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domingo, 7 de outubro de 2012
Histórias da Casa Branca: Evolução do emprego favorece Obama
TEXTO PUBLICADO NO SITE DE A BOLA A 7 DE OUTUBRO DE 2012:
Evolução do emprego favorece Obama
Por Germano Almeida
«O pós-debate do Colorado não foi fácil para Barack Obama: a sentença de que o Presidente perdeu o primeiro confronto com o seu adversário, Mitt Romney, foi unânime.
Mesmo o campo democrata não escondeu a sua desilusão com o desempenho de Obama, admitindo até alguma surpresa com as omissões de Barack em relação a vários pontos em que poderia atacar o seu oponente conservador.
Renascido com a vitória clara que obteve em Denver, o campo de Mitt Romney voltou a acreditar na eleição do seu candidato a 6 de novembro. Este sentimento tem gerado, nos últimos dias, um aumento do entusiasmo da base republicana, que se tem traduzido, também, numa maior capacidade da campanha de Romney vir a recolher fundos suficientes para que o nomeado
republicano consiga atacar a reta final com dinheiro suficiente para pagar os anúncios de propaganda.
As primeiras sondagens pós-debate apontam para alguma recuperação de Romney, sobretudo nos estados decisivos, mas mantêm Barack Obama à frente, tanto no voto popular como no Colégio Eleitoral.
E o relatório mensal do emprego nos EUA ajudou o Presidente a voltar algum controlo da conversa na campanha.
Como é sabido, um dos principais pontos da argumentação republicana contra o Presidente reside elevada taxa de desemprego que os EUA ainda mostram. Há 70 anos que um Presidente não é reeleito com uma taxa de desemprego superior a 7,2 por cento (desde Roosevelt). Mas nos anos Obama essa taxa esteve quase sempre acima dos 8 por cento.
Teoricamente, isso seria quase impeditivo da reeleição. Mas não é o que as sondagens têm dito: o mais provável continua a ser que Obama consiga vencer a 6 de novembro.
Finalmente abaixo dos 8%
Depois de 29 meses de descida ligeira (no pico da crise, entre finais de 2009 e meados de 2010, o desemprego nos EUA estava nos 10 por cento e baixou para os 8.1 no verão deste ano), no verão as coisas voltaram a recuar.
A capacidade de recuperação da economia americana começou a desacelerar e isso foram más notícias para esta Administração. Mas o relatório de setembro apontou novos sinais positivos, com a criação de 114 mil novos postos de trabalho e a consequente descida da taxa de desemprego para os 7.8 por cento.
Sendo ainda um valor alto, está já abaixo da barreira dos 8 por cento (retirando, assim, a ‘punch line’ a Paul Ryan, que repete todos os dias que os anos Obama foram marcados pelo desemprego acima de 8 por cento...)
A campanha de Romney reagiu a este relatório dizendo que «23 milhões de americanos continuam à procura de emprego», o que é, no mínimo, uma liberdade criativa: na verdade, o número de desempregados na América, sendo elevado, está muito abaixo desse valor (analistas explicam que Romney está a incluir quem está em sub-emprego ou em ‘part time’).
A verdade é que o primeiro mandato de Obama pode ter como um dos principais legados a forte criação de emprego: quase 5 milhões de novos postos de trabalho criados no setor privado desde janeiro de 2009. Insuficiente para resolver a crise, mas a desenhar uma linha de recuperação que, como muito bem explicou Bill Clinton na Convenção, pode significar «o início de uma rota de prosperidade que ainda não se sente, mas cujas fundações já estão edificadas».
Falta saber se Barack Obama conseguirá voltar a pegar na liderança do debate desta campanha, de modo a poder explicá-lo devidamente aos americanos.
Faltam 30 DIAS para as eleições presidenciais nos Estados Unidos».
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