TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.PT, A 19 DE DEZEMBRO DE 2012:
A revista «Time» nomeou Barack Obama «personalidade do ano». A revista norta-americana apontou o Presidente dos EUA como «arquiteto da nova América», justificando esta distinção com o facto de Obama ter conseguido «reforçar, com a reeleição, a ideia de ser «a pessoa indicada para redesenhar uma América em mudança».
«Numa era de perda generalizada de autoridade, Barack Obama conseguiu manter a sua», observa Michael Sherer, no longo artigo de argumentação sobre esta escolha.
Sherer lembra o caminho improvável de Obama, desde os tempos de juventude idealista até a reeleição em 2012: «Vinte e sete dias depois de ter conduzido de Nova Iorque para Chicago, num Honda Civic de dois mil dólares, a fim de concorrer a um emprego que não lhe prometeria um salário aliciante, Barack Obama, em melhor forma física mas com muito mais cabelos brancos, apareceu na suíte presidencial no piso do topo to Fairmont Millenium Park hotel, enquanto os ecrãs anunciavam que tinha sido reeleito Presidente dos Estados Unidos. As cadeias televisivas concederam-lhe o Ohio mais cedo que o previsto e, por isso, os seus assessores juntaram-se a familiares e amigos, onde encontraram uma sala repleta de 'high fives' e apertos de mãos, abraços e expressões de alívio».
O artigo da «Time» destaca a capacidade que Obama teve, em ano de reeleição, em reunir apoio esmagadora da «nova América». «Obama revela uma capacidade única para atrair a nova demografia. Quando o seu nome está nos boletins de voto, a «next America» ¿ mais nova e mais diversa ¿ corre para os locais de votação. Em 2008, os negros votaram em mesma percentagem que os brancos, pela primeira vez ma história, e os latinos bateram recordes de afluência. Tudo indica que ambos os grupos repetiram esse comportamento em 2012, mesmo em estados que não eram eleitoralmente competitivos, onde Obama não tinha uma organização tão forte. Quando as minorias votam, isto significa que os jovens votam em grande número, porque a «next America» será mais diversa e mais jovem. E quanto tudo isto acontece, Obama vence. Ele obteve, na eleição de 2012, 71% dos latinos, 93% dos negros, 73% dos asiáticos e 60% dos votantes com menos de 30 anos.»
Como é que isto é possível? David Simas, antigo conselheiro sénior da Casa Branca e um dos principais assessores da campanha de reeleição, explica numa frase: «Sinto que as pessoas confiam nele».
A chave da reeleição terá estado num sentimento maioritário dos americanos de que «Obama terá herdado a situação mais difícil dos últimos 50 anos e, apesar de todas as frustrações e problemas, parecia justo dar a este tipo uma segunda oportunidade».
A «Time» recorda que «há dois anos, muito poucos analistas arriscariam adivinhar que, por esta altura, Barack Obama estivesse envolvido na preparação do discurso de posse da sua segunda inauguração como Presidente» e sentencia: «A eleição não foi um referendo, foi uma escolha. E Obama provou ser melhor opção do que Mitt Romney, que em muitas medidas mostrou ser um candidato imperfeito.
Em contraponto com Ronald Reagan, que assumiu um mantra «o peso do governo é o problema», ou de Bill Clinton, que proclamou o fim da «era do grande governo, Barack Obama não vê o seu legado com uma marca ideológica: «Ele apenas diz que pretende um governo mais inteligente», nota a Michael Sherer na «Time», para acrescentar: «Obama pretende chegar a janeiro de 2017, no final do segundo mandato, com as fundações criadas para uma maior base de prosperidade na América e que, no plano internacional, os EUA consigam manter-se liderantes no Mundo do século XXI».
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