da visão «anti-sistema», versão democrata<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVaROAdwllMiOTtBZjbStJKcE7FqB2qThTzYAFkFCYxezVApFxa4alMFrKbAfw1V5j08efmMADLt_Yg3hf5xlZGN0d0ytinZ_sArYM5gykR8x_sNOfTQxolgRmzeuBXn9nAT7fik31yiQ/s1600/hillary_09.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVaROAdwllMiOTtBZjbStJKcE7FqB2qThTzYAFkFCYxezVApFxa4alMFrKbAfw1V5j08efmMADLt_Yg3hf5xlZGN0d0ytinZ_sArYM5gykR8x_sNOfTQxolgRmzeuBXn9nAT7fik31yiQ/s320/hillary_09.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A «mini
Super Tuesday» do passado dia 15 confirmou <b>duas coisas</b>: Hillary Clinton será
mesmo a nomeada do Partido Democrata e Donald Trump vai ser o candidato mais
votado e com mais delegados do Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O triunfo
claro do multimilionário na Florida deitou ao tapete Marco Rubio – aquele que
talvez tivesse sido o escolhido dos republicanos se este ciclo de primárias
fosse «relativamente normal».<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só não
escrevo, em relação a Trump, uma terceira conclusão que aponte para a sua
nomeação, porque restam sinais, nas cúpulas republicanas, de alguma resistência
a uma realidade que parece c<b>ada vez mais inevitável. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Marco Rubio
foi <b>digno na hora da humilhação:</b> depois de perder por larga margem na Florida, estado que representa no Senado dos EUA, avisou os seus apoiantes de que, tendo em conta a forma como se escolhem
presidentes na América, não resta outro caminho que não seja respeitar
humildemente a vontade de quem vota e seguir a nomeação de Trump, caso ela se
concretize.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mitt Romney,
nomeado presidencial republicano em 2012, <b>não pensa assim</b>: depois de assumir discurso
arrasador contra Trump, anunciou que fará campanha por Ted Cruz nos próximos
estados, para evitar que Donald chegue a Cleveland com os 1.237 delegados
exigidos para agarrar a investidura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Tarde demais para um golpe de teatro</b></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas parece
tarde demais para imaginar uma <b>«brokered convention»</b>: se Trump não chegar ao
tal número mágico até junho, andará lá perto – e certamente muito acima de Cruz
e Kasich.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Como advogar
um candidato de última hora, que não tenha passado pelo crivo dos estados? Como
defender que <b>John Kasich</b>, que até hoje só ganhou no estado que governa, tenha
condições políticas para ser investido na convenção, ele que representa o centro republicano que, precisamente, está a ser triturado pelos eleitores do partido em quase todos os estados?<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLzOvQImB0Y231J0FCrcnvw976El60kBwLMf6-nc8CivP0IloTODoo4IcLoHC0pBay_pR2dFpj1jji1nfw6BWeRiOVM_tu-QUfyh87Wz1qiPLU1UIg38UAnTAi48dVVL9Zl7bRrFlEPs/s1600/kasich_oh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLzOvQImB0Y231J0FCrcnvw976El60kBwLMf6-nc8CivP0IloTODoo4IcLoHC0pBay_pR2dFpj1jji1nfw6BWeRiOVM_tu-QUfyh87Wz1qiPLU1UIg38UAnTAi48dVVL9Zl7bRrFlEPs/s320/kasich_oh.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para refrear
ânimos, um porta-voz do Comité Nacional do Partido Republicano foi claro, em
declaração recente:<i> «Se Donald Trump for o nomeado da convenção, vamos
respeitar em absoluto essa escolha». <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ideias que
apontam para uma candidatura «do establishment» à margem da nomeação de Trump
parecem, pois, desabafos em voz alta que, a serem concretizados, ofereceriam de bandeja a eleição de Hillary.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Rubio, um futuro brilhante... atrás dele?</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Depois da
derrota de Romney sobre Obama nas presidenciais de novembro de 2012, parecia
haver uma corrente suficientemente forte no Partido Republicano que apontava
para a necessidade de «abrir o partido» às minorias emergentes na América. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Dentro
destes segmentos, os latinos adquiriam especial relevância. O partido passou a
olhar, desde aí, com especial atenção para um jovem senador da Florida,
<b>conotado com o Tea Party mas não em demasia </b>para poder assumir-se como
candidato presidencial viável no plano nacional. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com um
discurso menos fundamentalista que Ted Cruz (a outra estrela hispânica dos republicanos),
Marco Rubio parecia ter tudo para ser «the special guy» que iria recolocar os
republicanos na rota da Casa Branca: menos rotulado com o «passado dinástico»
dos Bush do que Jeb, mais credível do ponto de vista político e social para o
eleitorado americano do que Ted Cruz ou Mike Huckabee. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Vários
«think tank» conservadores e a generalidade dos comentadores e «pundits» foram
colocando, desde 2012, Marco Rubio no pedestal dos pretendentes à nomeação
presidencial republicana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só que a
influência dos candidatos menos conotados com «establishment» não foi
devidamente valorizada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ted Cruz,
afinal, não só não é tão minoritário no seu discurso ultraconservador e fundamentalista
evangélico como até se revelou eleitoralmente mais competitivo do que Marco
Rubio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A força do
Tea Party, avassaladora nos primeiros anos de Administração Obama -- como
reação da Direita americana aos intentos do Presidente de aumentar «o peso do
Governo» e a «influência dos programas federais» -- gerou um desvio ideológico
e até demográfico muito significativo nas características atuais do Partido
Republicano.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>A derrota do centro</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>O centro
político quase desapareceu</b> (que o digam nomes como Jeb Bush, Mitch Daniels, Jon
Huntsman, George Pataki, Chris Christie ou até John McCain e Mitt Romney, os
últimos dois nomeados presidenciais republicanos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O desvio à
direita foi brutal. De tal modo que até o fenómeno Tea Party está hoje, de
algum modo, ultrapassado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Candidatos
como Mike Huckabee, Scott Walker ou Bobby Jindal foram triturados pela novidade
que quase ninguém previu: Donald Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O
«frontrunner» republicano, multimilionário de sucesso nos negócios, é uma
espécie de produto «pós Tea Party». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Menos ligado
a grupos religiosos, tem sabido assumir os receios e exigências de muitos
desses segmentos (o triunfo largo de Donald na Carolina do Sul assim o
confirmou). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ao contrário
do que acontecia com Huckabee ou do que sucede com Cruz, Trump não coloca Deus
como «mantra» essencial da sua retórica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Fala da
religião como um dado crucial para se perceber aquele país. Assume a liturgia
do endeusamento da Constituição (base de toda a ação política do Tea Party
nestes anos, numa interpretação literal que se desajusta a 2016). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas aposta
mais forte em «feridas» como a ideia de que «a América ficou mais fraca com os
anos Obama», garantindo que, com ele na Casa Branca, «os EUA serão grandes de
novo». «Vou derrotar a China e vou exterminar o ISIS», promete, impante, nos
seus comícios. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">2016 está,
por isso, a ser o <b>ano do populismo</b>, sobretudo do lado republicano.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Compreender Bernie</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas não só:
a jornada notável de Bernie Sanders, visto até há poucos anos como um
«outsider» da grande política americana explica-se, em boa parte, por uma
espécie de «populismo de esquerda», sem as diatribes irresponsáveis de Trump em
relação aos imigrantes e às minorias, mas com uma retórica igualmente perigosa
em relação ao «sistema financeiro» e «contra Wall Street». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary
Clinton será, <b>certamente</b>, a nomeada democrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A
superfavorita já conseguiu perto de três quartos dos delegados que necessita
para confirmar a nomeação, depois da boa resposta que deu a 15 de março:
vitórias claras na Florida, no Ohio, no Illinois e na Carolina do Norte (e
ainda uma vitória à tangente no Missouri). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas os 851
delegados já garantidos pelo septuagenário senador do Vermont (mais do que
Donald Trump conseguiu do lado republicano, por exemplo) não podem ser
menosprezados – sobretudo porque foram quase todos obtidos por votação
