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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Histórias da Casa Branca: A 'surge' de Romney e o controlo de danos de Obama
TEXTO PUBLICADO NO SITE DE A BOLA A 11 DE OUTUBRO DE 2012:
A «surge» de Romney e o controlo de danos de Obama
Por Germano Almeida
A derrapagem de Barack Obama no primeiro debate com Mitt Romney foi gasolina para a vontade dos republicanos em alimentar o caso de uma suposta presidência falhada do atual titular da Casa Branca.
Brit Hume, na Fox News, comentou: «Não considero que Obama tenha sido terrivelmente mau no debate. A questão é que a tese e o registo dele são fracos». Henry Porter, no Guardian, lançou a questão: «Será que Obama perdeu a vontade de vencer esta eleição?»
Sem perder a oportunidade de pisar o seu ódio de estimação, Sarah Palin (ex-governadora do Alasca e candidata a vice-presidente no ticket republicano em 2008), divertiu-se com Sean Hannity, no dia seguinte ao duelo do Colorado: «Qualquer pessoa pode ler o que os outros escrevem. Obama é o Presidente do teleponto, mas sem o texto à frente espalhou-se completamente».
O campo de Mitt Romney passou do desespero à euforia em poucos dias. O nomeado republicano beneficiou de uma «surge» pós-debate nas sondagens, que lhe permite voltar a ser competitivo nos estados decisivos (empates técnicos no Ohio, na Florida e na Virgínia, territórios onde, há duas semanas, Obama vencia claramente) e ganhou espaço para atacar os pontos fracos do Presidente.
Em contraponto, a gestão de danos no campo de Obama não tem sido fácil de fazer. Robert Gibbs, um dos principais assessores de Barack, lançou a acusação, no «This Week» do George Stephanopoulos, na ABC: «O governador Romney teve um desempenho magistral no primeiro debate, o problema é que ele foi baseado numa argumentação basicamente desonesta. Francamente, não creio que esta campanha tenha mudado. O que mudaram foram as ideias de Romney».
Ainda mais incisivo no argumento da «falsidade de Romney», David Axelrod (antigo conselheiro sénior da Casa Branca e principal conselheiro da campanha de reeleição de Obama), foi mais longe, em entrevista ao «Face the Nation», da CBS: «Romney teve uma grande performance no debate, mas foi, sobretudo, descolado da realidade e completamente incoerente com aquilo que disse nos últimos dois anos».
O momento de Romney
Os últimos dias marcaram, por isso, uma «surge» de Romney e um controlo de danos de Obama. Mesmo sendo correta a visão do campo de Obama de que uma boa parte da argumentação de Romney no debate foi baseada em mentiras ou incorreções, é indiscutível que a imagem que passou foi de um Romney forte e persuasivo e de um Obama defensivo e pouco convincente.
A descida da taxa de desemprego para 7,8 por cento no relatório de setembro (libertado no dia seguinte ao debate do Colorado) pode minimizar danos à campanha de Obama. Mas Romney tem sabido aproveitar o «momentum» ganho no debate e tem vindo a aparecer mais solto e mais conetado com o eleitorado.
Se o duelo de Denver era o «make or break» para Mitt Romney, o segundo debate entre os dois nomeados, marcado para o próximo dia 16, torna-se decisivo para Barack Obama: ou o democrata consegue um desempenho muito melhor do que o que fez no Colorado, ou poderá mesmo ter a liderança da corrida em risco.
Faltam 26 DIAS para as eleições presidenciais nos Estados Unidos.»
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