sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Robert Gates quase certo na Defesa


Robert Gates, 65 anos, actual secretário da Defesa, deverá manter-se no cargo. Ainda não há confirmação oficial, mas fontes próximas da equipa de Obama têm revelado, junto de vários órgãos americanos, essa escolha como praticamente definida.

Director da CIA durante a presidência de Bush pai, Gates é figura respeitada por democratas e republicanos. É próximo de Bush pai e foi decisivo na viragem obtida na parte final da Administração Bush filho, em relação ao Iraque. Desde que rendeu Donald Rumsfeld no cargo, a estratégia americana no Iraque passou a resultar.

Obama tem uma visão próxima da de Gates em relação ao Afeganistão: ambos concordam que é necessário assestar baterias para Cabul, pois foi lá que nasceu o tipo de terrorismo que, desde os anos 90, perseguem interesses norte-americanos.

O que difere Barack de Robert em matérias cruciais para a política de segurança externa dos EUA é o que fazer com o Iraque. Obama opôs-se à surge que Bob Gates lançou e que o general David Petraeus pôs em prática no terreno (e que o candidato John McCain sempre defendeu).

Mas também é verdade que Obama já admitiu, durante a campanha para a eleição geral, que a surge produziu bons resultados no terreno.

A transição para o realismo passa, pois, pela continuidade de Robert Gates. Será a maior prova de que a saída do Iraque nunca será feita de forma apressada ou imprudente: vai acontecer por etapas, provavelmente de quatro blocos de quatro meses cada. E será, também, a prova de que Obama prefere uma abordagem pragmática (e que historicamente é próxima de presidentes republicanos como Reagan e Bush pai) a aventuras «preventivas» (que foram a desgraça de Bush filho e, num ou noutro caso, até de Clinton).

A 'mudança', na alta política americana, é um conceito muito relativo.

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