(enquanto Hillary tem perto de 500 superdelegados a engrossar os 1606 que já
obteve).<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E parece certo que Sanders vai levar esta caminhada até à convenção: <i>«O plano é convencer os superdelegados a mudar de ideias até lá»</i>, lança, provocador e determinado, o senador do Vermont.</span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fFsoQMKy_znMUTnhxNzL5Q903Wgz_RS334cQoz0Hq50yqGsezUiQfZopNaIvsVAtnvBzU3b4uexT0dwIrNGl71lAIwv9nNPzh3M5SZnnXssExHfgO3XbZsyYJtOQLfloA840DcQ5uD8/s1600/BERNIE_S.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4fFsoQMKy_znMUTnhxNzL5Q903Wgz_RS334cQoz0Hq50yqGsezUiQfZopNaIvsVAtnvBzU3b4uexT0dwIrNGl71lAIwv9nNPzh3M5SZnnXssExHfgO3XbZsyYJtOQLfloA840DcQ5uD8/s320/BERNIE_S.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A chave para
que Hillary não se deixe surpreender por Trump na eleição geral (para já, as
sondagens dão vantagens relativamente confortáveis à democrata sobre o
republicanos, de 10 a 13 pontos de diferença) passa muito por Clinton
conseguir, nos próximos meses,<b> fixar do lado democrata o «voto de descontentamento»
que Sanders está a conseguir verter nas urnas, em diferentes estados. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">Se a eleição
geral se transformar numa estranha (e perigosamente imprevisível) luta entre
«sistema» e «anti sistema», então aí Hillary pode ficar numa posição
extremamente sensível de corporizar</span><i style="font-size: 16pt; line-height: 107%;"> «o business as usual dos políticos que
estão lá há vários anos e deixam tudo na mesma»</i><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">, enquanto Donald se deliciaria
a vestir a pele do </span><i style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">«herói anti sistema que vai mudar isto tudo».</i><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Sistema vs anti sistema?</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Podem parece
rótulos simplistas – mas o<b> perigo existe</b>, tendo em conta o clima maniqueísta
que está instalado neste momento na política americana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As «odds»
parecem favoráveis a Hillary para novembro: minorias esmagadoramente do lado
dela; boa parte dos republicanos assustados e quase envergonhados com o
provável nomeado do seu próprio partido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas convém
analisar com especial atenção, nos próximos meses, os pontos de contato que,
eventualmente, existirão, entre o perfil do eleitorado Sanders e do eleitorado
Trump (na idade, no perfil social, na história de vida). </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Talvez tenhamos
algumas surpresas desagradáveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-81300760499973754652016-03-12T22:15:00.000+00:002016-03-13T20:14:16.843+00:00Histórias da Casa Branca: o lado negro da mais louca corrida do mundo<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">A América é ótima:
elegeu Obama duas vezes. A América é péssima: está a ir na perigosa cantiga de
Trump. É uma enorme, mas também definidora, contradição. O mesmo sistema que
permitiu a fantástica eleição de Barack em 2008 pode, agora, gerar uma
assustadora nomeação presidencial de Donald – e tem como alternativa mais
próxima um quase tão assustador Ted Cruz. É o lado negro de uma América que nos
surpreende: muitas vezes para melhor mas também para o pior <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqetc_Ymnj69Y7tTePW19fWPgJHIfltjLDuJzMdyWStN2DcCES_mj7ofUnZbl6_huhAEFrk03GdrhSAUqmM-HvMnrkheLBY084acFm6qwJVtKAuSQa2ZQGHC8pwecoRcVQLhtZNWWx8HA/s1600/eua_bandeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqetc_Ymnj69Y7tTePW19fWPgJHIfltjLDuJzMdyWStN2DcCES_mj7ofUnZbl6_huhAEFrk03GdrhSAUqmM-HvMnrkheLBY084acFm6qwJVtKAuSQa2ZQGHC8pwecoRcVQLhtZNWWx8HA/s1600/eua_bandeira.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Donald Trump está, na
prática, a duas vitórias da nomeação: se ganhar os estados «winner takes all»
Florida e Ohio (o mais votado arrecada todos os delegados em jogo), basta
manter até ao fim da corrida a percentagem de votos que tem tido para poder
chegar à Convenção de Cleveland com o número mágico (1.237 delegados) que lhe
permite não depender de outras contas<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZVcXyTCyKUTx4g4BsU_D6AdBUF5sNu2SYS6pRSilSSY4AkoYe46_vzJo7KRu9YmP7-dpG244aj2zRVYxRi-x5ciLmPVeVPLPQnk6pqx2pq699uGyoovpuB61v2bOfDiEMODKB7JUBjaM/s1600/trump0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZVcXyTCyKUTx4g4BsU_D6AdBUF5sNu2SYS6pRSilSSY4AkoYe46_vzJo7KRu9YmP7-dpG244aj2zRVYxRi-x5ciLmPVeVPLPQnk6pqx2pq699uGyoovpuB61v2bOfDiEMODKB7JUBjaM/s1600/trump0.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Uma boa fatia do
Partido Republicano parece disposta a não aceitar Donald Trump. A forma como
Marco Rubio e John Kasich continuam a falar do inesperado «frontrunner» anuncia
um clima de tensão e discórdia no GOP, nos próximos meses. Mas como acreditar
num «golpe de teatro» que trave a investidura de Trump em Cleveland se até
agora só se tem assistido ao falhanço de todas as possíveis alternativas ao
«desastre Trump»?<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6CtEr9qcFM2MGgso1iqjsKUriCYJ05uzsNK13LAeyHhk3fmLkOe6-9MkBGY88VbMhlTvNUtCL3TYb7FC-rJAfW1VTe_q7XEByVgRkD-WPFe9glELnF4sgSxtZ1x_0Eb-vgPK1g73OOOU/s1600/trump9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6CtEr9qcFM2MGgso1iqjsKUriCYJ05uzsNK13LAeyHhk3fmLkOe6-9MkBGY88VbMhlTvNUtCL3TYb7FC-rJAfW1VTe_q7XEByVgRkD-WPFe9glELnF4sgSxtZ1x_0Eb-vgPK1g73OOOU/s320/trump9.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Hillary Clinton tem
enorme avanço sobre Bernie Sanders na contagem dos delegados, graças ao apoio
maciço dos superdelegados. Mas a diferença nas votações por estado não é assim
tão grande. O triunfo de Bernie no Michigan apanhou toda a gente de surpresa e
voltou a pôr a nu as dificuldades que Hillary pode vir a ter no eleitorado
jovem e ‘white blue collar’<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj626UNGlNIsiXVd22ACrfegFRxZp4b1WwHH6GTZgEksMxAuC1qGII4raF6_oE0CAOAhn7IpvD9bGMiA3zGHfssMVHgAhp93nDsKJB5zvBAgZ9xUP2RqNKdazE_u-LQuJvYA7HADx2uP7c/s1600/hil_sandd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj626UNGlNIsiXVd22ACrfegFRxZp4b1WwHH6GTZgEksMxAuC1qGII4raF6_oE0CAOAhn7IpvD9bGMiA3zGHfssMVHgAhp93nDsKJB5zvBAgZ9xUP2RqNKdazE_u-LQuJvYA7HADx2uP7c/s320/hil_sandd.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ainda não dá
para não abrir a boca de espanto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O mesmo
sistema que permitiu a extraordinária caminhada de um candidato com as
características de Barack Obama em 2008 chegar à Casa Branca e ser reeleito em
2012 pode, agora, proporcionar uma nomeação assustadora de Donald Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>É o lado
negro da mais louca corrida do mundo. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não vale a
pena dizer agora que<i> «os americanos são irresponsáveis e ignorantes»</i>. Isso é um
simplismo que não ajuda a percebermos o essencial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na verdade, «os
americanos» foram capazes de protagonizar a fantástica eleição do primeiro
negro no mais influente cargo político a nível mundial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E ainda é
cedo para dizer que os tais «americanos» se aprestam para, desta vez, entregar
a Casa Branca a mr. Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para já, o
«ónus» vai para o eleitorado republicano – e, verdade seja dita, nas sondagens
para a eleição geral Hillary bate sempre Trump, ainda que por diferenças não
totalmente tranquilizadoras (entre os 4 e os 12 pontos, consoante os estudos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ainda assim,
a provável investidura do truculento multimilionário nova-iorquino é um
terramoto para os republicanos e pode levar a dissensões insanáveis no partido
que produziu presidentes da dimensão de Lincoln, Teddy Roosevelt, Eisenhower ou
Reagan. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O cenário
torna-se ainda pior para uma certa noção de conservadorismo moderado americano,
quando vemos que o único candidato com condições reais de ainda ultrapassar
Trump na soma dos delegados não é Marco Rubio, nem sequer John Kasich: é o senador
texano Ted Cruz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">É que, como
bem avisou o ex-Presidente Jimmy Carter, «<i>em muitos aspetos, Cruz é pior que
Trump»</i>. <i>«Sobre Trump, sei que se ele fosse presidente não faria quase nada dos
disparates que anda a dizer na campanha. Com Cruz é diferente. Cruz acredita
verdadeiramente no que diz e tem posição de extrema-direita que não se coadunam
com a governação da América»</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>A tese não é
só de Carter. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">São cada vez
mais os que acreditam que Trump, uma vez na Casa Branca, não faria quase nada
do que está a propalar na campanha: muro para separar o México dos EUA; como?
