TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.PT, A 7 DE NOVEMBRO DE 2012:
Barack Obama obteve uma enorme vitória no Colégio Eleitoral (acima do que os próprios democratas esperariam) e venceu o voto popular à tangente, com uma margem de 2,6 milhões de sufrágios, num universo de perto de 117 milhões de votantes.
O Presidente obteve a reeleição, graças a uma estratégia eleitoral exemplarmente pensada e concretizada.
Não foi um triunfo tão esmagador como o de há quatro anos, mas foi bem mais folgado do que seria de esperar para quem, desde 2008, teve níveis de aprovação quase sempre abaixo dos 50 por cento e governou em periodo de desemprego elevado.
O grande triunfo de ontem provou, essencialmente, duas coisas: que Barack Obama continua a ser um fenómeno de «likability» que ultrapassa o mero jogo político e, sobretudo, que a máquina eleitoral de Obama é uma das organizações políticas e mediáticas mais bem montadas das democracias modernas.
Obama ganhou claramente o «jogo de xadrez» que é uma corrida presidencial americana. Fez as apostas certas no plano eleitoral, ao colocar todas as fichas em battleground states como o Ohio, o Wisconsin e o Iowa e conquistou no terreno o desafio da mobilização.
Tal como em 2008, a maioria presidencial que confirmou Barack Obama mais quatro anos na Casa Branca é uma «vasta coligação de segmentos específicos»: mulheres (55% preferiram Obama), latinos (71%), jovens (60%), negros (90%).
Mitt Romney só conseguiu roubar o Indiana e a Carolina do Norte a maioria de Obama-2008, mas perdeu todas as batalhas decisivas.
Teve um discurso de derrota responsável e digno, na linha dos candidatos perdedores que percebem a lógica do sistema de poder presidencial e apelou à base republicana para que compreenda que a legitimidade de Obama saiu reforçada e e incontestável.
Esta derrota deve provocar uma profunda discussão interna no Partido Republicano. Os resultados de 6 de novembro provam que a direita americana esta a perder a batalha demográfica.
Os republicanos têm um problema com as minorias e isso, a médio prazo, pode custar-lhes uma desvantagem estrutural em relação aos democratas.
Uma análise pela distribuição de votos por segmentos ajuda-nos a perceber o que está em causa.
Barack Obama arrasou Mitt Romney no voto latino por 71-29. O crescente peso dos hispânicos no total do voto nacional (mas sobretudo na decisão de alguns estados, como o Colorado ou mesmo a Flórida), é algo com que os republicanos vão ter que lidar.
Mitt Romney tentou uma aproximação ao eleitorado latino na fase final da eleição. Mas já foi tarde. O que o nomeado republicano disse sobre a lei de imigração no Arizona foi assustador para os eleitores latinos. Apesar do desapontamento que muitos sentiram com o primeiro mandato de Obama, a verdade é que os hispânicos reforçaram o apoio eleitoral ao Presidente.
Obama foi mestre nesse jogo de forças com Romney, na reta final da campanha, ao repetir a ideia, nos comícios dos dias derradeiros: «Vocês conhecem-me. Sabem que podem confiar em mim. Não concordam, certamente, com tudo o que eu fiz. Mas isso nem a Michelle concorda. Mas sabem que podem confiar em mim».
O problema de Romney, neste seu longo trajeto de campanha presidencial, que durou seis anos (entre a preparação das primárias de 2008, iniciada em 2006, e a eleição de 2012) e que mudou tanto de posição entre uma abordagem centrista e uma perspetiva conservadora, que os eleitores ficaram sem saber com o que podiam contar.
O Presidente obteve a reeleição, graças a uma estratégia eleitoral exemplarmente pensada e concretizada.
Não foi um triunfo tão esmagador como o de há quatro anos, mas foi bem mais folgado do que seria de esperar para quem, desde 2008, teve níveis de aprovação quase sempre abaixo dos 50 por cento e governou em periodo de desemprego elevado.
O grande triunfo de ontem provou, essencialmente, duas coisas: que Barack Obama continua a ser um fenómeno de «likability» que ultrapassa o mero jogo político e, sobretudo, que a máquina eleitoral de Obama é uma das organizações políticas e mediáticas mais bem montadas das democracias modernas.
Obama ganhou claramente o «jogo de xadrez» que é uma corrida presidencial americana. Fez as apostas certas no plano eleitoral, ao colocar todas as fichas em battleground states como o Ohio, o Wisconsin e o Iowa e conquistou no terreno o desafio da mobilização.
Tal como em 2008, a maioria presidencial que confirmou Barack Obama mais quatro anos na Casa Branca é uma «vasta coligação de segmentos específicos»: mulheres (55% preferiram Obama), latinos (71%), jovens (60%), negros (90%).
Mitt Romney só conseguiu roubar o Indiana e a Carolina do Norte a maioria de Obama-2008, mas perdeu todas as batalhas decisivas.
Teve um discurso de derrota responsável e digno, na linha dos candidatos perdedores que percebem a lógica do sistema de poder presidencial e apelou à base republicana para que compreenda que a legitimidade de Obama saiu reforçada e e incontestável.
Esta derrota deve provocar uma profunda discussão interna no Partido Republicano. Os resultados de 6 de novembro provam que a direita americana esta a perder a batalha demográfica.
Os republicanos têm um problema com as minorias e isso, a médio prazo, pode custar-lhes uma desvantagem estrutural em relação aos democratas.
Uma análise pela distribuição de votos por segmentos ajuda-nos a perceber o que está em causa.
Barack Obama arrasou Mitt Romney no voto latino por 71-29. O crescente peso dos hispânicos no total do voto nacional (mas sobretudo na decisão de alguns estados, como o Colorado ou mesmo a Flórida), é algo com que os republicanos vão ter que lidar.
Mitt Romney tentou uma aproximação ao eleitorado latino na fase final da eleição. Mas já foi tarde. O que o nomeado republicano disse sobre a lei de imigração no Arizona foi assustador para os eleitores latinos. Apesar do desapontamento que muitos sentiram com o primeiro mandato de Obama, a verdade é que os hispânicos reforçaram o apoio eleitoral ao Presidente.
Obama foi mestre nesse jogo de forças com Romney, na reta final da campanha, ao repetir a ideia, nos comícios dos dias derradeiros: «Vocês conhecem-me. Sabem que podem confiar em mim. Não concordam, certamente, com tudo o que eu fiz. Mas isso nem a Michelle concorda. Mas sabem que podem confiar em mim».
O problema de Romney, neste seu longo trajeto de campanha presidencial, que durou seis anos (entre a preparação das primárias de 2008, iniciada em 2006, e a eleição de 2012) e que mudou tanto de posição entre uma abordagem centrista e uma perspetiva conservadora, que os eleitores ficaram sem saber com o que podiam contar.
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