Bill Schneider é considerado pelos seus pares o «Aristóteles da análise política na América». Conhecido comentador da CNN, é também analista na Al Jazeera English, no Politico e na Reuters.com.
Professor de Assuntos Internacionais na George Mason University, é também Distinguished Senior Fellow and Resident Scholar na Third Way, em Washington DC.
O Washington Times elegeu-o o «maior especialista americano em eleições». A Campaigns and Elections Magazine chamou-o «o mais consistente e inteligente analista na televisão». Fez parte da equipa de Política da CNN que venceu um Emmy pela cobertura das «midterms» de 2006 e um Peabody pela cobertura das eleições de 2008.
Autor de vários livros e artigos publicados nas melhores revistas de política internacional, Bill Schneider concedeu uma entrevista exclusiva ao TVI24.pt.
Falou sobre a reeleição de Obama, abordou o fantasma da Fiscal Cliff, elogiou a «impressionante máquina eleitoral» que empurrou Obama para um segundo mandato e explicou que o sistema americano «está preparado para montar governos fracos e só funcionar quando acontecem crises».
Que principais razões levaram à reeleição de Barack Obama?
Antes de tudo, o medo. Romney criou nos americanos uma sensação de medo de que o Tea Party pudesse assumir o controlo do país. Isso acabou por religar a coligação que deu a vitória a Obama em 2008, para proteger o legado de Obama. Diria que foi a «Nova América» que deu a reeleição a Obama: afro-americanos, latinos, asiáticos, mulheres trabalhadoras, mulheres solteiras, gays, profissionais diferenciados, pessoas com diplomas universitários, joven s e quem não vai à Igreja. Vinte por cento dos americanos afirmam que não têm religião. Para lá de tudo isto, Obama venceu graças a uma máquina eleitoral muito organizada, muito competente e muito focada nos «social media».
Mitt Romney foi a melhor escolha republicana para evitar o triunfo de Obama?
Curiosamente, acho que sim. Não creio que qualquer outro candidato que se apresentou às primárias pudesse fazer melhor que Romney contra Obama.
Como é que o Partido Republicano poderá resolver o claro problema que tem com as minorias?
Não o resolverá, certamente, sem mudar a sua mensagem anti-governo. Não é apenas um problema de intolerância. É errado reduzir a questão a isso. É também o facto de que a «Nova América» não partilha esse ressentimento anti-governo que define o Partido Republicano hoje em dia. Os republicanos gostam de pensar que os latinos são «votantes Tea Party com problemas de vistos», mas estão errados. A tirada dos «47 por cento» condenou Mitt Romney.
Qual é a sua aposta? Hillary Clinton vai candidatar-se à Presidência dos EUA em 2016? Se não, quem poderá ser o nomeado democrata? Andrew Cuomo, Julian Castro, Joe Biden?
A minha aposta é que Hillary vai concorrer. Os democratas, incluindo o seu marido Bill, vão pressioná-la a avançar, de modo a salvar o partido e proteger os legados de Clinton e Obama. Se ela não avançar, Andrew Cuomo é a hipótese mais forte. Joe Biden pode concocrrer, mas apenas terá hipóteses se o Presidente Obama terminar o seu segundo mandato com uma taxa de aprovação elevada, como Ronald Reagan tinha em 1988.
Marco Rubio é uma boa aposta republicana em 2016? Que outros candidatos podemos esperar do GOP? Jeb Bush, Paul Ryan, algum outro?
Sim, esses são os três maiores. Talvez também Ted Cruz (nota: senador republicano do Texas, de ascendência cubana) e Chris Christie. Mas o mais provável é vermos uma corrida animada entre Rubio e Ryan. Será difícil que outro Bush venha a ser eleito.
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