Expulsão dos muçulmanos; para onde?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Já em
relação a Ted Cruz, o registo do texano ligado ao Tea Party no Senado confirma
um radicalismo extremo e consistente: Ted foi um dos ideólogos do «shutdown» e
tem um ódio de morte a todas as políticas defendidas pela Administração Obama. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não por
acaso, nas intervenções públicas do Presidente Obama sobre o ambiente que se
tem gerado nas primárias republicanas, Barack não cinge as suas críticas e
avisos aos desvarios de Donald Trump. <i>«Os restantes candidatos defendem coisas
igualmente preocupantes. Ser presidente é muito difícil»,</i> atalhou Obama.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mais
direcionado foi o Papa Francisco quando sentenciou: <i>«Trump não pode ser
cristão, porque os cristãos não constroem muros, constroem pontes». </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O fim do GOP tal como o conhecíamos?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O
«establishment» do GOP <i>(Grand Old Party)</i>
está feito em cacos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A aposta que
parecia mais segura (Jeb Bush) falhou espetacularmente. Jeb foi governador
credenciado na Florida, filho e irmão de ex-Presidentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Se esta
corrida tivesse sido há uns anos, parecia ter tudo para ser o nomeado: o nome dinástico,
o currículo político, a capacidade de segurar o eleitorado conservador e ir
buscar independentes e moderados democratas, dispostos a dar uma oportunidade a
um republicano, depois de oito anos de presidência democrata, em nome da
alternância.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para mais,
Jeb fala muito bem espanhol e é casado com uma hispânica. Estava lançado o
caminho para que o nomeado republicano, desta vez, disputasse seriamente o
crescente eleitorado latino, que nas últimas duas eleições preferiu maciçamente
Obama a McCain e Romney.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nada disso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">2016 está
mesmo a ser mais inesperada e contraditória corrida presidencial americana em
várias décadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Jeb Bush, o
candidato com mais nome, mais currículo e mais dinheiro, desistiu cedo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ainda antes
tinha caído aquele que parecia ser um possível emergente desta corrida de 2016:
Scott Walker. Bem mais novo que Bush, com créditos firmados no estado que governa,
o Wisconsin, e propostas de conservadorismo fiscal com tudo para agradar à
<i>«republican base».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Walker, que
chegou a liderar no Iowa, viu depressa o filme que iria começar a acontecer no
seu partido: nas semanas seguintes à entrada ruidosa e destruidora de Trump,
caiu a pique no Iowa e não ficou melhor nos estados que se seguiam no
calendário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Resultado:
Scott desistiu meses antes do início das primárias, tentando passar mensagem
profilática aos restantes contendores – travem a ameaça Trump enquanto é tempo de
salvar o partido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">«Frente anti-Trump»? Onde?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só que a
mensagem de Scott Walker, reproduzida nas semanas seguintes por outros
republicanos de peso (entre os quais antigos candidatos à presidência, como
Mitt Romney ou John McCain, e pela generalidade dos analistas e comentadores)
não surtiu efeito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Bem pelo
contrário: Chris Christie, governador da Nova Jérsia que até gozava de aura
irreverente e pensamento próprio, chocou o sistema político americano (nos dois
campos partidários) ao ser o primeiro ex-candidato e político de dimensão
nacional a declarar apoio a Trump e a aparecer com Donald em ações de campanha,
num gesto vergonhoso que lhe terá custado a perda da credibilidade que ainda
lhe restava (na Nova Jérsia já há quem exija a demissão do governador).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mais tarde, Ben
Carson seguiu as pisadas de Christie (embora no caso do neurocirurgião negro, a
surpresa não tenha sido tão grande, dados os pontos de contato com o
posicionamento de Trump em relação às críticas ao sistema político, às regras
de Washington e ao currículo de «não-político profissional»).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Bem mais
desconcertante do que estes apoios foi a total falta de noção de «frente
anti-Trump» em toda a dinâmica da corrida republicana até agora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Quando Jeb
Bush desistiu, gerou-se uma expetativa de um apoio geral do «establishment»
republicano em torno de Marco Rubio. Alguns até pediam a John Kasich (na
verdade, o mais moderado dos sobreviventes da corrida) para desistir também, de
modo a concretizar essa «frente anti-Trump» em torno do senador
cubano-descendente da Florida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O problema é
que nada disso aconteceu. <b>Nem Rubio beneficiou de apoios sucessivos dos seus
pares, nem sequer Kasich saiu do caminho. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E o momento
atual da corrida republicana não deixa grandes dúvidas: ou Rubio consegue uma
recuperação espetacular nos próximos dias e, contrariando todas as sondagens,
vence na Florida, ganhando assim um novo fôlego para o que resta da corrida, ou
será uma carta fora do baralho depois de 15 de março. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Kasich, já
sem qualquer hipótese de sonhar com a nomeação, tem possibilidades reais de
vencer as primárias do Ohio, estado que governa com popularidade muito elevada
(as últimas sondagens colocam-no a apenas um ponto de Trump). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Numa jogada
inteligente, Rubio está a aconselhar os seus apoiantes a votarem «útil» em
Kasich no Ohio. Se esse apelo funcionar, não é de excluir que Trump não consiga
vencer no influente estado do Midwest. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYt6-tpZ1X8aVWfX8XV6T6IJVjxRr7wlcOeji2jcaww2lwcFWSxUzo3561rhJaCCG4NNZgPk6BGs4xHXMuXpSG4l8PEBJdJWiizlEkd2xbKSz_dj_r673cdImqItQBKxTwFXFYmRKFiKc/s1600/rubio2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYt6-tpZ1X8aVWfX8XV6T6IJVjxRr7wlcOeji2jcaww2lwcFWSxUzo3561rhJaCCG4NNZgPk6BGs4xHXMuXpSG4l8PEBJdJWiizlEkd2xbKSz_dj_r673cdImqItQBKxTwFXFYmRKFiKc/s320/rubio2.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas caso
Donald arrebate mesmo os dois grandes prémios da próxima terça à noite (99
delegados em jogo na Florida, 66 no Ohio, ambos em sistema ‘winner takes all’),
a questão fica arrumada: Trump será mesmo o candidato com mais delegados até ao
fim – e mantendo a média dos votos que tem tido até agora, é quase certo que
chegará à Convenção de Cleveland com o número mágico assegurado (pelo menos
1.237 delegados arrecadados durante as primárias).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Apertem os cintos: vem aí mais
turbulência<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Neste
momento, Donald Trump tem 460 delegados, Ted Cruz soma 370, Marco Rubio fica-se
por uns frustrantes 163 e Kasich tem uns irrelevantes 63. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Trump arrebatou já 15 estados (New
Hampshire, Carolina do Sul, Nevada, Alabama, Arkansas, Geórgia, Massachussets,
Tennessee, Vermont, Virgínia, Luisiana, Kentucky, Hawai, Michigan, Mississipi)
; Cruz ganhou em oito (Iowa, Alaska, Oklahoma, Texas, Kansas, Maine, Idaho, Wyoming);
Rubio venceu apenas no Minnesota, em Porto Rico e na capital federal (District of Columbia).</span>.<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Se a questão
fosse só matemática, pareceria que tudo está ainda em aberto entre Trump e
Cruz. Só que o senador texano não tem qualquer hipótese de obter os grandes
prémios do próximo dia 15. E não dá mostras de se bater com Donald nos estados
que não sejam da «Bible Belt» e do Sul. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ao contrário
