sábado, 15 de novembro de 2008

Era quase inevitável - mas é muito bem visto


Foi a primeira mulher a estar perto da nomeação por um grande partido. Obteve 18 milhões de votos e só não foi a escolhida porque lhe apareceu pelo caminho um super-candidato.

Hillary Clinton tinha (quase) tudo para voltar à Casa Branca como Presidente, chegou a pensar-se que iria, pelo menos, ser vice-presidente, mas está a um passo de ser a próxima Secretária de Estado.

Esta sexta-feira, Barack Obama e Hillary Clinton encontraram-se em Chicago e falaram sobre a possibilidade de a antiga rival de Barry nas primárias vir a chefiar a diplomacia americana.

A confirmar-se, será a terceira mulher a fazê-lo, nos últimos quatro mandatos: Madeleine Albright (1996-2000), Condoleeza Rice (2004-08), só com Colin Powell de permeio (2000-04). Para encontrarmos o último tradicional white-male como Secretário de Estado, teremos que recuar ao primeiro mandato de Bill Clinton (1992-96), com Warren Christopher. Notável.

Se Barack conseguir convencer Hillary, será um claríssimo sinal de que pretende uma transição salomónica: com muito dos anos Clinton (Hillary, Rahm Emanuel, John Podesta, possivelmente também Bill Richardson e Larry Summers); alguma coisa dos anos Bush (mais pai do que filho) (talvez Colin Powell, muito provavelmente Bob Gates) e mesmo um toque do Partido Republicano (Dick Lugar e Chuck Hagel).

Moral da história: mesmo quando «change» é a palavra mágica, os fundamentos politico-estratégicos dos Estados Unidos assentam num consenso bem mais alargado do que certos meios «intelectuais» europeus fazem crer.

2 comentários:

Anónimo disse...

boas,

apenas me lembro das palavras do mentor de Bill Clinton sobre a realidade bipartidária dos EUA e a ligação à tenebrosa CFR.

dizia o professor Quigley:

…the two parties should be almost identical, so that the American people can throw the rascals out at any election without leading to any profound or extensive shifts in policy.

“Os dois partidos deverão ser quase iguais, para que os cidadãos norte-americanos possam tirar de lá os malandros a cada eleição sem que na realidade se altere profunda ou extensivamente a política”

Quigley teorizou que:

…it should be possible to replace it, every four years if necessary, by the other party, which…will still pursue, with new vigor, approximately the same basic policies.

“deverá ser possível a cada quatro anos uma substituição se necessário pelo outro partido, o qual continuará a perseguir e ainda com mais vigor as mesmas políticas do anterior”

Alguns exemplos de mebros do CFR, quer Republicanos quer Democratas, que mostram bem como Quigley tem razão:

Edward Stettinius (D), George Marshall (D), Dean Acheson (D), John Foster Dulles (R), Christian Herter (R), Dean Rusk (D), William Rogers (R), Henry Kissinger (R), Cyrus Vance (D), Edmund Muskie (D), Alexander Haig (R), George Shultz (R), James Baker (R), Lawrence Eagelberger (R), Warren Christopher (D), William Richardson (R), Madeleine Albright (D), Colin Powell (R), and Condoleezza Rice (R).

cumps,

rjnunes

Germano Almeida disse...

Não conhecia a referência, mas ela é bem esclarecedora sobre esse «consenso alargado» de que falava.

Cumprimentos e bem-vindo a este blogue.