do que muitos disseram e escreveram nos últimos meses, Donald Trump tem-se
mostrado um candidato transversal: é forte em estados do Sul, com mais pendor
religioso e evangélico; é forte em estados do Midwest (apanhando zonas
economicamente deprimidas e excluídas da «globalização») e, surpresa das
surpresas, está a mostrar-se forte também em estados cosmopolitas da Costa
Leste e até nos estados com muitos hispânicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Donde, a
tese de que Ted Cruz seria um «mal menor» para o Partido Republicano não colhe.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Em muitos
aspetos, incluindo o desempenho eleitoral projetado numa eleição nacional,
Donald Trump está a revelar-se menos «assustador» que Cruz. E embora mantenha
boa parte dos desvarios com que se lançou para uma surpreendente liderança
folgada, a verdade é que, quanto mais avança com vitórias em estados e soma de
delegados, mais tenta passar uma imagem de «unificador» do Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A política
americana, de facto, não para de nos surpreender.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tempos interessantes, mas
perturbadores<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Como diria a
velha maldição chinesa, «vêm aí tempos interessantes» do lado republicano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O tempo para
travar Trump pode já ter passado na lógica tradicional de um processo de
primárias, mas a verdade é que esta corrida de 2016 está a ser diferente de
todas as outras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não será de
excluir um «golpe de teatro» na Convenção de Cleveland, sobretudo se Donald não
ganhar no Ohio e, com isso, perder gás na caminhada para uma soma maioritária
de delegados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A questão é
mesmo esta: e se Trump aparecer na convenção de julho com mais de 1000
delegados, mas menos que os tais 1.237? Há espaço para uma rejeição do
candidato mais votado pelo «povo republicano»?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Há pouco
mais de uma década, Donald dizia sentir-se <i>«mais próximo dos democratas que dos
republicanos»,</i> porque «o Partido Republicano é demasiado à direita». Será que
na hora da verdade Ted Cruz conseguirá convencer o resto do partido que, ele
sim, pode assumir as bandeiras do conservadorismo americano? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Há correntes
do conservadorismo (e «neoconservadorismo», também) americano que têm apontado,
nas últimas semanas, em artigos e em intervenção em «think tanks», um cenário
de rutura: o Partido Republicano, em nome dos seus valores e dos seus
princípios, deve rejeitar Trump na Convenção, forçando-o a a uma candidatura
independente, mesmo que Donald obtenha o número mágico de delegados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Seria um
cenário extremo, de turbulência máxima, e que colocava o nomeado republicano
(alguém que ainda não foi votos?) numa posição de fragilidade e até de alguma
falta de legitimidade (na América, a vontade do povo é levada mesmo muito a
sério). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Não parece,
pois, muito provável que isso venha a acontecer. </b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Talvez mais republicanos
tenham mesmo que seguir a via de Christie ou, pelo menos, que engolir o «elefante
Trump», por muitas indigestões isso possa causar (veja-se o clima de tensão, quase violência, que está a criar-se nos comícios de Trump). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas nesta estranhíssima
corrida de 2016, o melhor mesmo é não afastar qualquer cenário. Como Sherlock
Holmes costumava dizer ao fiel ajudante Watson: <i>«Exclua o impossível e o que
restar, por muito improvável que lhe possa parecer, será a resposta».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Fragilidades no superfavoritismo de
Hillary<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No campo
democrata, a questão da nomeação está resolvida: não restam dúvidas de que
Hillary Clinton vai mesmo ser investida como candidata presidencial na
convenção de Filadélfia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O avanço da
ex-secretária de Estado sobre o senador socialista do Vermont é já suficiente
para ser seguro atribuir, de forma tão precoce, esse resultado final. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary tem
já garantidos 1.231 delegados (766 por votação e 465 superdelegados); Sanders
fica-se pelos 576 (551 por votação e apenas 25 superdelegados).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Clinton venceu já em 13 estados
(Iowa, Nevada, Carolina do Sul, Alabama, Arkansas, Geórgia, Massachussets, Tennessee, Texas, Virgínia, Samoa Americana, Luisiana e Mississipi); Bernie
ganhou em nove (New Hampshire, Colorado, Minnesota, Oklahoma, Vermont, Kansas,
Nebraska, Maine e Michigan)</span>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas nem sempre os números dizem tudo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Não fosse o enorme avanço que Hillary
tem nos superdelegados, estaríamos neste momento a falar numa acesa disputa
pela nomeação no lado democrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O discurso duro, frontal e corrosivo
de Sanders está a passar essencialmente em dois eleitorados importantes para a
«grande tenda democrata»: os jovens até aos 30 anos, especialmente os que têm
alguma diferenciação académica e se sentem injustiçados pelo sistema; e ainda
pelo eleitorado «white blue collar», excluído da globalização, que perdeu nos
últimos anos o seu emprego em «indústrias tradicionais» e não tem habilitações
para poder reconverter-se à «nova economia», talhada para quem tem credenciais
no mundo digital e não em indústrias pesadas. <o:p></o:p></span><br />
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjauj2wpYiQaD0yWPiB4bJyCuNL_Z94KQ94iXbfkzPPSyML1K2bMbzKmNu4rDo2SypqM5XgYlK9FRVhZzwcD43bfSmBOwzTpOSlg8aHX0QTV6Gfe0Tm61GaR6rGCPjW4eTAhf3JGXmjBjk/s1600/bernie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjauj2wpYiQaD0yWPiB4bJyCuNL_Z94KQ94iXbfkzPPSyML1K2bMbzKmNu4rDo2SypqM5XgYlK9FRVhZzwcD43bfSmBOwzTpOSlg8aHX0QTV6Gfe0Tm61GaR6rGCPjW4eTAhf3JGXmjBjk/s320/bernie.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A vitória de Bernie no Michigan
(terreno que parecia ser favorável a Hillary) apanhou todos de surpresa. E foi
a prova final das vulnerabilidades que a antiga Primeira Dama e senadora por
Nova Iorque tem em segmentos em que terá que vencer claramente na eleição
geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">É certo que Hillary também já obteve
vitórias esmagadoras (50 pontos de vantagem na Carolina do Sul, quase 70 por
cento de avanço sobre Sanders no Mississipi…), mas também é verdade que o que
está a garantir a Clinton o caminho para a nomeação é a fidelidade do voto
negro, dos latinos e dos «aparelho» do Partido Democrata.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Chega para obter a nomeação contra o
desalinhado Sanders. De acordo com as sondagens, também chegará para bater
Trump na eleição geral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas Hillary terá, nos próximos meses,
que conseguir descolar da imagem de uma candidata «do sistema», demasiado
comprometida com o «business as usual» de Washington.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Em tempos em que o populismo rende
tanto eleitoralmente, não será de excluir que Donald Trump consiga apanhar
parte dos votos anti-sistema que Sanders está a obter.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #141823; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Nunca foi tão difícil antecipar os
resultados finais de uma eleição presidencial na América. </b><o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-1314826428791843912016-02-28T19:33:00.001+00:002016-02-28T23:22:43.466+00:00Histórias da Casa Branca: explicações para o absurdo Trump e a confirmação da favorita Hillary<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Donald Trump lidera em
oito dos 11 estados da Super Terça-Feira. Mesmo no Texas, território Ted Cruz,
ainda não perdeu as esperanças de vencer. Marco Rubio, supostamente na posição
de corporizar a «frente do sistema contra Trump», corre o risco de passar o dia
decisivo do processo de primárias sem conseguir vencer um único estado. O apoio
de Chris Christie a Trump pode ter marcado ponto de viragem: será que começa a
ser inevitável encarar Donald como nomeado?<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-OuybjNcte9sd611K7iIEfpum9gouFg3Q8IAqSo3arUn7tmmzAHJgEeX4mXzPiya0InV0_rGAXaIQ7RajGQZPqBC_7nHyThwLYG9I5gIKPiInPjL76JmjJPD8RTBo1nI5bV4oiPSR-j4/s1600/trump_nevada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-OuybjNcte9sd611K7iIEfpum9gouFg3Q8IAqSo3arUn7tmmzAHJgEeX4mXzPiya0InV0_rGAXaIQ7RajGQZPqBC_7nHyThwLYG9I5gIKPiInPjL76JmjJPD8RTBo1nI5bV4oiPSR-j4/s1600/trump_nevada.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Hillary Clinton esmagou
na Carolina do Sul, sobrepondo-se a Bernie Sanders por 74-26. 96 em cada 100
eleitores negros preferiram Hillary a Bernie. Com exceção do Massachussets,
Hillary tem grande vantagem em quase todos os estados que vão a jogo na Super
Terça-Feira. Ou seja: dentro de poucos dias, o foco dos democratas estará já na
eleição geral. Hillary dará um passeio triunfal até à Convenção de Filadélfia <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUClf-S6H5FaLp1OfCnQoSgfoRpTQq4CnSwaUHDOMF9adA5BTTTvObAhqO8snT4mPw1mGIRVp8AEJkIvPBQa3N3lb5AC1MiBuXXLofkxBnxA6kK4mPPGhEy5IKyJWx8g-GqQJHXzeIz94/s1600/hill3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUClf-S6H5FaLp1OfCnQoSgfoRpTQq4CnSwaUHDOMF9adA5BTTTvObAhqO8snT4mPw1mGIRVp8AEJkIvPBQa3N3lb5AC1MiBuXXLofkxBnxA6kK4mPPGhEy5IKyJWx8g-GqQJHXzeIz94/s1600/hill3.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até há dois
ou três meses, para alguns ainda menos do que isso, encarar a nomeação
presidencial de Donald Trump era quase uma piada. Um absurdo que, apesar das
repetidas sondagens indicando o contrário, não deixava de ser visto como tal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Sucede que
podemos estar a poucos dias de assistirmos àqueles momentos em que o <b>absurdo se
transforma em real. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os
resultados do «caucus» republicano do Nevada apanharam todos de surpresa. Não
apenas pela vitória de Trump (na verdade, as sondagens já o tinham avisado),
mas sobretudo pela vantagem de Donald sobre Cruz e Rubio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Num estado
com forte implantação de hispânicos, Donald bateu Cruz e Rubio (dois
descendentes de cubanos) numa base de dois para um – sendo que até entre os
latinos Trump foi o mais votado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ora, isso
vai contra todo o tipo de cálculos que estavam a ser feitos sobre como iria
Donald Trump começar a cair. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O
multimilionário nova-iorquino -- que nos primeiro quatro estados das primárias
republicanas ficou em segundo no Iowa e depois venceu claramente no New
Hampshire, na Carolina do Sul e no Nevada --, está a passar quase todos os testes
e exibe uma dinâmica ascendente que não deve ser desvalorizada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O primeiro
forte sinal foi dado na Carolina do Sul: em estado profundamente religioso,
sulista e conservador, o candidato mais irreverente e desalinhado do leque
republicano (e aquele que menos fala do plano religioso) vencera folgadamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas o alerta
do Nevada foi mais sério: os dados pareciam jogar contra Donald, mas Trump
respondeu com um triunfo que prova que, afinal, ele não anti-corpos de base nos
segmentos que compõem o mosaico republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E os trunfos
recentes de Donald não se ficam por aqui. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O
«endorsment» de Chris Christie a Trump causou particular embaraço ao «core»
republicano. Chris e Donald até têm ponto em comum na forma de ser: são ambos<b>
tipos duros e desbocados</b>, que gostam de se afirmar pelo «politicamente
incorreto». <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVLOTq20ns7l59BpMW-shRuVSLsZRxh4tN3qqHyx5pofx6m6OqHdHSKsWurbHqqea214gQI8ObA9lzT1Y9R-O5qI5oKLCgKjXc42-xRFaswll7MAsVeci42fKpjOZMlE9-kzPdC_B3u0Y/s1600/christie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVLOTq20ns7l59BpMW-shRuVSLsZRxh4tN3qqHyx5pofx6m6OqHdHSKsWurbHqqea214gQI8ObA9lzT1Y9R-O5qI5oKLCgKjXc42-xRFaswll7MAsVeci42fKpjOZMlE9-kzPdC_B3u0Y/s320/christie.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas há diferenças
fundamentais: Trump é um «sniper» que atira disparates atrás de disparates em discursos
que não resistem ao «fact checking»; Christie é um político consistente, com um
currículo vencedor do ponto de vista eleitoral na Nova Jérsia e ambições
nacionais legitimadas pelo percurso feito no Partido Republicano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Que, neste
ponto da corrida -- em que era suposto que os mais prestigiados políticos
republicanos se unissem em torno de uma solução que garantisse a barragem ao
perigo Trump – <b>Christie apoie expressamente Donald é um episódio perturbador e
até um pouco deprimente</b>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por muito
que este gesto se explique no «ódio» que Christie destilou sobre Marco Rubio no
debate do New Hampshire, a verdade é que há uma enorme diferença entre não
aceitar o apoio «útil» a Rubio e este «endorsment» a Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Christie
abriu um precedente: até há poucos dias, Donald Trump prosseguia uma caminhada isolada, liderando sem um único apoio formal de governadores de estado ou
senadores. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Entre figuras nacionais do Partido Republicano, só a pouco credível
Sarah Palin (ex-governadora do Alaska e candidata a vice do ticket de McCain em
2008) tinha aparecido a apoiar Trump – o que em nada contribuiu para diminuir o
tom de críticas e reservas a Donald. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 107%;">Será que o
«endorsment» de Christie provocou um «turning point» nesta ideia, a ponto de se
começar a desenhar uma absorção do Partido Republicano a uma possível «inevitabilidade»
da nomeação de Trump?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ainda é cedo
para saber, mas é de admitir que, caso Donald tenha na Super Terça-Feira as
vitórias que as sondagens indicam, esse movimento possa ser, pelo menos,
estudado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Como foi possível chegarmos aqui?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Há uma
enorme sensação de desconforto em todo o sistema político e de poder
norte-americano com esta caminhada triunfal de Trump, possivelmente rumo à
nomeação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Importa,
nesta fase, explicar que este «absurdo perto de se tornar real» atinge, especialmente,
o Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O problema é
mais profundo – denota as imperfeições da recuperação económica dos anos Obama,
que embora tenha reduzido o desemprego a números historicamente baixos, deixou
partes da sociedade americana excluídas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas
sinaliza, essencialmente, a <b>crise grave em que caiu o Partido Republicano. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqLX8ivyIjIHXnZPVPcay3YBiMMuzZlFo5DepIU7YeHn5h_OHYiOL08T0c693SpQvEi1MQq5XGvW2NOXpmdm203TnUP5ldhdDXS235AjOBMmOrHN7RtwsxQAZE7n1CwChbAvKNvjddWSs/s1600/jebbb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqLX8ivyIjIHXnZPVPcay3YBiMMuzZlFo5DepIU7YeHn5h_OHYiOL08T0c693SpQvEi1MQq5XGvW2NOXpmdm203TnUP5ldhdDXS235AjOBMmOrHN7RtwsxQAZE7n1CwChbAvKNvjddWSs/s1600/jebbb.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As
referências que supostamente emergiriam nesta corrida de 2016 <b>falharam todas. </b></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Algumas por falta de comparência (Giuliani, Romney, Ryan), outras por incapacidade
política (Jeb Bush, Chris Christie, Bobby Jindal, Scott Walker), ou então por
insuficiente cobertura mediática (Rand Paul, Carly Fiorina, George Pataki).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só restam
dois nomes e mesmo esses estão a cometer demasiados erros e podem já não ir a
tempo de evitar o «perigo Trump»: <b>Ted Cruz</b> foi o primeiro a arrancar e venceu o
primeiro combate, o Iowa, mas mostra demasiadas fragilidades nos estados que não
tenham forte componente evangélica para poder pensar seriamente na nomeação;
<b>Marco Rubio,</b> a última esperança do «establishment» (ou do que resta dele…) bateu-se
bem no Iowa, mas falhou rotundamente no New Hampshire (aquele debate da véspera
foi trágico para o senador da Florida) e teve resultados aquém do que precisava
na Carolina do Sul e no Nevada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A grande
questão para Rubio é se vai conseguir convencer a tempo uma maioria de
eleitores republicanos de que tem muito mais hipóteses de «elegibilidade» em
novembro contra Hillary do que Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Convém
perceber que Donald Trump, mesmo com esta liderança clara da corrida, tem pouco mais de um terço dos votos republicanos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A sua
personalidade divisiva tem um enorme perigo para a eleição geral: boa parte dos
eleitores republicanos podem não se mobilizar para votar num nomeado que
detestam ou preferir, até, votar em Hillary para travar o «elefante Donald» e
um cenário ainda mais absurdo de vê-lo na Casa Branca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Só que <b>Rubio
ainda não ganhou um único estado</b> – e corre mesmo o risco de passar a Super
Terça-Feira sem um primeiro lugar para exibir. </span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por muito mal que esse dia lhe
corra (e pode mesmo correr), espera-se que coloque depois todas as fichas na sua
Florida – mas, atenção, até nesse estado que Marco representa desde 2010 no
Senado, Trump aparece neste momento à frente (e com algum avanço). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0GCtdb-PMYlHneVZXCfJYBpuu6Kv9dx208gmpCWLOV5mkJVJMuMqE5I4K6Ps6oc8HmCXoqoSLs9YrbpIhmwql9m0FRLFILnFgFRoBhDhvila4tMxCVgmMNhti5mZRrJCWGYQe0R6smo/s1600/rubio_w.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0GCtdb-PMYlHneVZXCfJYBpuu6Kv9dx208gmpCWLOV5mkJVJMuMqE5I4K6Ps6oc8HmCXoqoSLs9YrbpIhmwql9m0FRLFILnFgFRoBhDhvila4tMxCVgmMNhti5mZRrJCWGYQe0R6smo/s1600/rubio_w.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No recente debate
de Houston, na CNN, Marco Rubio, já em fase de queimar os últimos cartuchos,
encostou finalmente Trump às cordas. Mostrou incoerências de Donald, utilizou
algumas das táticas que Trump tem utilizado. Pode ter causado impacto no
momento, mas é duvidoso que, no global desta longa corrida, esse debate venha a
ser decisivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O «trend»
das próximas batalhas mostra Trump com avanços significativos e um certo
equilíbrio entre Rubio e Cruz pelo segundo lugar, sem grandes sinais de que
alguns possa saltar para a frente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até em
estados com demografias que poderiam parecer menos favoráveis a Trump (como o
Massachussets, o Michigan ou a Virgínia), os estudos mantêm Donald na frente,
na casa dos 30 e tal por cento, com vantagens de pelo menos 10 ou 15 pontos
sobre Rubio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Das duas,
uma:</b> ou Cruz desiste depois da Super Terça-Feira (só se admite esse cenário
caso perca o Texas) e a corrida passa a ser a dois (e isso pode catapultar
Rubio como o anti-Trump com margem para crescer), ou uma disputa a três até ao
fim deverá acabar por manter Trump na liderança dos delegados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O que
acontecerá na Convenção de Cleveland é que ainda é uma incógnita: estará o
Partido Republicano preparado para «engolir» Donald Trump ou pode ainda
esperar-se algum golpe de teatro?<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary esmaga na Carolina do Sul e
promete resolver já na Super Terça-Feira<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Do lado
democrata, a Carolina do Sul tirou as dúvidas de quem ainda as queria
alimentar: <b>Hillary Clinton vai mesmo ser a nomeada presidencial democrata. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary
esmagou Sanders naquele estado sulista: 74%/26%, 48 pontos de vantagem, no
«landslide» que faltava à ex-secretária de Estado para garantir uma espécie de
passeio triunfal até à Convenção de Filadélfia, em julho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A enorme
vitória de Hillary na Carolina do Sul teve a gasolina dos… 96% (!) obtidos no
eleitorado negro. Nem Obama em 2008 conseguiu tanto num estado que tem 60% de
eleitores democratas negros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo que
nos próximos territórios o peso dos negros não seja tão forte, esta foi a prova
final de que Bernie Sanders não tem, verdadeiramente, uma dimensão nacional:
não consegue penetrar em segmentos cada vez mais importantes para uma eleição
presidencial americana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As
tendências para a Super Terça-Feira são claras: o favoritismo de Hillary deverá
ser reforçada a um<b> ponto de não retorno. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Clinton
lidera com grandes vantagens na Geórgia (63-35), na Virgínia (59-39) e no Texas
(61-34).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com um
quarto do total dos delegados em jogo, e tendo em conta a vantagem que Hillary
já tem sobre Sanders e a perspetiva de a alargar bem mais após o dia mais
influente deste processo de primárias, não se vê outra conclusão a tirar que
não seja a de que Hillary Clinton sair da Super Terça-Feira com a nomeação
perfeitamente controlada <i>(mesmo que ainda não matematicamente garantida). </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNZbc_mx1keHM48Iw7IhK-D9YiA1WOOkMihvWB0MJuRP1OCd3gDxY8G6qRDUa8JW2zHZfeSM1szM5TU6fxFD5uA6o_LnI4D5JQ_Qxzis6qgn_Crg5YBNor_lF0bIUjR6qZqQ50UAhN2LY/s1600/hill1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNZbc_mx1keHM48Iw7IhK-D9YiA1WOOkMihvWB0MJuRP1OCd3gDxY8G6qRDUa8JW2zHZfeSM1szM5TU6fxFD5uA6o_LnI4D5JQ_Qxzis6qgn_Crg5YBNor_lF0bIUjR6qZqQ50UAhN2LY/s320/hill1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Daqui a
poucos dias, a questão do lado democrata estará, por isso, em saber quem
escolherá Hillary para seu vice (o próprio Sanders? Elizabeth Warren? alguém
mais próximo do eleitorado central, como Evan Bayh ou Jim Webb? uma ‘rising
star’ com apelo às minorias, como Julian Castro, sobretudo se o opositor
republicano for Rubio?), ou então em apostar se Bernie Sanders vai mesmo até ao
fim ou se deita a toalha ao chão e deixa Hillary sozinha, daqui a umas semanas.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O discurso
de vitória de Hillary na Carolina do Sul aponta já para a eleição geral: <i>«Não
vamos descurar nenhum voto. Não vamos deixar portas por bater. Depois da Super
Terça-Feira, a nossa candidatura passará a ser nacional».</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1enAc3t-VpioUcoUdmIxMQoyUYZRdNfmYTcFo98lDdhLWwVJFJvCLxg7cbkOpUoWzk8UZktnYz286VOQnnsK4dFQEDUGMRVmeuE2sHbQvQBRBNXhxh4WEjPTcMWZLy3RorSyKcvxopl8/s1600/hill2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1enAc3t-VpioUcoUdmIxMQoyUYZRdNfmYTcFo98lDdhLWwVJFJvCLxg7cbkOpUoWzk8UZktnYz286VOQnnsK4dFQEDUGMRVmeuE2sHbQvQBRBNXhxh4WEjPTcMWZLy3RorSyKcvxopl8/s1600/hill2.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Sem o
«efeito novidade» de 2008, e com muitos esqueletos no armário próprios de quem
está há mais de 40 anos na primeira linha de fogo da política americana,
Hillary Clinton sabe que terá vários «cisnes negros» a poderem complicar-lhe o
caminho até novembro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas a
verdade, também, é que poucas semanas bastaram para mostrar que Hillary Clinton
é, de longe, a candidata mais viável e mais bem preparada para enfrentar, do
lado democrata, a eleição geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Barack Obama
percebeu isso há muito tempo e não teve pejo em, mesmo como Presidente, assumir
a sua preferência por Hillary para assegurar a sua herança política. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_FQoyPrPBgdKBmL5iYG3FQeEJ9gmqsbxsi0K7qaKAGtIJKVRZyb73uYJDUN0Cve6rituGvCrUQLK1ZMv3rX_ugf1lRcv_UH30NR2rLpEkshnsNNKAGcNwmh9ONORrQZFXyuhzer3UWC0/s1600/obama_hil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_FQoyPrPBgdKBmL5iYG3FQeEJ9gmqsbxsi0K7qaKAGtIJKVRZyb73uYJDUN0Cve6rituGvCrUQLK1ZMv3rX_ugf1lRcv_UH30NR2rLpEkshnsNNKAGcNwmh9ONORrQZFXyuhzer3UWC0/s1600/obama_hil.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O tal «armistício»
celebrado entre Barack e Hillary dias antes da eleição geral de 2008 – e que
passou pelo apoio de Hillary a Obama a troco do embalo de Barack a Clinton para
2016, com passagem pelo Departamento de Estado em apenas um mandato, estando
Hillary já a preparar-se para nova candidatura à Casa Branca durante o segundo
mandato de Obama – está a concretizar-se em pleno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Quer dizer:
em pleno mesmo… só se Hillary bater Trump ou Rubio em novembro. Faltam <b>oito
meses</b> para sabermos. Já faltou bem mais. <o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2098377060471062330.post-85838260409297023582016-02-21T20:28:00.000+00:002016-02-22T12:29:31.165+00:00Histórias da Casa Branca: Trump avança, Jeb cai, Rubio aproveita -- e Hillary segura-se<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">A Carolina do Sul deu
nova vitória a Donald Trump e começa a colocar o multimilionário como favorito
à nomeação republicana. Mas ainda não de forma inevitável: a desistência de Jeb
Bush pode dar de bandeja a Marco Rubio o estatuto de «candidato anti-Trump». E ainda há Ted Cruz pelo meio: os 22,3% do senador do Texas dão-lhe força
para prosseguir, pelo menos por mais algum tempo, a bater-se com Rubio na luta pelo
segundo posto<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyDdZqaLT8qe1GW5-GcBOUCZumpjfx24eFwnCxjaoXdQOkCHKw1SMf73xkhEp_Y_4NY6FkFDFaeRW478NHT40aNNhEjAfv4zuwqOZWyRHgnZ3x3-48kGzqcvPqQT9BHKbE0OhwjZd0DD8/s1600/trump_carolina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyDdZqaLT8qe1GW5-GcBOUCZumpjfx24eFwnCxjaoXdQOkCHKw1SMf73xkhEp_Y_4NY6FkFDFaeRW478NHT40aNNhEjAfv4zuwqOZWyRHgnZ3x3-48kGzqcvPqQT9BHKbE0OhwjZd0DD8/s320/trump_carolina.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Do lado democrata, a
vitória de Hillary Clinton no Nevada foi curta (52.5/47.5), mas ainda assim um
pouco superior ao quase empate do Iowa. Sanders não foi capaz de aproveitar o
embalo da triunfo enorme no New Hampshire e, mesmo tendo obtido uma «surge»
final, falhou o primeiro lugar que necessitava de obter no Nevada para consumar
a reviravolta. Na Carolina do Sul, dia 27, Hillary tem tudo para esmagar (os
quase 60% de eleitores negros preferem-na numa escala de quatro para um em
relação a Bernie). Se vencer por 20 ou 30 pontos nesse estado sulista, Hillary
embalará definitivamente para a nomeação, que quase já pode selar nos 14
estados da Super Terça-Feira <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIlK3cKQKuvPwxZ_ndC4xw5NcaJRhvhpj4Wkf0MUXy8WOyVbG17BtuBa-B1TvGK_sUo89qYaL0zrYeOjUHkvvTSxaEiGXe-i3vvAjURr4pAf4V3RqSgtQaA30-XgoLqmHKgHssixcwFOQ/s1600/hillary_nevada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIlK3cKQKuvPwxZ_ndC4xw5NcaJRhvhpj4Wkf0MUXy8WOyVbG17BtuBa-B1TvGK_sUo89qYaL0zrYeOjUHkvvTSxaEiGXe-i3vvAjURr4pAf4V3RqSgtQaA30-XgoLqmHKgHssixcwFOQ/s320/hillary_nevada.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Donald Trump
até pode nem conseguir ser o nomeado</b> do Partido Republicano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas uma
coisa já ninguém lhe tira: o polémico multimilionário nova-iorquino provocou um
autêntico terramoto político no GOP, com consequências que podem vir a ser
irreparáveis para os pilares da Direita e do conservadorismo americano. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O triunfo na
Carolina do Sul nem foi tão esmagador como as sondagens previam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Donald teve
32,5%, mais 10% que Marco Rubio e Ted Cruz. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas o sistema <i>«winner takes all»</i> (o
mais votado arrecada todos os delegados) deverá permitir a Trump somar a
totalidade dos 50 delegados à convenção republicana que a Carolina do Sul,
importante estado no barómetro político dos republicanos, garante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>O terramoto
está aí</b>: depois de Scott Walker, depois de Chris Christie, depois de Carly
Fiorina, depois de Mike Huckabee e Rick Santorum, agora foi mesmo Jeb Bush a
baixar os braços. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os 7,8% do
ex-governador da Florida na Carolina do Sul (aliados a 3% no Iowa, sexto lugar,
e 11% no New Hampshire, quarto posto) foram frustração suficiente para Jeb
assumir o fracasso e atirar a toalha ao chão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Um cenário como
este – Trump a somar vitórias; Ted Cruz a bater-se muito bem nos três primeiros
estados, incluindo um primeiro lugar no Iowa; Walker, Christie e Bush a
desistirem de forma precoce – era simplesmente impensável há um ano (ou até
mais recentemente).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E só podem
ser interpretados como um sintoma gravíssimo do estado do Partido Republicano.
O centro e uma certa noção de moderação foram postos de lado pelos eleitores
republicanos, desiludidos com a incapacidade do partido lidar com os anos
Obama.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Jeb Bush,
pouco carismático é certo, mas com uma base de financiadores que noutro quadro
político talvez lhe fosse suficiente para obter a nomeação</b>, nem sequer chegou à
sua Florida para uma última tentativa de travar Trump.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc_73-8bTukldn6qq1QgZU9ZgnS9RntB-6MYzOItItXSxd-yxmOwjnKhxhi_I1Lx7whkxGvqm3T4O8ur8zlTZNkmKPlUL3c-YDly-3_Q_1BgNinhHyu_8jQKVU_BsDuyjdziKQn5-obAE/s1600/jeb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc_73-8bTukldn6qq1QgZU9ZgnS9RntB-6MYzOItItXSxd-yxmOwjnKhxhi_I1Lx7whkxGvqm3T4O8ur8zlTZNkmKPlUL3c-YDly-3_Q_1BgNinhHyu_8jQKVU_BsDuyjdziKQn5-obAE/s320/jeb.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O fracasso de
Jeb faz, em certa medida, lembrar Giuliani em 2008: Rudy também partiu como
favorito, mas apostou de tal modo na Florida que não resistiu aos resultados
péssimos nos estados de arranque (muito idênticos, curiosamente, aos de Jeb em
2016).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas o
<b>contexto político é completamente diferente:</b> Jeb até nem descurou o Iowa
(muitos acharam que passou tempo demais no estado de arranque, não tendo perfil
nem credenciais para poder sonhar com um bom resultado em local com tantos
evangélicos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">2016 não
pode, na verdade, ser comparado com nada, em matéria de corridas à nomeação presidencial
republicana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Se, há
apenas quatro anos, Donald Trump nem sequer conseguiu grande atenção e por isso
se demoveu a ir a votos, desta vez o discurso desbragado, sem grande consistência
programática e puxando pelos sentimentos mais primários dos eleitores está a
valer – e até força a desistência de supostos favoritos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Em 2012,
Mitt Romney era um candidato globalmente idêntico a Jeb Bush: pouco
carismático, pouco colado às tendências Tea Party, a flutuar entre as correntes
moderadas e com aspetos conservadores, ex-governador de estado respeitado e boa
base de financiamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Há quatro
anos, isso chegou e sobrou a Mitt para obter a nomeação republicana. Ora, Jeb
nem à Super Terça-Feira chegou. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com tanta originalidade a marcar a corrida de 2016, pode até ser que, desta vez, não se repita a tradição nas nomeações presidenciais republicanas: é que, geralmente, quem ganha na Carolina do Sul obtém mesmo a investidura. Valerá para Donald?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Rubio esfrega as mãos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A dinâmica
da corrida republicana começa a ser difícil de prever, mas tudo indica que
Marco Rubio venha a ser o principal beneficiado da desistência de Jeb.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Sem Bush,
sem Christie, sem Fiorina e sem Walker na corrida (e embora ainda haja John
Kasich, talvez o mais centrista de todos os candidatos republicanos nestas
primárias), Marco Rubio tem tudo para angariar em seu torno os apoios que
estavam destinados a Jeb (nem 80 milhões de dólares gastos na campanha valeram
a Bush; Trump gastou seis vezes menos até agora e vai à frente…) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Marco foi
segundo na Carolina do Sul, graças a uma boa reta final nesse estado sulista,
onde beneficiou do apoio da popular governadora Nikki Haley
(indiana-americana), também ela uma descendente de imigrantes com 44 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCLRzgEnKmrCQIiu7lxlSSbm-S41l75RkE-HfidetqQwKmEXD11m6E0tbjfe-SckIaYlohALiJguRGGPP0VRPZeV0G7vod0ywnE3C43x99LwVBYVP9vesg81nSWl6uRhHIwnd8vI9gzNI/s1600/haley.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCLRzgEnKmrCQIiu7lxlSSbm-S41l75RkE-HfidetqQwKmEXD11m6E0tbjfe-SckIaYlohALiJguRGGPP0VRPZeV0G7vod0ywnE3C43x99LwVBYVP9vesg81nSWl6uRhHIwnd8vI9gzNI/s320/haley.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O segundo posto de Rubio foi um quase
empate com Cruz, é certo, e a dez por cento de Trump. Mas com o triplo dos
votos de Jeb Bush, do mesmo modo que já tinha tido o sêxtuplo dos votos de Jeb
no Iowa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Rubio é um
candidato ambíguo</b>: posiciona-se claramente à direita em temas como Cuba (é
contra a abertura promovida pelo Presidente Obama, por considerar que não se
deve negociar e dar concessões a «governos de ditadores»), mas consegue ter uma
narrativa para a classe média e sabe «vender» a sua história americana, de
filho de imigrantes de origem muito modesta e que conseguiram vencer subindo a
pulso – e à custa de muito trabalho na «terra da oportunidade».<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até agora, o
capital político de Rubio nestas primárias é ter sobrevivido a Trump (Jeb,
Christie e Walker não podem dizer o mesmo…) e é ter conseguido percentagens um
pouco acima do que as sondagens indicavam no Iowa e na Carolina do Sul.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Com a queda
de Jeb, essas percentagens podem subir ainda mais, talvez para valores iguais
ou superiores a Trump. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas restam
dúvidas fundamentais em relação à viabilidade de Rubio: afinal de contas, quando
é que o jovem senador da Florida vai conseguir ganhar um estado (os
especialistas apontavam a Carolina do Sul como terreno propício a que Marco
vencesse)?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>A Super
Terça-Feira será, por isso, crucial para Rubio</b>: ou consegue bater Trump em
alguns dos territórios chave ou fica difícil acreditar que vá a tempo de
recuperar a contabilidade de delegados em relação a Donald. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E ainda há
Ted Cruz. Poucos acreditam que o polémico (e também ele desalinhado) senador do
Texas tenha condições de sonhar com a nomeação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzSgQG6we0rpYZyl2u0222M6Mvp_FOW4NEWfcHuotSkUW0nR7sdBvPPl7n8b2XY9JZWnV-YWuaC6YLbAi19DcXM9Te0n0bO3bcQ4usXMgfE8DAfUKa5RlXfNNScrVESkcX6PmG2-eAXf4/s1600/ted.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzSgQG6we0rpYZyl2u0222M6Mvp_FOW4NEWfcHuotSkUW0nR7sdBvPPl7n8b2XY9JZWnV-YWuaC6YLbAi19DcXM9Te0n0bO3bcQ4usXMgfE8DAfUKa5RlXfNNScrVESkcX6PmG2-eAXf4/s320/ted.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Trump tem
mais capacidade de mobilização, Rubio mostra-se mais credível e com mais apoios
influentes. <b>Mas as credenciais evangélicas de Cruz não devem ser
subvalorizadas. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ted voltou a
ter resultado significativo (22,3%) na Carolina do Sul, depois do triunfo no
Iowa (28%) e do terceiro lugar no New Hampshire (12%).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tudo indica
que Cruz não vai resistir ao choque dos grandes estados (e do cosmopolitismo da
Costa Leste), mas os bons resultados do senador texano nos três primeiros
estados podem baralhar as contas mais algum tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por um lado,
Ted vai querer lutar com Marco (curiosamente, dois senadores de ascendência
cubana, de 44 anos) pelo estatuto de segundo classificado da corrida; por
outro, disputa com Trump o eleitorado mais «zangado» com o sistema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nesta
corrida absolutamente atípica do lado republicano, os três primeiros estão, de
algum modo, invertidos: Trump e Cruz assumiam-se, no início, como os candidatos
mal-amados pelo sistema e pelo «core republicano»; Rubio mostrava condições de
sonhar pela nomeação, mas teria que ultrapassar o favoritismo natural do seu
«mentor» na Florida, Jeb Bush.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A corrida
ainda vai no início e os «underdogs» lideram. Os supostos favoritos, esses,
caíram todos. Ou quase: será que Marco Rubio ainda vai a tempo de evitar terramoto
de impacto ainda maior? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary trava Bernie e lança-se para
a Carolina do Sul<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Quem estará
a torcer por Trump é… Hillary Clinton.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A mais do
que provável nomeada do Partido Democrata sabe que Donald é o seu maior garante
de eleição em novembro. Se o adversário for Rubio, a coisa ficará bem mais
difícil para Clinton, nos estados decisivos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas antes há
que selar a nomeação democrata. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O fenómeno
Sanders, a todos os títulos notável, pode sinalizar alguns problemas
estruturais nesta segunda tentativa de Hillary para chegar à Casa Branca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A
ex-senadora Clinton é vista pelo eleitorado mais jovem e urbano como uma
personagem do passado, comprometida com «Wall Street e as grandes corporações».
E isso está a custar-lhe a perda do eleitorado abaixo dos 35 anos, sobretudo nos
brancos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b>Mas o
capital de Hillary nas minorias (sobretudo negros e latinos) e ainda nas
classes trabalhadoras e sindicalizadas é muito sólido</b> – e acabou por garantir-lhe
a vitória no Nevada. Os sindicatos ligados ao jogo em Las Vegas foram fiéis a
Clinton e cobriram, de forma não avultada mas suficiente, a vantagem de Hillary
em relação a Sanders, que se saiu melhor na zona norte do Nevada.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm4T-F3tF4JyTnJm5b3StE-iIxhYOcMUiaa81YFCQfPakJiPTxBwXv1RNHabcPQM4x6t_1_M_MsS4HsDwkTj6OwmSsK7Cx7AKitoKUbiI2Gjhb_D9Z2aMDq60e_YJcSKubwPjw1dT1c7M/s1600/rep16_3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm4T-F3tF4JyTnJm5b3StE-iIxhYOcMUiaa81YFCQfPakJiPTxBwXv1RNHabcPQM4x6t_1_M_MsS4HsDwkTj6OwmSsK7Cx7AKitoKUbiI2Gjhb_D9Z2aMDq60e_YJcSKubwPjw1dT1c7M/s320/rep16_3.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hillary
voltou, assim, conseguir o essencial: travar um arranque ainda mais forte de
Sanders, somando segunda vitória (curta, mas ainda assim um pouco maior que a
do Iowa) em três estados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na Carolina
do Sul, há caminho aberto para <b>Hillary esmagar pela primeira vez</b> (os eleitores
negros devem dar-lhe folgado avanço sobre Sanders). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Deve, por
isso, ser mesmo Hillary a ser coroada na convenção de Filadélfia. Depois do
verão, tudo dependerá do adversário que calhará em sorte a Clinton.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Correndo bem para Hillary, a provável nomeada democrata acabará por obter, na eleição geral, o grosso dos votos que está a perder para Sanders nas primárias: jovens contestários do sistema talvez a prefiram a um republicano. Ou será que... se for Trump isso pode não ser assim?</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até lá, a
mais louca corrida do Mundo dará voltas surpreendentes. Isso é garantido.<o:p></o:p></span></div>
Germano Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10959104207560162626noreply@blogger.com0